Mateus 5.1-16.
5.1,2 Muitas
vezes, Jesus apresentava seus ensinos sobre um monte. Seus discípulos vinham
até Jesus e Ele se sentava para ensinar. A multidão se
reunia e sentava nas encostas abaixo dele. Provavelmente, Jesus dirigia esses
ensinos principalmente aos doze discípulos, mas as multidões estavam presentes
e ouviam suas palavras. Muito do que Jesus dizia se referia à idéias que haviam
sido promovidas pelos líderes religiosos daquela época. Os discípulos, que eram
as pessoas mais próximas desse homem popular, podiam ser facilmente tentados a
se sentir importantes, orgulhosos e possessivos. Entretanto, Jesus lhes disse
que ao invés da fama e da fortuna, eles podiam esperar o sofrimento, a fome e a
perseguição. Jesus também lhes assegurou que iriam receber recompensas, mas
talvez não nessa vida.
5.3 As Beatitudes descrevem como os seguidores de Cristo devem
viver. Cada uma delas mostra como alguém pode ser bem aventurado. Ser
bem-aventurado significa ter mais do que felicidade; significa receber o
favor e a aprovação de Deus. De acordo com os padrões mundanos, os tipos de pessoas descritos por
Jesus não parecem ser particularmente abençoados por Deus. Mas a forma de vida
que agrada a Deus geralmente contradiz a forma de vida do mundo. Jesus
explicou: "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o
Reino dos céus". Somente aqueles que humildemente dependem de Deus são
admitidos no Reino dos céus. A consumação final de todas essas recompensas do
Reino se encontra no futuro. Entretanto, os crentes já podem compartilhar o
Reino (que já foi revelado), vivendo de acordo com as palavras de Jesus.
5.4
Em outra aparente contradição de termos, Jesus explicou: "Bem-aventurados
os que choram, porque eles serão consolados". Esse versículo, ligado à
Beatitude do versículo 3, significa que a humildade (a constatação da
indignidade humana perante Deus) também exige a contrição pelos pecados. Se os
seguidores de Jesus lamentam pelos pecados ou
pelo sofrimento, a promessa de Deus assegura que eles serão consolados. Somente
Deus pode perdoar e apagar os pecados. Somente Deus pode dar consolo àqueles
que sofrem por amor a Ele, porque estes conhecem a recompensa que os aguarda no
Reino.
5.5
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” . As palavras
traduzidas como mansos transmitem a humildade e a confiança em Deus. Pessoas mansas
e humildes não se menosprezam, mas também não se julgam extremamente
superiores. Ironicamente, não serão as pessoas arrogantes e ricas que
alcançarão todas as coisas. Na verdade os mansos... herdarão a terra. Jesus
usou a palavra “terra” para se referir à futura herança do Reino. De acordo com
Apocalipse 21-22, os crentes desfrutarão um novo céu e uma nova terra. Um dia,
Deus irá conceder graciosamente aos seus verdadeiros discípulos aquilo que eles
não conseguiram obter para si mesmos na terra.
5.6 “
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”.
As palavras fome e sede retratam os intensos anseios que as pessoas querem
satisfazer - necessidades das quais não podem prescindir em sua vida. Aqueles
que sentem um intenso anseio por justiça são bem-aventurados. Provavelmente,
isso se refere à justiça pessoal - ser farto de Deus significa que a pessoa
cumpre totalmente a vontade do Senhor. A justiça se refere a um total e
completo discipulado e obediência. Também pode se referir à justiça para o
mundo inteiro - o fim do pecado e do mal que nele existem. Nos dois casos, a
promessa de Deus é certa; eles serão fartos. Deus satisfará plenamente a sua
fome e sede espiritual.
5.7
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”
Pessoas misericordiosas entendem que, porque receberam misericórdia de Deus,
devem estender essa misericórdia aos outros. A misericórdia implica
generosidade, perdão, compaixão e um desejo de remover todo o mal, assim como o
desejo de aliviar os sofredores. Essa promessa não garante a misericórdia das
pessoas. O consolo dos crentes vem de saber que, não importa como o mundo os
tratará, Deus mostrará a sua misericórdia agora, e também quando Jesus voltar.
5.8 “
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”. Pessoas
reconhecidas como limpas de coração são moralmente puras, sinceras e honestas.
São pessoas de integridade e decidido compromisso com Deus. Por causa da sua
sincera devoção a Cristo, elas verão a Deus aqui e agora através dos olhos da
fé (Hb 11.27) e depois face a face (1 Jo 3.2).
5.9
“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.
