I.
Evangelho, as Boas-Novas de Salvação
William
Gurnall (1616-1679) descreve com rara beleza a influência
das Boas-Novas de Cristo na alma do pecador: “O evangelho é a carruagem com a
qual o Espírito desfila em triunfo quando entra no coração dos
homens”.
O admirável escritor britânico sabia que somente o evangelho, por ser o poder
de Deus, tem a virtude suficiente para transformar radicalmente a alma humana.
1.
Evangelho, uma palavra graciosa.
O
termo “euagéllion”, oriundo do vocábulo grego , significa literalmente “boa-nova”. A palavra é formada por dois
vocábulos gregos, eu, bom, e agéllion, anúncio. Trata-se de uma expressão
antiquíssima da língua grega. O poeta Homero utilizou-a, no século oitavo a.C.,
com o sentido de “recompensa por uma boa notícia”. Quando da tradução do Antigo
Testamento, do hebraico para o grego, os Setenta utilizaram-na, por exemplo, em
2 Reis 18.20,22,25.
A
palavra, contudo, só viria adquirir a conotação com que, hoje, a conhecemos a
partir do advento de Cristo. Após o seu batismo, o Senhor apresentou-se a
Israel com o evangelho do Reino. Ao descrever a ação
evangelizadora
de Jesus, ressalta-lhe Mateus não somente as palavras, mas notadamente os atos:
“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e
pregando o evangelho do Reino, e
curando
todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35). O Senhor Jesus veio
para transmitir, em sua plenitude, o evangelho de Deus. Se, por um lado,
proclamou a redenção da alma, por outro, não deixou de anunciar a cura do
corpo. Em seus lábios, a palavra “evangelho” adquire um significado novo, profundo e dinâmico. O termo grego, agora, não se
refere mais à mera recompensa a quem traz uma boa notícia. A
partir
daquele instante, a graciosa palavra caminha em sentido inverso. Generosamente,
contempla os que nada merecem. Basta crer na mensagem, a fim de entrar no Reino que Deus preparou aos seus filhos
desde
a fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 2.8).
Ao
longo do Novo Testamento, o evangelho recebe diversas designações: evangelho de
Deus, evangelho do Reino de Deus, evangelho da graça de Deus, evangelho eterno,
meu evangelho e outro evangelho.
2.
Evangelho de Deus.
Jesus
Cristo apresentou-se a Israel com o evangelho de Deus (Mc 1.14). Ele deixou bem
claro à sua audiência, constituída também por escribas e fariseus, que a sua
mensagem, embora nova, não trazia qualquer inovação. Antes, era o cumprimento
do que anunciara o Antigo Testamento. Logo, os doutores da Lei poderiam
constatar-lhe
a veracidade se fizessem uma releitura da Lei, dos Escritos e dos Profetas.
Aliás, assim haviam procedido os rabinos a quem Herodes indagara quanto ao
lugar do nascimento do Messias (Mt 2.1-6).
O
evangelho de Deus é o cumprimento das promessas que o Senhor fizera ao mundo,
por meio de Israel, no Antigo Testamento. Não se trata de um rompimento com o
Velho Pacto, mas um fiel cumprimento deste na
Nova
Aliança, que tem como base o sangue de Jesus (1 Co 11.25).
3.
O evangelho de Cristo.
Paulo
fazia questão de enfatizar aos crentes gentios que o evangelho que anunciava
era o de Cristo. Na mais teológica de suas epístolas, declara à igreja em Roma:
“De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus.
Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para
obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e
prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e
arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo” (Rm
15.17-19).
A
teologia paulina era geograficamente ampla. De Jerusalém à Itália, o
apóstolo patenteava que o evangelho não era um apêndice do judaísmo, mas o
cumprimento messiânico das promessas do Antigo Testamento.
Portanto,
não era o evangelho de Israel, mas o evangelho de Cristo para Israel e o mundo.
4.
O evangelho do Reino de Deus.
É
a proclamação mais escatológica do evangelho de Cristo. De maneira plena,
cumpre a aliança que Deus
firmara com
a Casa de Davi (2 Sm 7.16). Logo no primeiro versículo do Novo Testamento, o
evangelista destaca a eternidade da linhagem de Jessé na pessoa e no ministério
de Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1.1). Não foi por
mero acaso que Mateus cita o rei antes do patriarca, pois Jesus é mais
conhecido como filho de Davi do que como filho de Abraão (Mt 15.22).
Quando
os apóstolos indagaram-lhe acerca do estabelecimento do reino a Israel, tinham
em vista, apenas, o aspecto escatológico e futuro do evangelho, e não a sua
urgência presente e evangelística. Para realçar a
premência
da Grande Comissão, o Senhor prometeu-lhes a vinda do Espírito Santo (At 1.18).
