Retirado do livro Heróis da Fé.
Certo dia, no ano de 1900, em Changte, no interior da
China, passou um correio galopando à doida. Levava um despacho da imperatriz
para o governador, ordenando que tomasse medidas para exterminar imediatamente
todos os estrangeiros. Na horrenda carnificina que se seguiu, Jônatas Goforth,
com sua esposa e filhinhos, foram cercados por milhares de Boxers, determinados
a tirar-lhes a vida.
O pai da família, ao cair no chão com uma tremenda pancada
que quase lhe partiu o crânio, ouviu uma voz dizer-lhe: "Não temas! Teus
irmãos estão orando por ti." Antes de ficar inconsciente, viu chegar a
galope um cavalo que ameaçava atropelá-lo. Ao
voltar a si, viu que o cavalo caíra ao seu lado, esperneando de tal
maneira que os seus atacantes foram obrigados a desistirem do propósito de
matar o missionário. Assim ele reconheceu que a mão de Deus o guardava
maravilhosa e constantemente durante o tempo do morticínio dos boxers, no qual centenas de crentes foram mortos.
Jônatas Goforth e sua família, foram salvos de inumeráveis situações
angustiosas entre o povo amotinado, até que, por fim, vinte dias depois,
chegaram ao litoral do país.
Rosalind e Jônatas Goforth tinham as suas vidas escondidas
com Cristo em Deus. Eis como viviam, nas suas próprias palavras: "Não é
somente tolice aceitar para nós mesmos a glória que pertence a Deus, mas é
grave pecado, porque o Senhor diz: 'A minha glória a outrem não darei'."
Quando
ainda jovem, Jônatas Goforth adotou as palavras de Zacarias 4.6 como lema da
sua vida: "Não por força nem por violência, mas por meu espírito, diz o
Senhor dos Exércitos."
Alguém que o conhecia intimamente escreveu: "Antes de
tudo, Jônatas Goforth era um ganhador de almas. Foi por essa razão que se
tornou missionário para o estrangeiro; não havia outro interesse, outra
atividade, outro ministério que o atraísse. Com o fogo do amor de Deus no
coração, ele manifestava um entusiasmo irresistível e uma energia incansável. Nada podia impedir os esforços dinâmicos na obra,
para a qual Deus o chamara. Era assim tanto
aos setenta e sete anos como quando tinha cinquenta e sete. Com a perda
da vista durante os últimos três anos da
sua vida, não diminuíram seus esforços -
parece que aumentaram."
Revela-se, nas suas próprias palavras, como foram
lançados os alicerces da sua vida constantemente esforçada no serviço do Senhor: "Minha mãe,
quando eu e meus irmãos éramos ainda
crianças, com desvelo incessante, nos ensinava as Escrituras e orava conosco. Uma coisa que teve grande
influência sobre a minha vida foi o fato de minha mãe me pedir que lesse os Salmos para ela em voz alta. Tinha apenas
cinco anos, quando comecei a fazer
esse exercício e achei a leitura fácil. Com a continuação, adquiri o costume de
decorar as Escrituras, coisa que
continuei a fazer com grande proveito".
Todos podemos testificar que é fácil fazer com que a
leitura das Escrituras e a oração cheguem a uma monótona formalidade. Mas, ao contrário,
o semblante de Jônatas Goforth se iluminava com o reflexo da glória das
Escrituras que recebia na alma. Depois da sua morte, uma criada católica romana
declarou: "Quando o senhor Goforth se hospedava na casa onde trabalho, eu
mirava seu rosto e dizia a mim mesma: O rosto de Deus pode ser assim!"
Acerca da conversão de seu pai, Jônatas escreveu: "No
tempo da minha conversão, morava com meu irmão Guilherme. Certa vez, nossos
pais nos visitaram, passando conosco mais ou
menos um mês. Fazia tempo que o Senhor me dirigira a fazer culto
doméstico. Assim, certo dia, anunciei: Taremos o culto doméstico de hoje e peço
que todos se reúnam depois do jantar'. Esperava que meu pai se manifestasse
contrariamente, porque em casa não costumávamos dar graças antes das refeições,
quanto mais fazer culto doméstico! Li um capítulo de Isaías e, depois de falar
algumas palavras, oramos juntos, de joelhos. Continuamos a realizar os cultos
domésticos durante o tempo que eu estava em casa.
Depois de alguns meses meu pai
foi salvo."
O jovem Goforth, no tempo de estudante no ginásio, visava
a ser
advogado, até que, certo dia, leu a inspiradora biografia
do pregador Roberto McCheyne. Não somente se desvaneceram para sempre todas as
suas visões de ambição, mas ele dedicou, também, a sua própria vida a levar
almas ao Salvador. Nesse tempo, "devorou" os livros: "Os
Discursos de Spurgeon"; "Os Melhores Sermões de Spurgeon";
"Graça Abundante" (Bunyan); e "O Descanso dos Santos"
(Baxter). A Bíblia, contudo, era o seu livro predileto, e costumava levantar-se
duas horas mais cedo para estudar as Escrituras, antes de se ocupar em qualquer
outro serviço do dia.
