Sendo Deus o primeiro evangelista da História Sagrada, toda a
sua palavra é amorosamente evangelizadora.
Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua
terra, e da tua parentela,e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e
engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão
benditas todas as famílias da
terra. (Gn 12.1-3)
O Evangelho de Cristo a
Abraão
De Adão, o primeiro homem, a Abraão, o
primeiro patriarca dos hebreus, temos um interregno de
aproximadamente dois mil anos. Nesse período, o Reino de Deus parecia engolido
pelo império de Satanás.
Todavia, o Evangelista Eterno estava apenas
preparando o caminho de seu Filho que, decorridos mais dois milênios,
haveria de nascer em Belém de Judá.
1. Abraão, o gentio. Ao ser chamado por Deus a
peregrinar numa terra desconhecida e mui distante, Abraão não
passava de um gentio como eu e você. Era um caldeu entre os caldeus. O
idioma que falava não era o hebraico, mas a língua aramaica que, nascida
em Damasco, estendia-se até
as fronteiras com a Índia. Mas aprouve a Deus
evangelizá-lo, separando-o dentre as gentes, para, por meio dele, levar
o mundo a uma surpreendente realidade espiritual.
De tal forma converte-se Abraão ao Deus Único
e Verdadeiro que, ante o seu chamamento, deixa uma cidade segura e
confortável para andejar um chão ermo e cheio de sobressaltos. Suas
experiências com o Senhor são
profundas; faz-se amigo de Deus (Is 41.8).
Não demora para que o seu nome seja mudado, indicando uma nova dimensão
em sua vida espiritual.
Dantes, era Abrão: grande pai. Mas, agora, é
Abraão, que em hebraico significa pai de uma multidão não somente
étnica, mas destacadamente espiritual (Gn 17.5). Logo, o patriarca
hebreu torna-se o nosso pai na fé
(Tg 2.21). O cristianismo e o judaísmo são
religiões abraãmicas.
Semelhante designação é reivindicada também
pelo islamismo. Todavia, ao ler o Corão, não pude encontrar, em
nenhuma de suas suratas, algo que me levasse a identificar a fé islâmica com a
crença do patriarca hebreu.
2. O evangelho de Deus a
Abraão. Em
sua belíssima teologia da justificação pela fé, Paulo, depois de
condenar energicamente o falso evangelho anunciado nas regiões da Galácia,
escreve:
É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso
lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de
Abraão.
Fonte: Livro o desafio da Evangelização, escrito por Claudionor de Andrade.