AUXÍLIO JOVENS- L 06 - OS DISCÍPULOS SÃO COMISSIONADOS POR JESUS

Mateus 10.1-15
10.1 Jesus tinha muitos discípulos (aprendizes), mas Ele indicou doze a quem deu autoridade e treinamento especial. Estes homens eram o seu círculo mais íntimo de amigos, e receberam o treinamento mais intenso. Podemos ver o impacto destes homens por rodo o restante do Novo Testamento. Eles iniciaram a igreja cristã. Os Evangelhos chamam estes homens de "discípulos" ou os "Doze"; o Livro de Aros os chama de "apóstolos".
A escolha de doze homens é altamente simbólica. O número 12 corresponde às doze tribos de Israel (19.28), e mostra a continuidade entre o antigo sistema religioso e o novo, baseado na mensagem de Jesus. Estes homens eram os justos remanescentes (os crentes fiéis do Antigo Testamento que nunca abandonaram a Deus nem à sua lei) que realizariam o trabalho que as doze tribos tinham sido escolhidas para realizar-construir a comunidade de Deus. O número era tão importante que, quando Judas Iscariotes se suicidou, os discípulos escolheram outro homem para substituí-lo (veja At 1.15-26).
Aqui está registrada a primeira vez em que Jesus enviou estes discípulos sozinhos. Estes doze homens tinham o poder de Jesus sobre as forças malignas. Jesus capacitou os seus discípulos para expulsarem os espíritos imundos. Jesus também deu aos seus discípulos o poder para curar toda enfermidade e todo mal. Era importante que eles tivessem tais poderes, porque Jesus estava estendendo a sua missão por meio deles. Jesus confronta diretamente os demônios e as doenças. Os discípulos deram prosseguimento ao propósito de Jesus, e também à expressão do Seu poder.
10.2-4 No versículo 1, estes homens são chamados de "discípulos"; aqui, a palavra apóstolos é usada para ressaltar o seu papel de mensageiros - "os enviados".

O primeiro nome registrado foi Simão, a quem Jesus deu o nome de Pedro (veja João 1.42). Pedro tinha sido um pescador (4.18). Ele se tornou um dos três no círculo mais íntimo de Jesus entre os discípulos. Ele também admitiu que Jesus era o Messias (16.16). Embora mais tarde Pedro tenha chegado a negar ter conhecido Jesus, no final ele se tornaria um líder na igreja de Jerusalém, escreveria duas cartas que constam na Bíblia (1 e 2 Pedro) e seria crucificado pela sua fé.

André era irmão de Pedro e também um pescador (4.18). Ele tinha sido um discípulo de João Batista, e tinha aceitado o testemunho de João de que Jesus era o "cordeiro de Deus". Ele tinha deixado João para seguir a Jesus. André e João foram os primeiros discípulos de Jesus Jo 1.35-40). André trouxe Pedro a Jesus Jo 1.41,42).
Tiago e João também tinham sido pescadores (4.21). Tiago se tornaria o primeiro apóstolo a ser martirizado (At 12.2). João escreveria o Evangelho de João, as três cartas de João e o livro do Apocalipse. Os irmãos podem ter sido parentes de Jesus (primos distantes); em certa ocasião, sua mãe pediu lugares especiais para eles no Reino de Cristo (20.20-28).

Filipe foi o quarto a encontrar Jesus Jo 1.43). Filipe então trouxe Bartolomeu (Jo 1.45). Filipe provavelmente conhecia André e Pedroporque eles eram da mesma cidade, Betsaida (Jo 1.44). A opinião de muitos estudiosos é que Bartolomeu e Natanael são a mesma pessoa. Bartolomeu era um homem honesto (Jo 1.47).

Frequentemente nos lembramos de Tomé como o "Tomé que duvida', porque ele duvidou da ressurreição de Jesus (Jo 20.24,25). Mas ele também amava ao Senhor, e era um homem de grande coragem (Jo 11.16). Quando Tomé viu e tocou o Cristo vivo, o Tomé que duvidava tornou-se o Tomé que acreditava.