Acerca da sua chamada, nesse tempo, ele escreveu: "Apesar de sentir-me dirigido ao
ministério da Palavra, recusava terminantemente a ser missionário no
estrangeiro. Mas um colega me
convidou a assistir à reunião de um missionário,
o qual fez o seguinte apelo: 'Faz dois anos que passo de cidade em cidade
contando a situação de Formosa e rogando que algum jovem se ofereça para me
auxiliar. Mas parece que não consegui transmitir a são a nenhum. Volto, então,
sozinho. Dentro de pouco tempo meus ossos estarão
embranquecendo na encosta dum morro em Formosa.
Quebranta-me o coração saber que nenhum moço
se sente dirigido a continuar o trabalho que
iniciei'.
"Ao ouvir essas palavras, senti-me vencido pela
vergonha. Se o chão tivesse me engolido, teria sido um alívio. Eu, comprado com
o precioso sangue de Cristo, ousava planejar a minha vida como eu mesmo queria.
Ouvi a voz do Senhor dizer: 'A quem enviarei, e quem há de ir por nós?' E
respondi: Eis-me aqui, envia-me a mim! Desde então sou missionário. Lia
avidamente tudo que podia achar acerca de missões no estrangeiro e me esforçava
por transmitir aos outros a visão que eu alcançara - a visão dos milhões da
terra sem oportunidade de ouvirem um pregador".
Por fim chegou o tempo de iniciar seus estudos em Toronto.
O primeiro domingo ele o passou trabalhando entre os prisioneiros, na prisão
"Don", um costume que continuou durante todos os anos de estudos
nessa cidade. Durante a semana, dedicava muito tempo a andar de casa em casa
ganhando almas para Cristo. Quando o diretor do colégio onde estudava
perguntou-lhe quantas casas visitara durante os meses de junho a agosto, ele
respondeu: "Novecentas e sessenta."
Foi nesse tempo dos estudos que Jônatas Goforth se casou
com
Rosalind Bell-Smith. Acerca desse ato
ela escreveu:
"Comecei,
aos vinte anos de idade, a orar pedindo que, se o Senhor
desejasse
que eu me casasse, Ele me dirigisse um moço inteiramente dedicado a Ele e ao
seu serviço... Certo domingo, achei-me em uma reunião de obreiros da Toronto
Mission Union. Um pouco antes de começar a reunião, alguém à porta chamou
Jônatas Goforth. Ele, ao levantar-se para ir lá fora, deixou a Bíblia na
cadeira. Então eu fiz uma coisa que nunca pude explicar, nem para ela achei
desculpas; senti-me impelida a ir à cadeira dele, apanhei a Bíblia, e voltei à
minha cadeira. Ao folhear rapidamente o livro, achei-o quase gasto pelo uso, e
marcado de capa a capa. Fechei-o, e sem demora, coloquei-o de novo na cadeira.
Tudo isso aconteceu em um intervalo de poucos segundos. Ali, sentada no culto,
eu disse a mim mesma: 'Esse é o moço com quem seria bom que eu me casasse'.
"No mesmo dia fui apontada, juntamente com outras
para abrir um ponto de pregação em outra parte de Toronto. Jônatas Goforth
estava também entre o grupo. Durante as semanas que se seguiram, eu tive muitas
oportunidades de ver a verdadeira grandeza da alma desse homem, a qual nem seu
exterior desprezível podia esconder. Assim, quando ele me perguntou: - 'Queres
unir a tua vida à minha para irmos à China?' Sem vacilar um só momento,
respondi: - Quero! Mas, alguns dias depois, foi grande a minha surpresa quando
ele me perguntou: - 'Prometes nunca me impedir de colocar o Senhor e a sua obra
em primeiro lugar, mesmo antes de ti?' Era essa mesma a qualidade de moço que
eu pedira, em oração, para que Deus mo desse como marido, e firmemente
respondi: Prometo fazê-lo sempre! Oh! Como fora benigno o Mestre, ao
esconder-me o que essa promessa significava!
"Poucos dias depois de eu haver prometido o que me
pediu, veio a primeira prova. Eu sonhava, como mulher que era, com o bonito
anel de casamento que ia receber. Foi então que Jônatas me disse: - 'Não te
importas se eu te não comprar uma aliança?' A seguir explicou com grande
entusiasmo, como se esforçava na distribuição de livros e folhetos sobre o
trabalho na China. Queria economizar o mais possível para essa importante obra.
Ao ouvi-lo, e depois de contemplar a luz no seu rosto, as visões de uma aliança
bonita se desvaneceram: Era a minha primeira lição sobre os verdadeiros
valores!"
