Classe primários- L 03 - Pescando com Jesus! Lucas 5.1-11.

Jesus Ensina e Convoca os Pescadores de Homens (5.1-11) O tratamento que Lucas dá a este episódio do ministério de Jesus é muito mais extenso do que o de Mateus, ou o de Marcos. Aqueles relatos se limitam aos detalhes mais imediatos da chamada dos quatro. Veja os comentários sobre Mateus 4.18-22.

Apertando-o a multidão (1). A sua popularidade tinha chegado ao ponto em que as multidões eram suficientemente grandes para criar problemas para Jesus. Havia inclusive o perigo de que Ele fosse esmagado ou pisoteado por elas. Estava ele junto ao lago de Genesaré. Lucas é o único dos quatro Evangelistas que designa esta massa de água com o nome adequado de lago. Os outros três usam a designação popular “mar”.

Observe que Lucas aqui descreve a Jesus como estando em pé junto ao lago, ao passo que nos textos de Mateus e de Marcos Ele está caminhando. Além disso, os dois primeiros Evangelhos dizem que Pedro e André estavam lançando uma rede ao mar, e Lucas diz que eles estavam lavando as suas redes. Um exame mais detalhado destes fatos mostrará que Mateus e Marcos começam a narrativa em um ponto anterior - quando os pescadores ainda estavam pescando; Lucas começa a sua narrativa depois que Jesus já havia chegado (então Ele já não estava mais caminhando), os homens tinham acabado de pescar e a multidão estava reunida.

E viu... dois barcos (2). Eram pequenas embarcações. Uma boa tradução poderia ser “barquinhos”. Junto à praia do lago. Os barcos estavam na margem. Os pescadores... estavam lavando as redes. Eles tinham acabado de pescar e estavam limpando as suas redes.

Entrando num dos barcos... o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra (3). Esta é a primeira vez que Lucas apresenta qualquer dos discípulos de Jesus na sua narrativa. 0 barco estava na praia; Pedro o empurrou para o lago - provavelmente entrou na água por alguns metros, puxando ou empurrando o barco.

E, assentando-se, ensinava do barco a multidão. O texto em Mateus 13.1-3 registra uma experiência similar de Jesus, mas parece ser uma ocasião diferente da que Lucas registra aqui. O conteúdo dos ensinos de Jesus nesta ocasião não é mencionado aqui. Lucas só está interessado naquilo que influenciou estes quatro homens a se tornarem discípulos de Jesus.

Disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar (4).
A palavra traduzida como pescar significa “pegar” ou “apanhar” e a maneira como é usada aqui dá a entender um sentido muito mais amplo. Jesus estava instruindo pescadores experientes, mas a sua autoridade e o seu conhecimento se baseavam em sua divindade, e não na experiência como no caso de um pescador. Ele tinha conhecimento sobre-humano de onde estavam os peixes. O conselho de Jesus de ir ao mar alto dá a entender que estes pescadores estariam pescando em águas rasas. Neste tipo de pesca, uma das extremidades da rede era presa à costa enquanto a outra era presa ao barco. Os pescadores então remavam o barco em semicírculos, começando e terminando na costa, mantendo a rede esticada entre o barco e a costa. O fato de Mateus e Marcos dizerem que Jesus os viu lançando uma rede ao mar (Mt 4.18; Mc 1.16) dá a entender que o mesmo método de pescaria estava sendo utilizado. As palavras faze-te ao mar alto têm um óbvio significado espiritual.

Mestre, havendo trabalhado toda a noite... mas, porque mandas (5). Aqui vemos um misto de emoções e reações. A experiência de Pedro como pescador lhe dizia que, tendo pescado sem sucesso durante toda a noite, seria inútil tentar novamente agora. Mas ele parecia já conhecer Jesus o suficiente para que a ordem do Senhor fizesse uma diferença significativa nas circunstâncias. A fé dizia que se Jesus ordenava ou exigia uma ação, ela teria sucesso. Assim, podemos ver que a fé gera a obediência.

Rompia-se-lhes a rede (6) significa, literalmente, “a sua rede estava se rompendo”. O “romper” ou rasgar não evitou que eles levassem os peixes para a terra.
Fizeram sinal aos companheiros (7), que eram Tiago e João, os filhos de Zebedeu.
Vemos que Tiago e João eram mais do que simples companheiros de pescaria ou vizinhos. O fato de haver dois barcos e quatro pescadores que trabalhavam juntos permitiria que eles pescassem mais afastados da costa - a rede podia ficar presa aos dois barcos.

Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador (8). O tremendo sucesso dos seus esforços, e a razão óbvia para esse sucesso repentino, deram a Pedro uma visão de dois fatos. Ele viu o Senhor, o seu poder, a sua sabedoria e o seu conhecimento, a sua falta de pecado - e Pedro viu a si mesmo, uma criatura pecadora. Ele era pecador em contraste com a santidade de Cristo, e era verdadeiramente um pecador.
Esta experiência produziu uma convicção do pecado que o deixou desconfortável na presença de Cristo, e o primeiro impulso foi o de pedir a Cristo que partisse. Pedro sempre falava de acordo com o seu primeiro impulso. Mas Jesus sabia que o seu desejo mais profundo era a libertação do pecado e a semelhança com Ele.

Pois que o espanto se apoderara dele (9) significa, literalmente, “Porque estava dominado pelo espanto”. Esta foi a sua razão para falar. Sempre havia suficiente razão para que o impulsivo Pedro falasse. Mas o mesmo espanto caiu sobre todos os que com ele estavam, e eles não falaram, embora sem dúvida sentissem a mesma convicção com respeito ao pecado. Algumas vezes criticamos Pedro pela sua impulsividade, mas deveríamos aprender algo com o fato de que obviamente Jesus sentia que precisava de um discípulo impulsivo.

E, de igual modo, também de Tiago e João (10), ou seja, “também o espanto tinha se apoderado deles”. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens. A atitude de Jesus com relação ao desabafo de Pedro é vista pelo fato de Pedro ter sido o único a receber estas palavras encorajadoras. Foi Pedro quem disse: ...“mas, porque mandas, lançarei a rede” (v. 5). Pedro havia apanhado os peixes e, como resultado, Jesus “pescou” Pedro, e o transformou em um “pescador” de homens para o Reino.

[Eles] deixaram tudo e o seguiram (11). Assim que alcançaram a terra, eles deixaram o negócio da pesca e seguiram Jesus para se tornarem pescadores de homens. Os quatro pescadores tinham o mesmo pensamento. Pedro era diferente dos outros três em suas reações, mas não nas suas atitudes e desejos básicos. Jesus agora tinha os seus primeiros quatro discípulos.
Quanto a este evento, Alexander Maclaren destaca três pontos: 1) A lei do serviço, 4; 2) A resposta, 5; 3) O resultado, 6-8.

Cometário aplicação pessoal.

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