Rejeitado como a luz dos homens. “E a
luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” A luz era
derivada do Verbo, e pela capacidade recebida da parte dEle podiam reconhecer o
que era útil à sua natureza espiritual. Mesmo assim, fecharam os olhos à Fonte
da luz, como o olho doentio que rejeita a luz natural, embora aquela fosse a
vida deles. A queda foi um obstáculo, na história da humanidade, ao
entendimento da Palavra de Deus, porque envolveu o mundo em trevas morais e
espirituais, de tal modo que os homens, criados por Deus, não podiam mais
entender as instruções de seu Criador, tendo sido obscurecidas as suas mentes
pelo efeito do pecado e da ignorância.
O
pensamento básico do trecho é interrompido pelos versículos 6-8, que enfatizam
a posição de João Batista como testemunha c refletor da luz, e não como
Messias. Alguns dos seus discípulos se apegaram tanto a ele que, a despeito da
advertência contida no testemunho que deu de si mesmo em João 3.25-30, teimaram
em sustentar ser João Batista o Messias, e, posteriormente, formaram a seita
dos mandeus, da qual existem ainda seguidores no Oriente.
Voltando
ao pensamento básico: “Estava no mundo, c o mundo foi leito por ele, e o mundo
não o conheceu”. Os homens tinham tão pouco entendimento da origem do seu ser,
aprenderam tão pouco acerca da razão da sua existência, que não reconheceram
seu Criador quando Ele surgiu no meio deles. A civilização romana registrou seu
nascimento, lançou-o no cadastro de pessoas físicas para finalidades dc
impostos, mas não tomou o mínimo conhecimento dEle como sendo o próprio Deus
revelado cm seu meio.
Rejeitado como
Messias de Israel. “Veio para o que era seu, c os seus não o receberam”.
Jesus ensinou esta verdade na parábola dos lavradores maus (Mt 21.33- 43). Que
tragédia! A nação que aguardava a vinda do Messias, orando ardentemente por
este acontecimento, cantando e profetizando acerca da sua vinda, não quis
recebê-lo quando chegou! (Cf Is 53.2,3; Lc 19.14; At 7.51,52).