Em 19 de janeiro de 1888, centenas de crentes se reuniram
na estação em Toronto para se despedirem do casal Goforth que ia trabalhar na obra de Deus na China. Antes de
sair o trem, todos baixaram a cabeça em
oração e, ao partir o trem, a grande multidão cantava: "Avante, solda- dos
de Cristo!" E, uma vez fora da estação, os dois no trem rogaram a Deus que
os guardasse para viverem eternamente dignos da grande confiança que esses
irmãos depositaram neles.
Não muito depois de chegarem à China, Hudson Taylor lhes
escreveu: "Faz dez anos que a nossa missão se esforça para entrar no Sul
da província e somente agora é que o conseguimos..." Se a China Inland
Mission, com missionários e auxiliares experientes na língua e nos costumes do
povo sofre fracasso durante dez anos nessa província, como podia entrar ele,
jovem inexperiente e sem conhecer a língua?! As palavras de Hudson Taylor, "avançar
de joelhos", tornaram-se o lema da missão de Goforth para entrar no
Norte de Honã.
Jônatas Goforth levou mais tempo a aprender a língua, do
que seu companheiro que chegara um ano depois dele. Certo dia, ao sair para
pregar, ele, em grande desespero, disse à sua esposa: "Se o Senhor não
operar um milagre para eu aprender essa língua, serei um grande fracasso como
missionário!" Duas horas depois voltou, dizendo: "Oh! Rosa! Que
maravilha! Ao começar a pregar, as palavras e as frases tornaram-se tão fáceis
que o povo me compreendeu bem." Dois meses depois receberam uma carta dos
estudantes no colégio Knox, em Toronto, contando como em certo dia a certa hora
eles se reuniram para orar por eles - "Somente pelos Goforth" - e
ficaram convencidos de que eles foram abençoados por Deus, porque sentiram
muito a presença e o poder de Deus na oração. Goforth, ao abrir seu diário,
descobriu que foi no mesmo dia e hora que Deus lhe deu a habilidade de falar
fluentemente. Alguns anos depois, certo patrício seu, que falava bem o chinês,
disse-lhe acerca do seu estilo de falar: "Compreende-se a fala do senhor
sobre uma área maior do que de qualquer outra pessoa que conheço."
Um missionário veterano assim aconselhou a Goforth:
"Os chineses têm tantos preconceitos do nome de Jesus que deve esforçar-se
para demolir os deuses falsos e só depois mencionar o nome de Jesus, se houver
oportunidade." Ao contar isso à sua esposa, Goforth exclamou indignado:
"Nunca! Nunca! NUNCA!" Em nenhum tempo ele se levantou para
pregar sem a Bíblia aberta na mão.
Quando, alguns anos depois, os missionários novatos lhe
perguntaram o segredo do fruto extraordinário do seu ministério, ele respondeu:
"Deixo Deus falar às almas dos ouvintes por intermédio da sua própria
Palavra. Meu único segredo para tocar no coração dos mais vis pecadores é mostrar-lhes a sua necessidade e
pregar-lhes o Salvador poderoso para os salvar...
Esse era o segredo de Lutero, era o
segredo de João Wesley e ninguém se aproveitou
mais dele do que D. L. Moody".
Para manejar a ''Espada do Espírito" com grande execução, Goforth a
"afiava", estudando-a diariamente, sem falhar. Em vez de falar contra os ídolos, ele
exaltava a Cristo crucificado. Isso atraía
os pecadores para deixarem as suas vaidades.
Em 1896, ele escreveu: "Depois de chegar a Changté,
há cinco meses, o poder do Espírito Santo se manifesta quase diariamente para
nos alegrar. Durante esses meses, um total de mais de 25.000 homens e mulheres
nos visitaram em casa, e todos ouviram a pregação do Evangelho. Pregamos, na
média, oito horas por dia. Há, às vezes, mais de cinquenta mulheres de uma vez
no terraço. (Ele pregava aos homens, enquanto a sua esposa pregava às
mulheres.) Quase todas as vezes que apresentamos Cristo como Redentor e
Salvador, o Espírito Santo salva alguém e, às vezes, dez a vinte."
Contudo, não se deve pensar que esses missionários
escaparam de grandes tribulações. Não muito depois de chegarem à China, um
incêndio destruiu todas as suas possessões terrestres. O calor do verão era tão
intenso que sua primogênita, Gertrude, faleceu e foi necessário levar o cadáver
a uma distância de 75 quilômetros, a um lugar onde se permitia enterrar os
estrangeiros. Quando faleceu outro filhinho, Donald, foi necessário fazer de
novo a mesma longa viagem de 75 quilômetros com os restos mortais. Depois de
passarem doze anos na China, novamente perderam tudo quanto tinham em casa,
quando as águas de uma enchente subiram à altura de dois metros dentro da casa.