Mateus, o autor deste Evangelho, descreveu a si próprio mencionando a sua antiga profissão, provavelmente para mostrar a diferença que Jesus fez na sua vida. Também conhecido como Levi, ele tinha sido um publicano [ou coletor de impostos] (9.9). Desta forma, ele tinha sido uma pessoa desprezada, mas tinha abandonado esse corrupto (embora lucrativo) meio de vida, para seguir a Jesus.

Tiago é designado como filho de Alfeu para diferenciá-lo do Tiago de 10.2.

Tadeu também é chamado "Judas, filho de Tiago" (veja Lc 6.16; At 1.13).

Simão provavelmente não era um membro do grupo dos zelotes, pois esse partido político não apareceu até 68 d.C. É muito provável que a palavra zelote indique zelo pela honra a Deus, e não um nacionalismo extremo. Este era um apelido afetuoso.

Judas Iscariotes. O nome "Iscariotes" é provavelmente um nome composto, que significa "o homem de Queriote". Assim, a pátria de Judas era Queriote, na parte sul da Judéia (veja Js 15.25), fazendo dele o único dos Doze que não era da Galiléia. Foi Judas, filho de Simão Iscariotes (Jo 6.71), que mais tarde traiu Jesus entregando-o aos seus inimigos. Depois cometeu suicídio (27.3-5; Lc 22.47,48).

10.S,6 Jesus deu instruções específicas, entretanto, com respeito ao foco do seu ministério: Não ireis pelo caminho das gentes [ou gentios], nem entrareis em cidade de samaritanos. Um "gentio" era qualquer pessoa que não fosse um judeu. Os "samaritanos" eram uma raça que resultou de casamentos entre judeus e gentios depois do cativeiro no Antigo Testamento (veja 2 Rs 17.24). Isto não queria dizer que Jesus se opusesse à evangelização de gentios ou samaritanos; na verdade, Mateus já descreveu um encontro positivo entre Jesus e gentios (8.28-34) e João 4 narra a sua conversa com uma mulher samaritana. A ordem de Jesus de ir, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel significa que os discípulos deveriam passar o seu tempo entre os judeus (veja também 15.24). Estas palavras restringiam a missão "de curto prazo" dos discípulos. Jesus veio não somente para os judeus, mas "primeiro" para os judeus (Rm 1.16). Deus os escolheu para contar ao resto do mundo sobre Ele. Mais tarde, estes discípulos receberiam a comissão de fazer discípulos de todas as nações (28.19). Os discípulos e apóstolos judeus pregaram o Evangelho do Cristo ressuscitado por todo o império romano e em breve os gentios estavam afluindo à igreja. A Bíblia ensina claramente que a mensagem de salvação de Deus é para todos os povos, independentemente de raça, sexo ou nacionalidade (Gn 12.3; Is 25.6; 56.3-7; MI 1.11; At 10.34,35; Rm 3.29,30;Gl 3.28).

10.7,8 Jesus enviou os seus discípulos para pregar dizendo que o Reino dos céus estava próximo. Jesus estava falando de um reino espiritual. O reino ainda está "próximo" (versão RA). Jesus, o Messias, já começou o seu Reino na terra, nos corações dos seus seguidores. Um dia o Reino estará plenamente aparente.
Os discípulos também deveriam usar a autoridade e o poder que Jesus lhes tinha dado (10.1). Ele deu aos discípulos um princípio para guiar os seus atos quando ministrassem a outros: de graça recebestes, de graça dai. Os discípulos tinham recebido a salvação e o Reino sem nenhum custo; eles deveriam dedicar o seu tempo segundo o mesmo princípio. Uma vez que Deus derramou suas bênçãos sobre nós, nós devemos dar generosamente aos outros o nosso tempo, onosso amor e as nossas posses.