O evangelho do Reino de Deus enfatiza o mistério daquela minúscula semente que,
geminando no coração do homem, frutifica a
transformação da sociedade e do mundo. Além dos efeitos presentes, trará a
instalação do Milênio com a apresentação de Jesus como o Rei dos reis e Senhor
dos senhores.
5.
O meu evangelho.
Não
encontramos na Bíblia um evangelho segundo Paulo. Não obstante, o apóstolo
refere-se ao evangelho como se fora a sua propriedade (Rm 2.16; 16.25; 2 Tm
2.18). Ele recebera-o diretamente do Senhor em, pelo menos, duas ocasiões
especiais (2 Co 12.1-4; Gl 1.17,18). Quer nos ermos da Arábia, quer no paraíso
do terceiro céu, Paulo aprendera, diretamente do Senhor, os mistérios do evangelho.
Portanto,
anunciava a todos, judeus e gentios, o evangelho de Cristo que, como
fundamento, tinha a graça de Deus. Por isso, combatia sem qualquer trégua o
outro evangelho, que porfiava em anular a graça divina
por
meio dos rudimentos da lei mosaica.
6.
O outro evangelho.
Os
judaizantes, empenhando-se por desconstruir o evangelho de Paulo, ensinavam
que, sem as obras da Lei,
ninguém
será salvo. Contra tal ensinamento, Paulo insurge-se e denuncia a primeira
heresia evangélica:
Maravilho-me
de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para
outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem
transtornar o evangelho
de
Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Hoje,
além dos outros evangelhos, temos os evangelhos dos outros. Na luta para cevar
o marketing pessoal, os falsos mestres vão acrescentando, ao evangelho de
Cristo, desde as bijuterias mais nas aos
penduricalhos
mais
esdrúxulos. Alguns apresentam o evangelho da prosperidade; outros vêm com o
evangelho social; e ainda outros, ostentam o evangelho místico e sincrético.
Por essa razão, estejamos atentos para apresentar a mensagem da cruz em sua
simplicidade e pureza.
II.
O Evangelho de Cristo e o Cristo do Evangelho
Como
separar de Cristo o seu evangelho? Não podemos fazê-lo, porque o evangelho é
Cristo e Cristo é o evangelho. É por isso que o Novo Testamento não se preocupa
em biografar Jesus. Antes, glorifica-lhe o
triunfo
na cruz.
1.
Jesus, o imbiografável.
Os quatro
evangelistas são assim chamados por haverem narrado, sob a inspiração do
Espírito Santo, a encarnação, o ministério, a morte e a ressurreição do Filho
de Deus. Os seus livros poderiam ter recebido outras designações, como por
exemplo, a biografia de Jesus segundo Mateus. Entretanto, como descrever a
trajetória do Pai da Eternidade? Nesse sentido, quem mais aproximou-se de uma
obra biográfica foi João. Em três pequenos versículos, o discípulo amado
resume a revelação do Salvador: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas
as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo
1.1-3).
Não
se pode biografar quem não teve início, nem terá fim. A
Moisés, o Eterno apresentou-se como o “Eu sou” de Abraão (Êx 3.14). De igual
modo, identificou-se o Pai da Eternidade aos judeus: “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). O objetivo
dos quatro Evangelhos não é biografar Jesus, mas ressalvar-lhe a obra evangelística. Mateus mostra-o como o
Rei almejado por Israel. Marcos destaca-lhe o espírito manso e servidor. Lucas
sublima-lhe a humanidade.
Quanto a João, teologizando-o, apresenta-o como o Unigênito do Pai. É por isso
que nenhum evangelista preocupou-se com os seus dezoito anos de silêncio.
Aliás, nem o minucioso Lucas ocupou-se desse
período tido, pelos historiadores, como obscuro e sincrético. Jesus fez a sua
primeira declaração evangélica aos 12 anos no Santo Templo. Ansiosamente
buscado por José e Maria, respondeu-lhes gentilmente:
“Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de
meu Pai?” (Lc 2.49). A partir daquele momento, tinha início os seus dezoito
anos de preparo silencioso, que somente haveria
de ser quebrado quando o Pai declara ao mundo o seu amor eterno pelo Filho:
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). O
silêncio, começado pelo Filho, é quebrado pelo Pai. Em pleno Jordão, era
inaugurada a proclamação oficial do evangelho do Reino de Deus. A fim de proclamar as Boas-Novas do Reino, Jesus exerceu
plenamente os
três ofícios messiânicos: profeta, sacerdote e rei. Nenhum personagem, entre
todos os santos do Antigo Testamento, teria condições de revelar o evangelho de
Deus, em sua plenitude, como Ele o fez. Davi entrou para a História Sagrada
como rei e profeta, mas não era sacerdote. Samuel notabilizou-se como sacerdote
e profeta, mas nunca usou a coroa real. Quanto a Moisés, o maior dos profetas,
não era sacerdote nem rei.