No
ano 1900, logo após outra filha, Florença, morrer de meningite, veio a
insurreição dos Boxers - acerca da qual já nos referimos. No levante dos Boxers, muitas centenas de missionários
e crentes foram brutalmente mortos. Só a mão de Deus os guiou e os sustentou na
fuga de Changté - uma viagem de 1.500 quilômetros, em tempo de intenso calor e de doença em um dos quatro filhos. Inúmeras vezes foram cercados pelas
multidões que clamavam: "Matai-os! Matai-os!" Uma vez a multidão
enfurecida arremessou pedras tão grandes que quebraram a espinha dos cavalos
que puxavam a carroça, mas todas as pessoas
do grupo escaparam! Goforth levou vários golpes de espada,
um dos quais atingiu o osso do braço
esquerdo, quando o ergueu para defender a cabeça. Apesar de o grosso
capacete,
que tinha na cabeça, ficar quase inteiramente cortado em pedaços, ele conseguiu
manter-se em pé até que recebeu um golpe que, por pouco, não lhe partiu o
crânio. Mas Deus não permitiu que a mão dos homens os destruíssem, porque ainda
tinha uma grande obra para fazer na China por intermédio desses servos. Assim,
sem poderem cuidar das feridas e com as roupas ensanguentadas, o grupo
enfrentava as multidões furiosas, dia após dia, até alcançar Shanghai. De lá, a
família embarcou em um navio para o Canadá.
Logo que diminuiu o perigo na China, os nossos incansáveis
heróis estavam novamente ocupados no trabalho em Changté. A região foi dividida
em três: a parte que caiu em sorte a Goforth foi o vasto território ao norte da
cidade com inúmeras vilas e povoados.
O plano de Goforth era alugar uma casa em um centro importante, passar um mês evangelizando e, depois mudar-se para outro centro.
Queria que a sua esposa pregasse no pátio da casa, de dia, enquanto ele e seus auxiliares pregavam nas ruas e nos povoados ao redor. À noite,
faziam os cultos juntos, ela tocando o harmonium. No fim do mês, podiam deixar um dos auxiliares para ensinar os novos
convertidos, enquanto o grupo passava para outro centro. Acerca desse plano a
esposa de Goforth escreveu:
"De fato, o plano foi bem concebido, a não ser uma
coisa: não se lembrou das crianças... Lembrei-me de como os meninos com varíola, em Hopei, me
cercaram quando segurava a criança no colo. Lembrei-me das quatro covas de
nossos pequeninos, e endureci o coração, como pederneira, contra o plano. Como
meu marido suplicava dia após dia! 'Rosa, por certo o plano é de Deus e receio
o que possa acontecer aos filhos se desobedecermos. O lugar mais seguro para ti e os filhos é no caminho da
obediência. Pensas em guardar os filhos seguros em casa, mas Deus pode mostrar-te que não podes. Contudo, Ele
guardará os filhos se obedeceres confiando nele!' Não muito depois, Wallace
caiu doente de disenteria asiática e por quinze dias lutamos para salvar a
criança; meu marido me disse: 'Oh! Rosa, cede a Deus, antes de perder tudo.' Mas parecia-me que Jônatas era duro
e cruel. Então nossa filha Constância caiu enferma da mesma doença. Deus
revelou-se a mim como um Pai em quem
eu podia confiar para conservar os meus filhos. Baixei a cabeça e disse: 'Ó
Deus, é tarde demais para a Constância, mas confio em ti, guarda os meus filhos. Irei aonde quer que me
mandes.' Na tarde do dia em que a criança faleceu, mandei chamar a senhora Wang, uma crente fervorosa e amada e lhe
disse:
'Não
posso contar-lhe tudo agora, mas estou resolvida a acompanhar meu marido nas
viagens de evangelização. Quer ir comigo?' Com lágrimas nos olhos, ela
respondeu: 'Não posso, pois a menina pode adoecer sob tais condições.' Não
querendo insistir, pedi que ela orasse e me respondesse depois. No dia seguinte
ela voltou com os olhos cheios de lágrimas e, com um sorriso, disse: 'Irei com
vocês'."
É coisa notável que não faleceu mais nenhum filho dos Goforth, na China, apesar
dos muitos anos que passaram na vida
nômade de evangelização. Goforth observou tão fielmente seu costume de
levantar-se às 5 horas para oração e estudo das Escrituras, como quando estava
em casa, em Chantgé. Geralmente, para o estudo tinha de ficar em pé diante da janela, com as costas viradas
para a família. Acerca da obra em Chantgé, são de Goforth estas palavras: "Nos primeiros
anos de meu trabalho na China,
contentava-me com a lembrança de que sempre há sementeira antes da colheita. Mas já passavam mais de treze
anos e a colheita parecia ainda distante. Tinha a certeza de que haveria uma coisa melhor para mim
se eu tivesse a visão e a fé
necessárias para adquiri-la. Estavam constantemente perante
mim as palavras do Mestre em
João 14.12: 'Na verdade, na
verdade vos digo que aquele que crê
em mim também fará as obras que eu faço,
e as fará maiores do que estas;
porque eu vou para meu Pai.' E sentia profundamente como no meu ministério faltavam
as 'maiores obras'."
