O renovo, o azeite e a luz (segunda parte)

PR. ELIENAI CABRAL



Na ótica de Deus, a Igreja é um castiçal feito por Ele para produzir luz para o mundo, e que precisa ser provido com um novo óleo dourado, limpo e forte. O azeite velho e endurecido das experiências passadas precisa ser renovado.

É lamentável perceber no atual momento igrejas buscando luzes estranhas com combustíveis não produzidos pelo Espírito Santo. Muito do óleo velho que está aí nada tem a ver com o óleo sempre novo que vem da fonte inesgotável do Espírito Santo. É azeite endurecido e petrificado dos que vivem de experiências passadas e manipulações.

Zacarias 4.2-3,11-12 nos apresenta sete ingredientes especiais do modo de operação de Deus na restauração do seu povo. Esses ingredientes são: 1) castiçal de ouro (v2); 2) um vaso de azeite (v2); 3) sete lâmpadas (v2); 4) sete canudos (canais) para as sete lâmpadas (v2); 5) duas oliveiras (vv3,11); 6) o óleo dourado (v12); 7) e dois tubos de ouro (v12). Deus toma esses sete ingredientes ligados ao castiçal para ilustrar e ensinar procedimentos quanto à unção espiritual.

A visão era nítida na mente do profeta. Cada material tem seu significado tipológico, seu sentido espiritual. Em Apocalipse, João teve uma visão das sete igrejas da Ásia, em que cada uma era representada por um castiçal. Pelo Espírito Santo, Deus utiliza todos os meios possíveis para tornar a Igreja capaz de iluminar o mundo com a sua luz. Luz e poder são elementos produzidos pelo castiçal.

Assim como Zacarias viu “vasos de azeite” suprindo o castiçal, o Espírito provê e supre a Igreja com unção. Na visão, os líderes Josué e Zorobabel foram dinamizados e se tornaram vasos de azeite para a vida espiritual de Israel. Também hoje Deus tem tomado vasos especiais, por cujos ministérios a Igreja de Cristo tem sido suprida e provida de unção espiritual. Como esquecer de Gunnar Vingren, Daniel Berg, Nels Nelson, Clímaco Bueno Asa, Alcebíades Vasconcelos, Estevão Ângelo de Souza, Osmar Cabral, Bernardino da Silva, Paulo Macalão, John Peter Kolenda, Orlando Boyer e tantos outros que já passaram? Que dizer de outros vasos de azeite que Deus tem levantado em nossos dias, que estão vivos e temos o seu testemunho?

O azeite dourado que estava no cimo do castiçal não dependia de qualquer manipulação ou esforço humanos, avivamentos pré-fabricados, enlatados das neoteologias despidas de qualquer compromisso com os princípios bíblicos. É lamentável o surgimento de pessoas que querem mostrar falsa luz, produzida por falso azeite. São os produtores de “milagres” e “unções” manipuladas como se o Espírito dependesse deles.

As sete lâmpadas e os múltiplos tubos de recepção do azeite dourado indicam a plenitude e a multiplicidade das operações do Espírito. O suprimento contínuo do azeite das duas oliveiras não faltaria. A obra a ser feita não sofreria “solução de continuidade”.

A Igreja deve ser instrumento de multiplicidade e diversidade de operações do Espírito Santo (1Co 12.4-7). Assim como “duas oliveiras” supriam o castiçal com azeite pelo ministério de Zorobabel e Josué, Deus planta oliveiras no seio da igreja local, para, através de seus ministérios, suprirem a Igreja. Esse suprimento ministerial tem que ter seu respaldo na Palavra. Não podemos inventar ministérios em detrimento dos que já existem para a vida da Igreja.

Na visão do castiçal, o profeta viu que das duas oliveiras o azeite produzido era canalizado através de “dois tubos de ouro”, e ele era “dourado”. O azeite dourado indica sua procedência, que não é de fontes comuns. Não é produção humana. É azeite especial para quem se coloca como canal (“tubos de ouro”) para suprir a Igreja.

Precisamos da unção que limpe e lubrifique os canais entupidos pelas preocupações, pelo desmazelo diante das coisas espirituais. Queremos uma unção capaz de desbloquear esses canais entupidos, de propiciar energia suficiente para a vida cristã atuante, de nos tornar aptos para a realização de sinais e prodígios em nome do Senhor!


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