Portanto,
só o Senhor Jesus, sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, rei de
Salém, estava habilitado a desvendar a Israel e ao mundo a eficácia do evangelho. Em seu ministério, Jesus mostrou que o
evangelho
é profético, sacerdotal e real, por incluir estes três elementos:
proclamação, intercessão e almejo pela vinda do Reino de
Deus. Faltando um desses elementos, o
evangelho jaz incompleto. É impossível, pois, separar o evangelho de Cristo e o
Cristo do evangelho.
III.
Evangelismo ou Evangelização
O
escritor britânico John Blanchard descreveu perfeitamente como deve ser a
evangelização: “Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar
Cristo a todo o mundo”. Tendo em vista essa teologia
simples,
mas bastante clara da obra evangelizadora da Igreja, vejamos a diferença entre
evangelismo e evangelização.
1.
Evangelismo.
Não são
poucos os obreiros que desprezam o evangelismo, alegando que, neste momento,
carecemos mais de ação do que de ismos. Todavia, para sermos bem-sucedidos no
ministério evangelístico, precisamos de um bom respaldo teológico. Doutra
forma, não saberemos como nos comportar no campo de batalha.
Ao
realçar a necessidade doutrinária do evangelista, afirmou J. I.Packer: “Em última análise, só há uma forma de
evangelização: o evangelho de Cristo explicado e aplicado”. Isso significa que o evangelismo é uma disciplina indispensável à igreja
comprometida com a Grande Comissão.
É
claro que não devemos ficar apenas no campo teórico, pois o Mestre requer ação
urgente e prioritária de cada um de seus discípulos. Observemos que, antes de
enviar os setenta em missão pelas cidades da
Judeia,
Ele instruiu-os devidamente (Lc 10.1-11). Sem o evangelismo, a ação
evangelizadora daquele grupo seria inócua.
A
igreja comprometida com a evangelização não despreza o evangelismo, pois sabe
que sempre haverá de precisar de homens e mulheres, adultos e crianças, que
cumpram com amor, zelo e sabedoria a
Grande
Comissão. Evangelismo não é teoria; é aprendizado.
2.
Evangelização.
Antigamente,
as igrejas não se preocupavam em formar equipes de evangelização, porque toda a
congregação era evangelizadora. Mas, com o esfriamento espiritual e a
consequente departamentalização eclesiástica, começaram a aparecer equipes
especializadas em alcançar os diversos segmentos sociais.
Acho louvável semelhante
iniciativa. Entretanto, com o surgimento de tais grupos, a evangelização leiga
praticamente desapareceu. Isso não é saudável nem à igreja, nem à sociedade. É
urgente, pois, retornarmos à laicização do trabalho
evangelístico. Quando isso acontecer, a tarefa de ganhar almas não será vista
apenas como um trabalho do ministério, mas uma obrigação de todo o povo de
Deus.
O
escritor americano Richard C. Halverson descreve a evangelização como atividade
indispensável do povo de Deus: “Parece que a evangelização nunca foi um
problema em o Novo Testamento. Isso quer dizer que não encontramos os apóstolos
recomendando, exortando, repreendendo, planejando e organizando programas
evangelísticos. A evangelização simplesmente acontecia! Emanando sem esforços
da comunidade de crentes como a luz emana do sol, era automática, espontânea,
contínua, contagiante”. A história da Assembleia de Deus no Brasil, fundada em
18 de junho de 1911,
realça a veracidade das palavras de Halverson. Quando lemos a narrativa que
Emílio Conde faz de nossa igreja, temos a impressão de que, no início, todos os
pentecostais eram evangelistas. Aonde chegava um assembleiano,
aí chegava um evangelista que, não demorava, abria um ponto de pregação. Em
breve, este se fazia congregação e, mais adiante, uma próspera e robusta
igreja. Infelizmente, a burocratização denominacional acabou por minar a
espontaneidade evangelística e missionária da igreja. Hoje, em muitos lugares,
a proclamação do evangelho foi reduzida a um evento distante e desvinculado das
urgências da Grande Comissão. Destacando o compromisso dos primeiros crentes
com a visão evangelística, escreve o pastor
Roy Joslin: “Para os primeiros cristãos, a evangelização não era algo que eles
isolavam das outras áreas da vida cristã a fim de nela
se especializar, para analisá-la, teorizá-la e organizá-la. Eles simplesmente a praticavam!”