No ano de 1905, Jônatas Goforth leu na Autobiografia de
Carlos Finney que um lavrador podia, com muita razão, orar pedindo uma colheita
material independentemente de se cumprirem as leis da natureza, assim como os
crentes podem esperar uma grande colheita de almas sem se cumprirem as leis que
governam a colheita espiritual. Resolveu então saber quais eram essas leis e
decidiu-se a cumpri-las, a qualquer preço.
Fez um estudo a
fundo e de joelhos, sobre o Espírito Santo e escreveu as notas nas margens da sua Bíblia chinesa. Quando começou a
ensinar essas lições aos crentes,
houve grande quebrantamento, com confissão de pecados. Foi na grande exposição
idólatra de Hsun Hsien que Deus primeiramente mostrou seu grande poder no ministério de Goforth. Durante o
sermão, um obreiro exclamou em voz baixa: "Esse povo está tão comovido, pela pregação, como a multidão no dia de Pentecoste,
pelo sermão de Pedro". Na noite do mesmo dia, num salão alugado e que não
comportava toda a grande
multidão pagã que queria assistir, Goforth pregou sobre o
texto: "Levando Ele em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro".
Quase todos mostraram-se convictos do pecado e quando o pregador fez o apelo,
levantaram-se clamando: "Queremos seguir a esse Jesus que morreu por
nós!" Um dos obreiros presentes assim expressou o que viu: "Irmão,
aquele a quem oramos durante tanto tempo para que viesse, veio de fato esta
noite." Nos dias que se seguiram, pecadores foram salvos em todos os
pontos de pregação e em todos os cultos.
Acerca do avivamento, que nesse tempo visitou a Coréia, um
dos missionários escreveu sobre o que presenciou: "Os missionários eram
como os demais crentes: não havia alguém entre eles de talento extraordinário.
Viviam e trabalhavam como quaisquer outros, a não ser nas orações... Nunca
senti a presença divina como a senti nos seus rogos a Deus. Parecia que esses
missionários nos levavam ao próprio trono no Céu! Fiquei muito impressionada,
também, ao ver como o avivamento era prático... Havia dezenas de milhares de
homens e mulheres transformados completamente pelo fogo divino. Grandes
templos, com assentos para 1.500 pessoas, ficavam superlotados; era necessário
realizar um culto para os homens e, em seguida, outro para as mulheres, a fim
de que todos pudessem assistir. Em todos ardia o desejo de espalhar as
'boas-novas'. Crianças se aproximavam das pessoas que passavam pelas ruas,
rogando- lhes que aceitassem a Cristo por seu Salvador... A pobreza do povo da
Coréia era conhecida em todo o mundo. Contudo, havia tanta liberalidade nas
ofertas, que os missionários não queriam ensinar mais sobre o dever de
contribuir. Havia grande dedicação à Bíblia, quase todos levando um exemplar no
bolso. E o maravilhoso espírito de oração permeava tudo."
Ao voltar da Coréia, Goforth foi chamado a Manchúria. Mais
tarde, ele escreveu: "Quando iniciei a longa viagem, estava convicto de
que eu tinha uma mensagem de Deus para entregar àquele povo. Mas não tinha ideia
de como presidir a um avivamento. Sabia pronunciar um discurso e sabia levar o
povo a orar, porém nada mais sabia do que isso..."
Goforth teve um grande desapontamento ao chegar à
Manchúria: os crentes não oravam como lhe prometeram fazer e a igreja estava
dividida! Depois do primeiro culto, ele, sozinho no seu quarto, caiu de joelhos
em desespero. E Deus respondeu à sua insistência, enviando tão grande desejo de
oração nas igrejas e tão profunda contrição pelo pecado, que elas não somente
foram purificadas de toda a classe de pecado, inclusive dos mais horrendos
crimes, mas os perdidos, em grande número, vinham e eram salvos.
A senha do avivamento do ano de 1859 foi: "Necessário
vos é nascer de novo" e a de 1870: "Crê no Senhor Jesus!" Mas a
meta de Goforth foi: "Não por força, nem por violência, mas por meu
Espírito" (Zc 4.6). Que o Espírito Santo operava em vários lugares na
Manchúria, em resposta às orações insistentes e em face de embaraços de toda a
sorte, vê-se claramente no que ele escreveu acerca da obra na cidade de
Newchang:
"Ao subir ao púlpito, ajoelhei-me um momento, como de costume, para orar.
Quando olhei para o auditório, parecia como que todos os homens,
mulheres e crianças na igreja estivessem com dores de julgamento. As lágrimas
corriam copiosamente e houve confissão de toda a espécie de pecado. Como se explica isso? A igreja era conhecida
como igreja morta e sem mais esperança, contudo, antes de enunciar sequer uma
palavra, sem mesmo cantar um hino e antes de orar, começou essa obra
maravilhosa. Não há outra explicação: foi o Espírito de Deus, que operou em
resposta às orações das igrejas de Mukden,
Liaoyang e de outros lugares na
Manchúria, as quais haviam
experimentado a mesma qualidade de avivamento e foram induzidas a interceder
por sua pobre e necessitada igreja irmã".
