JUNIORES L - 8 - O AMIGO QUERIDO


Na sua hora de desespero, por causa da terrível doença de Lázaro, as irmãs enviaram um recado a Jesus, que estava em Peréia (10.40), talvez a uma distância entre trinta e cinquenta quilômetros (ver o mapa 1), dizendo: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas (3). A mensagem foi enviada "com a afeição natural de seu relacionamento pessoal". A reação inicial de Jesus foi dizer três coisas: a primeira, Esta enfermidade não é para morte (4). Estas palavras "significam, para os ouvintes, que a doença é temporária, mas para Jesus elas significam que a morte de Lázaro não é mais do que uma morte temporária", porque Ele sabia o que iria fazer (cf. 6.6). A segunda, esta doença é para glória de Deus. "A cura indubitavelmente capacitaria os homens a ver a glória de Deus em ação".  Em terceiro lugar, esta enfermidade é para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. O milagre de ressuscitar Lázaro dos mortos é, no Evangelho de João, a justificativa para o julgamento e a morte de Jesus (ver 11.47- 48,57), que é também a sua hora de glorificação (12.23; 17.1).

           Quando Jesus disse: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono (11), Ele estava usando a palavra "sono" com duplo sentido. Como usada no Novo Testamento, ela tem o sentido eufemístico de "morte" em treze ocorrências, contra somente três vezes no sentido de "sono normal". Mas os discípulos pensaram que Jesus se referia ao sono normal, daí a sua observação: Senhor, se dorme, estará salvo ("ele se recuperará", NEB, 12). Para deixar esta situação perfeitamente clara para os discípu­los, Jesus disse claramente: Lázaro está morto (14).  A ausência de Jesus junto àquele leito de morte se converteria em uma coisa boa para os discípulos. Jesus disse: folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para ["com a finalidade de", Berk] que acrediteis. Mas vamos ter com ele (15). Ressuscitar Lázaro dentre os mortos seria um milagre que traria um convencimento maior do que curar a sua enfermidade.
Já não havia protestos por parte dos discípulos quanto ao perigo que espreitava na Judéia; mas Tomé, com o seu pessimismo característico, em um tipo de desespero leal insistiu com os discípulos para que acompanhassem o destino do seu Mestre:  Vamos nós também, para morrermos com ele (16). Sobre Tomé, Westcott diz: "Ele será capaz de morrer pelo amor que sente, porém jamais fingirá uma fé que não sente". 

RETIRADO DO COMENTARIO BEACON.






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