10.9,10 Estas instruções parecem, a princípio, serem contrárias a planos de viagem normais, mas elas simplesmente revelam a urgência da tarefa e a sua natureza temporária. Jesus enviou os discípulos em pares (Me 6.7), esperando que eles retornassem com um relatório completo. Esta era uma missão de treinamento; eles deveriam partir imediatamente e não levar bagagem, levando somente o mm1mo necessário. Eles deveriam depender de Deus e do povo ao qual ministrassem (10.11). Os discípulos deveriam partir imediatamente, sem grandes preparativos, confiando no cuidado de Deus e não nos seus próprios recursos. Jesus disse digno é o operário do seu alimento, querendo dizer que aqueles que mm1stram devem receber sustento daqueles a quem estão ministrando (veja Lc 10.17; 1 Tm 5.18). As instruções de Jesus estão relacionadas somente com esta missão em particular. Diferentes épocas e ocasiões pediriam medidas diferentes, mas os obreiros cristãos ainda podem revelar a simplicidade de Cristo quando cumprem o ministério sem excessivas complicações mundanas.

10.11   Cada par de discípulos deveria entrar em uma cidade ou aldeia e hospedar-se na casa de quem fosse digno (isto é, a casa de um crente que os tivesse convidado para se hospedarem ali durante o seu ministério). A instrução de permanecer ali até deixar a cidade os aconselhava a não ofender o seu anfitrião procurando uma acomodação "melhor" numa casa mais confortável ou socialmente importante. A permanência em uma casa não seria um peso para o seu proprietário, porque a estadia dos discípulos em cada comunidade seria breve. Os "dignos" eram aqueles que reagiriam positivamente à mensagem do Evangelho, crendo nela.

10.12 ,13 Quando os discípulos entrassem nalguma casa, eles deveriam saudá-la, ou seja, abençoá-la. Naquela época, as pessoas acreditavam que as bênçãos poderiam ser dadas e igualmente retiradas. Se a casa for digna (isto é, aceitando a eles e à sua mensagem), que a bênção da paz desça sobre ela. Mas se a casa não aceitasse a sua mensagem, então os discípulos deveriam tomar de volta a paz. A paz retirada daquela casa também indicava o julgamento futuro (1O.15). Aqueles que recebessem os discípulos também receberiam o Messias. Aqueles que cuidassem dos emissários de Deus receberiam bênçãos em retribuição (10.40).

10.14    Os discípulos também iriam passar por rejeição, tal como Jesus tinha enfrentado em Decápolis (8.34). Desta maneira, Jesus também os instruiu que se em uma cidade ninguém os recebesse (isto é, os hospedasse), e até mesmo se recusassem a ouvi-los, então eles deveriam sacudir o dos pés ao sair dali.
Sacudir o pó que estava acumulado nas sandálias mostrava extremo desprezo por uma região e seu povo, e também a determinação de não mais se envolver com eles. Sacudir o pó dos pés era um gesto de completo repúdio. Sacudir o pó de um lugar, disse Jesus, seria um testemunho contra o povo. As suas implicações eram claras e tinham consequências eternas. Jesus estava deixando claro que os ouvintes eram responsáveis pelo que faziam com o Evangelho. Enquanto os discípulos tivessem apresentado a mensagem cuidadosamente e fielmente, eles não seriam culpados quando os outros a rejeitassem. Da mesma maneira, nós não somos responsáveis quando outros rejeitam a mensagem de Cristo, mas temos a responsabilidade de transmitir o Evangelho claramente e fielmente.

10.15 Deus tinha destruído o país de Sodoma e Gomorra com o fogo do céu por causa das suas iniquidades. Para os judeus, o julgamento destas cidades foi uma lição não somente de punição de um grande mal, mas também com a finalidade de um julgamento divino. Aqueles que rejeitarem o Evangelho estarão, no Dia do Juízo, em uma situação muito pior do que as pessoas pecadoras daquelas cidades destruídas, que nunca chegaram a ouvir o Evangelho.

RETIRADO DO LIVRO COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL.

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