Jônatas Goforth, quando foi à Manchúria, era quase
desconhecido fora do pequeno círculo da sua denominação. Depois de algumas
semanas, quando voltou, os olhos dos crentes de todo o mundo estavam fitos
nele. Contudo, permaneceu o mesmo humilde servo de Deus, reconhecendo que a
obra não era dele mas do Espírito de Deus.
Chansi é conhecida como "a província dos
mártires". Certo chinês douto contou a Goforth como presenciara nessa
província, durante a Insurreição dos
Boxers, em 1900, de uma só vez a
morte de 59 missionários. Todos eles encararam o carrasco com a maior calma.
Uma mocinha, de cabelos louros, perguntou ao governador: "Por que devemos
morrer? Os nossos médicos não vieram de países remotos para dar suas vidas para
servir ao seu povo? Muitos doentes sem esperança não foram curados? Diversos
cegos não receberam a vista? É por causa do bem que fizemos que devemos
morrer?" O governador baixou a cabeça, e não respondeu. Mas um soldado, pegou a mocinha pelos cabelos,
e com um só golpe, decepou-lhe a cabeça. Um após outro foram
mortos; todos morreram com um sorriso de paz. Esse mesmo chinês contou como
viu, entre eles, uma senhora falando
alegremente ao filhinho. Com um só golpe ela foi prostrada, mas a
criança continuou a segurar-lhe a mão; logo a seguir outro golpe, um pequeno
cadáver jazia ao lado do cadáver da mãe.
Foi a essa mesma "província dos
mártires" que Deus enviou seus servos, os Goforth, oito anos depois, e
aconteceu o que vamos ler: "Em Chuwahsien, não muito depois de começar a
falar, vi muitos dos ouvintes baixarem a cabeça, convictos, enquanto as
lágrimas corriam-lhes pelas faces. Depois do discurso, todos que experimentaram
orar, estavam quebrantados. O avivamento, que começou assim, continuou durante
quatro dias. Houve confissão de toda a qualidade de pecados. O delegado
regional se admirou grandemente ao ouvir confissões de homicídios, de roubos e
de crimes de toda a sorte - confissões que ele só conseguiria arrancar deles
açoitando-os até quase os deixar mortos. Às vezes, depois de um culto de três
horas, ou mais, o povo voltava a casa para continuar a orar. Mesmo em horas
tardias da noite, havia pequenos grupos reunidos em vários lugares para orarem
até quase clarear o dia".
No colégio de moças, em Chuwu, na mesma "província
dos mártires", "as alunas insistiram para que lhes concedessem tempo
para jejuar e orar... No dia seguinte, quando as moças se reuniram de manhã,
para oração, o Espírito caiu sobre elas e ficaram de joelhos até a tarde desse
dia."
Das centenas de exemplos evidentes da operação poderosa do Espírito Santo nos corações, dentre
muitos outros lugares, citaremos aqui apenas os
seguintes:
Changté: "Quase
setecentas pessoas assistiram pela manhã. Havia um ferver de homens se
esforçando para ir à frente, de modo que Goforth só conseguiu pregar à tarde. O
culto era contínuo, prolongava-se o dia inteiro, com intervalos para as
refeições."
Kwangchow: "A
igreja, com assentos para 1.400 ouvintes, não comportava as multidões. O
Espírito Santo veio com poder extraordinário. Havia, às vezes, centenas de
pecadores contritos chorando..." Dois endemoninhados foram libertos e se
tornaram crentes fervorosos na obra de Deus. Em quatro anos o número dos salvos
aumentou de 2.000 para 8.000.
Shuntehfu: "Inesperadamente,
uma dúzia de homens começaram a orar e a chorar... sem poderem resistir ao
poder do Espírito Santo... Velhos discípulos de Confúcio, vinham à frente,
quebrantados e humilhados, para confessarem a Cristo como seu Senhor. Um total
de quinhentos homens e mulheres foram salvos. Foi, talvez, a maior obra do
Espírito Santo que eu tinha visto."
Nanquim: "Assistiram
mais de 1.500 pessoas. Centenas que também queriam assistir, não puderam entrar
e voltaram a casa. O culto da manhã durou quatro horas. O resto do tempo foi
dedicado à oração e confissão de pecados. A massa de pessoas que desejava
chegar ao estrado para confessar seus pecados foi tão grande que se tornou
necessário construir outra escada... Subi de novo ao estrado, às 3 horas da
tarde, para iniciar o segundo culto. Centenas de pessoas, nesse momento,
começaram a vir à frente e por isso eu não podia pregar... Às nove horas da
noite, seis horas depois de iniciar o culto, fui obrigado a me retirar e
embarcar para Pequim onde os crentes me esperavam para outra série de
cultos."
Shantung: "O
avivamento foi tão grande que cerca de 3.000 membros foram acrescentados à
igreja em três anos."
