E em tua semente serão benditas
todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz.
— Génesis 22.18
Até o capítulo 16, o velho
patriarca tinha o nome Abráo e sua mulher era Sarai. Posteriormente, no
capítulo 17, Yahweh muda o nome do casal, e Abráo passou a ser Abraão, que
significa “pai de uma multidão”, e Sarai (princesa) passou a ser Sara, que
significa “mãe das nações” (Gn 17.5,15,16). Abraão havia experimentado a intervenção
de Deus em várias situações, com grandes vitórias e conquistas. Ainda no
capítulo 17, Abraão e Sara, além da mudança de seus nomes, recebem do Senhor a
promessa de um filho, o qual seria a semente de uma grande multidão que
formaria um povo especial que representaria os interesses de Deus na face da
terra. Apesar do conflito por causa do filho da escrava Agar, o filho que seria
gerado no ventre de Sara seria um milagre, uma vez que ambos não tinham mais
idade para a procriação. O tempo passou e quinze anos depois nasceu Isaque, o
filho da promessa, o qual foi muito amado por Abraão e Sara.
Ao chegar ao capítulo 22, Abraão
experimenta a maior prova de toda a sua vida, quando Deus lhe pede o objeto
maior do seu amor, o filho Isaque, em sacrifício. A obediência à ordem de Deus
parecia que iria inviabilizar a concretização da promessa de fazer da sua
semente um grande povo. A história desse capítulo representa o ponto clímax da
vida religiosa de Israel. Para alguns críticos da Bíblia, essa
história significa apenas uma alegoria e, por isso, negam o sentido literal do
texto. Entretanto, por mais irracional que pareça o episódio, essa história é
verdadeira e os fatos da mesma demonstram o teste mais forte que um homem
poderia enfrentar. Abraão foi submetido por Deus a uma experiência que provaria
a qualidade de sua fé e confiança no poder sustentador de Jeová-Jireh, o Deus
de Israel. Foi ordenado que fosse a um monte, chamado Moriá, e naquele monte
sacrificaria o seu filho, o filho da promessa. Pela fé, Abraão obedeceu à ordem
de Deus e tomou o caminho do sacrifício com seu filho Isaque.
O apóstolo Paulo declarou que “a fé opera por amor” (G1 5.6)
e esta verdade mostra que Abraão amava a Deus mais do que a qualquer outra
coisa em sua vida. Quando Deus o prova pedindo-lhe o “filho do seu amor”,
Abraão, com o coração estremecido pelo pedido de Deus, não titubeia em oferecer
seu filho Isaque em sacrifício, porque cria que Deus era poderoso até para dos
mortos o ressuscitar (Hb 11.18).