Deus pode dar mais, mas aprenda a se contentar com o que tem

O apóstolo Paulo sofreu fome, perseguição, prisões, açoites, rejeições, expulsões. E é da sua prisão em Roma que ele escreve a carta aos Filipenses, onde declara: “Já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11,12). Essa lição muitos ainda precisam aprender.

 Nós vivemos em um mundo de descontentes. As pessoas nunca se satisfazem com o que têm e com o que são. As brancas ficam horas no sol para se tornar morenas, gastam muito dinheiro com bronzeadores e já existem até meios artificiais para mudar a cor das pessoas. Já as morenas querem ficar brancas, enquanto as baixas querem ficar altas, usando sapatos com o salto de 15cm, como no caso do Japão. E há pessoas altas que querem ser baixas. Enquanto isso, magros querem ganhar peso e pessoas não necessariamente obesas vivem uma febre de regimes, passando fome para se tornarem muito magros.

 A febre da insatisfação chega até entre nós: temos obreiros insatisfeitos com o que são, com o cargo ou função. Quem tem um carro velho quer trocar por um mais novo, o empregado quer ser patrão, o patrão rico quer mais dinheiro para se tornar mais rico etc. Todos querem mais. 

Uma mulher viu a sua vizinha reformar a sua casa, exigiu do seu marido reformar também a dela e, quando terminada a reforma, disse que não ficava bem casa nova com moveis velhos. Logo, “vamos trocá-los!”. Ato seguinte, ela disse: “Casa nova, móveis novos, mas com carro velho. Vamos trocá-lo também”. E o pobre do marido fazendo o maior sacrifício para atender ao gosto da esposa. Quando chegou o carro novo, ela disse para si mesma: “Agora, tenho casa nova, móveis novos, carro novo, mas um marido velho. Eu tenho que trocá-lo também!”. 

Vivemos no mundo dos insatisfeitos. 

Pensemos no Senhor Jesus. Ele é Deus encarnado, Senhor do Universo. Porém, nasceu em um local humilde em Belém. Imaginemos como devia ser a cidade de Belém nos dias do grande alistamento determinado por César Augusto. Era uma cidade povoada por moradores pobres, pescadores, carpinteiros, lavradores, operários etc. Naquela noite em que Jesus nasceu, nada havia de especial. A cidade estava escura, o local da manjedoura era humilde, pouca iluminação, José estava preocupado com o estado de Maria, ele era um bom esposo, desejava fazer uma festa para comemorar a chegada do filho da Maria, mas tudo não passou de projetos. Mas, Deus fez a sua comemoração: estrelas, anjos, coral, música, glorificação! Jesus nasceu! Fora isso, tudo era muito simples e humilde. E Deus o quis assim.

 Você é dominado pela tristeza e insatisfação? Sua satisfação está depositada nas coisas que deseja possuir? Porque ainda não as possui, você se tornou uma pessoa insatisfeita?

 Davi experimentou momentos difíceis em sua vida, porém ele creu em Deus e aprendeu a esperar nEle: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”. O que eu tenho em Deus é maior do que aquilo que eu não tenho na vida. Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho. 

Vamos pensar juntos no que temos: Jesus, Salvação, saúde, família, lar, casa, trabalho, irmãos, amigos, dinheiro, apetite, pão, carro etc. Podemos glorificar a Deus e agradecê-lO. E aprendamos com Paulo: Deus pode fazer mais, mas “já aprendi a contentar-me com o que tenho”.


Pastor José Wellington Bezerra da Costa é presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) e membro da diretoria do Comitê Mundial das Assembleias de Deus.


Fonte do arquivo: Extraído do Jornal mensageiro da Paz.