Acerca dos cultos entre os soldados do general Feng, a esposa de Goforth escreveu: ''Desde o
início, sentimos a presença de Deus. Duas vezes, todos os dias, Goforth tinha auditórios de cerca
de 2.000 pessoas, principalmente oficiais, que se mostravam grandemente
interessados... A três cultos, às esposas
foi permitido assistirem, e Deus me deu poder para falar-lhes. Quase todas
declararam-se prontas a seguir a Cristo. O general Feng, ao experimentar orar,
ficou quebrantado... A seguir outros oficiais, um após outro, começaram a
clamar a Deus entre soluços e lágrimas."
Assim continuou a obra, ano após ano, geralmente com três
cultos por dia, apesar de grandes obstáculos. No período da seca de 1920, 30 a
40 milhões dos habitantes ao redor encararam a morte pela fome. Em 1924,
Goforth assim escreveu à sua esposa, forçada por doença a voltar ao Cana- dá:
"Completo hoje 65 anos... Oh! Como cobiço, mais que qualquer avarento
cobiça o ouro, vinte anos ainda para ganhar almas!"
Depois de completar 68
anos de idade e sua esposa 62, idades em
que a maioria dos homens se afastam do serviço ativo, os dois foram
enviados para um campo inteiramente novo, na Manchúria - campo distante, vasto
e frio, que se estende até as fronteiras da Rússia e da Mongólia. Acerca
da sua partida, Goforth escreveu:
"Certo dia, em fevereiro de 1926, a minha esposa
estava deitada esperando a chegada da assistência para levá-la ao Hospital
Geral de Toronto. De repente, a campainha da porta e a do telefone tocaram simultaneamente.
Pelo telefone fomos avisados de que
não haveria lugar no hospital antes de três dias. Na porta
recebemos um cabograma do general Feng, da China, rogando que eu fosse sem demora. Nesse momento eu disse à
minha esposa: 'Que farei? Não posso deixar-te'. (Todos pensávamos que ela não
viveria muitos meses mais.) Minha esposa, depois de orar, disse: 'Vou contigo.'
Os membros da junta estavam reunidos na ocasião; apresentei-lhes o cabograma do
general Feng e concordaram que eu fosse. Mas quando os informaram de que a
minha esposa queria acompanhar-me, mostraram-se horrorizados, respondendo que
ela morreria no caminho. Então eu lhes disse: 'Os irmãos não conhecem essa mulher como eu. Quando ela diz que
vai, ela vai!' Assim concordaram em que ela fosse."
Durante muito tempo, avisados pelo cônsul do novo campo da
Manchúria, viviam com as malas arrumadas, a fim de partirem imediatamente no
caso de haver uma segunda insurreição dos Boxers, como todos esperavam.
Contudo, desde o início, Deus honrou o serviço desses servos, conforme se lê no
que ele escreveu na avançada idade de 70 anos: "Realizavam-se três horas
de pregação de manhã pelo grupo de missionários e quatro horas à tarde... Desde
o primeiro dia houve conversões; às vezes doze em um só dia. Grande foi o nosso
gozo ao vermos cerca de duzentas pessoas aceitaram a Cristo durante o mês de
maio."
Havia muito tempo que diversos amigos insistiam em que ele
escrevesse a história de como o Espírito Santo operava no seu ministério. Em
tempo de intenso frio, viu-se obrigado a extrair os dentes; durante quatro
longos meses sofreu dores cruciantes nos maxilares, a ponto de não poder
pregar. Foi nessa época que seu filho menor chegou do Canadá. Goforth então
conseguiu ditar a matéria para o filho datilografar. Dessa forma foi impresso o
livro "Por Meu Espírito", obra de grande circulação e influência.
Após quatro anos de serviço, foi-lhe necessário voltar ao
Canadá, por causa da vista de sua esposa. Foi durante esse tempo que Goforth,
também, começou a perder a vista. Enquanto convalescia das operações
mal-sucedidas para restaurar-lhe a visão de um olho. Ele relatou, uma por uma,
as histórias da obra na China, histórias que a sua enfermeira estenografou e
que, agora, completam o famoso livro intitulado: "Vidas Milagrosas da
China".
Em 1931, Goforth e sua esposa, ela com 67 anos e ele com
72, com os corações ardendo pelo desejo de ganhar almas, voltaram mais uma vez
à obra na Manchúria. Quatrocentos e setenta e dois convertidos foram batizados
em 1932. Um dia Goforth voltou de uma viagem evangelística para entrar em casa
às apalpadelas. Depois de ficar um momento ao lado da sua esposa, ele lhe disse
em voz baixa: "Receio que a retina do olho esquerdo tenha saído do
lugar." E assim tinha acontecido. A perda completa da visão era para ele
uma tristeza, uma tragédia, sentida por todos. Ao mesmo tempo chegou-lhes uma
carta informando-os de uma redução tão grande no que recebiam para o sustento
dos missionários e nas despesas das viagens evangelísticas, que parecia
impossível continuar a obra. Foi a maior crise de toda a vida de Jônatas
Goforth. Contudo, sem vacilar, olhou para Deus. A própria cegueira parecia mais
uma bênção do que uma aflição: os crentes mostravam-se mais ligados a ele do
que antes. Vencendo o desânimo inevitável dos que perdem a vista, não cessou de
pregar com a Bíblia que amava, aberta nas mãos. No ano de 1933, setecentos e
setenta e oito convertidos foram batizados.