Deus pede que seus filhos sejam amantes da paz. Isso envolve ação, e não uma
simples submissão. Os amantes da paz são ativos pacificadores, que trabalham
para trazer a reconciliação, a fim de que terminem a amargura e as contendas.
Não se trata de uma simples conciliação, mas de administrar e resolver
problemas para manter a paz. Pessoas egoístas e arrogantes não se preocupam com
a promoção da paz. Os pacificadores serão chamados de filhos de Deus porque
refletem o caráter do seu Pai.
5.10
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é
o Reino dos céus” . A perseguição não deve surpreender os cristãos. Pessoas que
dão prioridade aos outros raramente recebem aplausos e honrarias, e muitas
vezes são perseguidas. Pelo fato de viverem para Deus, elas se destacam no
mundo, e se tornam alvos dos ataques do inimigo. O mundo está sob o controle de
Satanás, e os crentes pertencem ao exército que o está combatendo. A recompensa
para esses crentes será o Reino dos céus. Deus irá compensar o sofrimento que
seus filhos experimentam por serem leais a Ele.
5.11 “Bem-aventurados
sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal
contra vós, por minha causa”. Jesus estava dizendo aos seus discípulos que não
deveriam se surpreender se as pessoas zombassem deles, perseguissem e mentissem
a seu respeito, pois o próprio Jesus iria enfrentar esse tratamento. Mais
tarde, Ele explicou aos seus seguidores que não deveriam esperar nada diferente
em relação ao mundo (10.18; 24.9; Jo 15.20).
5.12 Jesus
descreveu a forma como os discípulos deveriam responder à perseguição: “Exultai
e alegrai-vos!” Isso se refere à profunda alegria espiritual que não se deixa
modificar ou perturbar pelo que acontece na vida presente. Uma pessoa de
caráter justo pode exultar e se alegrar devido a uma promessa: porque é grande
o vosso galardão nos céus. A perseguição nada significará em comparação com
essa grande recompensa que nos aguarda. Além disto, os discípulos faziam parte
de um grupo seleto: Porque assim perseguiram os profetas que foram antes de
vós. Jesus colocou os seus discípulos em uma longa fila de seguidores de Deus
que falaram e viveram de uma forma justa e verdadeira - e que sofreram por
agirem desta forma. O Senhor Jesus explicou que falar e viver de uma forma
agradável a Deus mesmo sob a ameaça de uma injusta perseguição, como no caso
dos profetas do passado, trará uma grande recompensa no céu.
5.13 A pergunta de
Jesus: “Se o sal for insípido, com que se há de salgar?” não requer uma
resposta, pois todos sabem que, uma vez que o sal se deteriora, já não pode
mais ser usado para conservar os alimentos. Assim como o sal conserva e realça
o melhor sabor dos alimentos, os crentes devem ser o sal da terra e influenciar
as pessoas positivamente. Jesus disse aos seus discípulos que se quisessem
fazer a diferença no mundo, também teriam que ser diferentes do mundo. Deus
iria considerá-los responsáveis por manter a sua “salinidade” (isto é, a sua
utilidade). Devemos ser diferentes se quisermos fazer a diferença.
5.14 “Vós sois a
luz do mundo”. Assim como o sal faz a diferença no alimento das pessoas, a luz
faz a diferença no seu ambiente. Mais tarde, Jesus explicou: “Eu sou a luz do
mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12).
Os discípulos de Cristo devem viver para Cristo, brilhando como “uma cidade
edificada sobre um monte” , de forma que todos possam vê- los. Deverão ser como
luzes em um mundo escuro, mostrando claramente como Cristo é. Como Jesus Cristo
é a luz do mundo, os seus seguidores devem refletir a Sua luz.
5.15 Não “se acende
a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos
que estão na casa”. As pessoas colocam as luzes sobre pedestais ou em locais
mais elevados, para que elas possam fornecer o seu brilho e calor. Os
discípulos deveriam continuar a refletir a luz do seu Mestre, pois Ele é a Luz
do mundo. Eles não deveriam tentar ocultar a sua luminosidade, como se tivessem
acendido uma lâmpada para depois escondê-la. Ser discípulo de Cristo significa
difundir a luz a todos aqueles com quem tivermos contato.
5.16 “Assim” como a
luz brilha a partir de um pedestal, os discípulos de Cristo devem deixar sua
luz brilhar perante os outros... “para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”. Jesus deixou bem claro que não haveria
nenhum erro quanto à fonte das boas obras de um crente. A luz do crente não
brilha para ele mesmo; essa luz deve ser refletida em direção ao Pai, levando
as pessoas a Ele.
RETIRADO DO LIVRO COMENTÁRIO BÍBLICO
NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL.
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