O irmão Joslin, autor do livro Urban Harvest (colheita urbanal), sabia muito
bem que, para se conquistar uma cidade para Cristo, era urgente envolver toda a
igreja local em cada estágio da cruzada.
Se
ficarmos apenas na área teórica, jamais cumpriremos a nossa
obrigação evangelística. O tempo rapidamente passará e as oportunidades que
ainda temos não demorarão a esvair-se. Por isso, trabalhemos enquanto
é dia, pois a noite escatológica já começa a cobrir o mundo, levando milhões de
preciosas almas a perderem-se para sempre.
No
encerramento deste tópico, vale citar a observação bastante oportuna de Roland
Allen: “O que lemos em o Novo Testamento não é um apelo ansioso para que os
cristãos disseminem o evangelho; vemos uma nota
aqui
e outra ali que demonstra como o evangelho estava sendo divulgado.
Durante
séculos a Igreja Cristã continuou a expandir-se por sua vontade inerente e
produziu um suprimento incessante de missionários sem qualquer exortação
direta”.
IV.
Os Fundamentos da Evangelização
O
trabalho evangelístico requer um sólido alicerce bíblico-teológico, para que
seja plenamente efetivado. Eis os três principais fundamentos da evangelização:
a Bíblia, a experiência e a história eclesiástica.
1. A Bíblia.
Quem
sai a evangelizar tem de saber que está cumprindo uma ordenança urgente de
Cristo (Mt 28.19,20). Além disso, o conteúdo da mensagem a ser proclamada, quer
individual, quer coletivamente, há de
refetir a mensagem da cruz em sua inteireza, conforme
aprendemos com Paulo:
E
eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus,
não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus
saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em
grande tremor. A minha palavra
e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana,
mas em demonstração do Espírito e de poder. (1 Co 2.1-4) Que
o evangelista seja bíblico em sua vocação, no exercício de seu ministério e na
mensagem que proclama. Se fugir à Palavra de Deus, num desses itens, seu
trabalho estará fadado ao fracasso.
2. A experiência.
A
experiência básica do evangelista é a sua experiência pessoal com o Senhor
Jesus. Paulo só transmitia um
ensinamento
depois de havê-lo experimentado. Ao introduzir a doutrina da Santa Ceia na
igreja em Corinto, disse-lhes: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos
ensinei” (1 Co 11.23). Como, pois, haverá alguém
de falar de Cristo se nenhuma experiência pessoal tem com o Senhor? Também não
é possível falar de salvação estando ainda perdido e caminhando a passos acelerados e largos para
o inferno.
A
segunda experiência básica do evangelista é o batismo com o Espírito Santo.
Stanley Jones afrmou que a vida cristã tem início no Calvário, mas o
trabalho eficiente, no Pentecostes. Se Deus o chamou a evangelizar, não deixe
de buscar o poder do alto. Sem a assistência do Espírito, não poderemos
anunciar, eficazmente, o evangelho de Cristo.
No
capítulo referente ao evangelista, voltaremos a tratar mais largamente sobre os
requisitos essenciais ao exercício desse glorioso ministério.
3.
A História da Igreja Cristã. A Igreja
de Cristo tem um compromisso inadiável e orgânico com a evangelização do mundo.
É o que nos mostra a História. Se avivada, a igreja evangeliza, faz missões e
estende
as fronteiras do Reino de Deus. Mas, caída, faz cruzadas, promove guerras e
empreende conquistas. Haja vista o que aconteceu em 1095.
Nesse
ano, durante o Concílio de Clermont, o Papa Urbano II exortou os barões
franceses a libertar Jerusalém do jugo muçulmano. Dessa forma, a guerra
instalou-se novamente nas terras de Israel, levando o nome de
Cristo
ao descrédito.
O
evangelista deve conhecer bem a história e a tradição eclesiástica, a fim de não cometer os erros do passado. Ele tem de saber que a
missão é difundir o cristianismo, não a cristandade visível e eivada de erros.
Conclusão
Se
cremos no poder do evangelho, saiamos a falar de Cristo.
Comecemos
por nossa casa. E, assim, haveremos de constatar que nenhuma porta resistirá ao
impacto da Palavra de Deus. De fato, Jesus não nos obriga a converter o mundo.
Todavia, constrange-nos a espalhar a sua mensagem até aos confins da terra.
O
evangelista iugoslavo Josip Horak afirmou no
auge do comunismo em
seu país: “Quando nosso Senhor envia-nos a testificar em
seu nome,não nos coloca contra uma parede. Pelo contrário, dá-nos uma porta aberta
para a evangelização, uma porta que nenhum homem pode fechar”.