Por fim, os Goforth cederam ao apelo dos crentes do Canadá
a que voltassem para animar as igrejas a enviarem mais missionários. Durante os
preparativos para a viagem, souberam que novecentos e sessenta e seis
convertidos foram batizados naquele ano, 1934. O culto de despedida foi um dos
mais comoventes em toda a história da obra missionária. O missionário, tão
amado pelos crentes, agora, por causa da cegueira, não podia ver como tinham enfeitado
o templo, mas eles bondosamente e com prazer lhe descreveram tudo acerca das
muitas e lindas bandeiras de seda e veludo que cobriam inteiramente as quatro
paredes do templo. Os pregadores que falaram, o fizeram chorando. Um deles
disse: "Agora Elias está para sair de nosso meio e cada um de nós deve
tornar-se um Eliseu".
Na hora da despedida, na plataforma da estação estava uma multidão de crentes
chorando. Goforth, sentado diante da janela no trem, com o rosto virado para
aqueles crentes que tanto amava, mas não podia ver, continuava a fazer-lhes
sinais com a cabeça, de vez em quando, levantando os olhos para cima,
indicando, assim, a bendita esperança de uma
reunião no Céu. Quando o trem partiu,
os crentes com os olhos cheios de lágrimas, tentaram
acompanhá-lo, correndo paralelamente, a fim de conseguirem olhar mais uma vez para
o rosto desses queridos
missionários.
Durante dezoito meses, Goforth pregou
a grandes auditórios no Canadá e nos Estados Unidos. Dia após dia, esse
veterano estava em pé diante desses auditórios, com a sua amada Bíblia aberta
nas mãos. Abria o livro, aproximadamente nas páginas, das quais citava as
passagens de cor, durante o sermão. Isso ele fazia, tendo os olhos abertos e
com tanta prática, que era difícil crer que as não lia como outrora.
O ponto principal de suas mensagens descobre-se nestas
palavras que ele disse certo dia à sua esposa: "Querida, acabo de fazer um
cálculo mental que prova com certeza qual o resultado de dar ao Evangelho a
oportunidade de operar. Se cada um dos missionários enviados à China ti-
vesse levado tantas almas a Jesus como os
seis missionários do nosso
campo durante o ano de 1934, o último ano que passamos na Manchúria, isto é,
166 por cada missionário, o número de conversões na China teria alcançado a
cifra de quase um milhão de almas, em vez
de apenas 38.724, isto é, teria sido vinte e cinco vezes maior!"
Certo dia, quando tinha de pregar somente à noite, ele
disse á sua esposa: "Em vez de sairmos de casa hoje, acho melhor
participarmos de um banquete da Palavra. Lê para mim o precioso Evangelho de
João". Ela leu dezesseis capítulos desse
livro. "Percebia-se que era um verdadeiro
banquete para ele, pela atenção que
prestava à leitura de certas passagens." Antes de falecer, tinha lido a
Bíblia, de capa a capa, mais de setenta e três vezes.
Na noite do dia 7 de outubro de 1936, Jônatas Goforth,
depois de um discurso fervoroso e longo, sobre o tema: "Como o Fogo do Espírito Varreu a Coréia", deitou-se
tarde para dormir. Às sete horas da manhã
seguinte, a sua esposa levantou-se e vestiu-se. Logo a seguir verificou que foi
mais ou menos no momento em que ela se levantou que ele, "dormindo aqui na
terra, num instante, acordou-se na Glória, vendo de novo." Poucos dias
antes, ele tinha dito que se regozijava em saber
que o primeiro rosto que ia ver, seria o de seu Salvador.
Cinco anos e meio depois de Jônatas Goforth haver dormido
no Senhor, Rosalind Goforth reuniu-se ao seu amado marido e companheiro de
lutas. As últimas palavras que pronunciou, foram estas: "O Rei me chama.
Estou pronta".
Dela também pode-se dizer, como foi dito a respeito dele:
"Entregava-se à oração e ao estudo da Palavra, para saber a vontade de
Deus. Foi esse amor pela leitura da Bíblia e a ininterrupta comunhão com Deus
que lhe deram o poder de comover auditórios e convencê-los do pecado e da
necessidade do arrependimento. Em todas as ocasiões ele dominava a sua própria
pessoa e confiava inteiramente no poder do Espírito Santo para descobrir as
coisas de Jesus aos ouvintes."
Que o mesmo brado de guerra seja sempre nosso:
"Não por força, nem por violência, mas por meu Espírito" - "Mas
recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo".
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