Adulto - Lição 03-1º tri- 2018- A Superioridade de Jesus em relação a Moisés .

 RETIRADO DO LIVRO:  A supremacia de Cristo.
Comentário de Hebreus 3.1-19
Neste capítulo, o autor de Hebreus faz um contraste entre Jesus e Moisés. O objetivo é chamar a atenção dos leitores para a importância e a urgência da mensagem cristã. Moisés era lembrado e reverenciado não apenas por ter sido um grande legislador hebreu, mas também como um servo que se sacrificou em prol do seu povo.
Ele foi um bom mordomo na casa de Deus. No Antigo Testamento, o povo de Israel era considerado a família de Deus e foi por essa família que Moisés sacrificou-se. Mas o que representava os esforços de Moisés, que era um simples servo na casa de Deus, diante de Jesus, o bendito Filho de Deus, que voluntariamente deu sua própria vida em resgate do mundo?
Como aconteceu na trajetória do êxodo, os cristãos hebreus estavam repetindo os mesmos erros cometidos pelos seus antepassados. Carl  B. Gibbs destaca que:
"muitos dos leitores da Epístola aos Hebreus estavam em perigo de rejeitar a Cristo e voltar ao judaísmo. Sabendo disso, o autor que conhecia a história de Moisés muito bem fez uma comparação entre a decisão tomada no tempo de Moisés e uma decisão atual. Quis ele despertar a atenção dos seus leitores para o fato de que assim como os filhos de Israel se revelaram contra Moisés, decidindo por voltar para o Egito, a mesma coisa estaria acontecendo com os cristãos hebreus que estavam na iminência de abandonar a Cristo e voltar ao seu antigo modo de vida (Hb 2.15). Assim como os israelitas tiveram que peregrinar durante penosos quarenta anos, como paga da sua desobediência, os hebreus cristãos estavam correndo o perigo de serem cortados da videira verdadeira (Jesus Cristo) e serem lançados no fogo da perdição eterna".
"Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão" (v. 1). Tendo chegado à conclusão de seus argumentos no final do capítulo 2 de sua epístola, o autor dirige-se a seus leitores chamando-os de "irmãos santos". Os lexicógrafos Liddel e Scott destacam que, no grego clássico, esse vocábulo (santos, gr. hágios) possuía o sentido de algo devotado à divindade e era traduzido como sagrado, santo. Era usado tanto em relação a coisas quanto a pessoas. Quando usado em referência a pessoas, possuía o sentido de santo, puro.  No contexto do Novo Testamento, a palavra "santos" tem o sentido de algo ou alguém que foi separado para servir exclusivamente a Deus. Não pode ser usado ou estar a serviço de outra coisa. Essa santificação possui dois aspectos. Ela pode ser posicional, aquilo que, no Novo Testamento, é descrito como "estar em Cristo" (2 Co 5.17), e também progressiva, identificando aqueles que receberam Cristo como Salvador e, a partir daí, passam a andar nEle (CI 2.6). Na carta aos Hebreus, aparecem ambos os sentidos.
Os crentes são exortados e lembrados que são participantes da vocação celestial. A palavra vocação traduz o termo grego klesis, que ocorre 11 vezes no Novo Testamento grego. Uma dessas ocorrências aparece na primeira carta de Pedro 1.10 com o sentido de chamada, vocação, e é usado em conjunto com ekloge, termo traduzido como eleição. "Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação [klesis] e eleição [ekloge]; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis". Fomos chamados a participar da eleição em Cristo Jesus. Fomos eleitos em Cristo e, enquanto permanecermos nEle, estaremos seguros. Somos exortados a ser fiéis a esse chamado, tendo sempre em mente que a necessidade de vigilância deve estar sempre presente para evitar o decair da fé.
O autor destaca que Jesus Cristo é o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão. O apóstolo era alguém enviado em uma missão, enquanto o sacerdote atuava como um representante dos homens diante de Deus. Jesus exerceu essas funções mais do que qualquer outra pessoa do antigo pacto. Na sua missão salvífica, Ele foi constituído por Deus como o grande Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa salvação. A palavra "confissão" (gr. homologia) significa, também, concordância. Aqui, é usado no sentido da profissão de fé, isto é, a fé cristã abraçada pelos crentes hebreus.3 John Wesley (1703-1791) traduziu a palavra apóstolo aqui como "o mensageiro de Deus, que pleiteia a causa de Deus conosco", e o sumo sacerdote como aquele que "defende nossa causa com Deus". Wesley lembra que ambos estão contidos na palavra "mediador" e que o autor "compara Cristo, o Apóstolo, com Moisés; e o Sacerdote, com Arão. Ambos os ofícios que Moisés e Arão exerciam, e Cristo carregou-os juntos e de forma muito mais eficaz".
"Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa" (v. 2). O versículo 2 é uma referência a Números 12.7. Nesse contexto, o termo "casa" também significa família e é aplicada em relação ao povo de Deus na antiga aliança. O autor lembra que Moisés foi um mordomo fiel na casa de Deus durante a peregrinação no deserto e usa essa metáfora como uma analogia da missão de Jesus, o Filho de Deus. Jesus, assim como Moisés, também foi fiel sobre a casa de Deus - a Igreja -, mas as semelhanças entre Jesus e Moisés param por aí porque Jesus em tudo é superior ao grande legislador hebreu.
"Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou" (v. 3).
Adam Clarke destaca que:
"não há dúvida de que um homem que constrói uma casa para sua comodidade é mais honrável que a casa mesma; mas a casa aqui se refere à Igreja de Deus. Essa igreja, aqui denominada casa, ou "família", está edificada por Cristo; portanto, Ele deve ser maior que Moisés, que era somente um membro e oficial dessa igreja".
"Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus" (v. 4). Tomando o termo "casa" como sinônimo de "família", o autor mostra que o homem, na sua função gregária, constrói famílias, comunidades, etc., mas, na verdade, Deus que é o cabeça de toda a raça.
"E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar" (v. 5). O autor novamente volta à figura de Moisés. O argumento do autor é simples e objetivo: Moisés foi um servo dedicado na casa de Deus. Ele procurou seguir com diligência e fazer com que o povo seguisse as diretrizes da Lei de Deus. Todavia, Moisés era um coadjuvante onde Jesus seria o ator principal. Moisés era uma sombra, Jesus é a realidade. O versículo 6 mostra a Igreja como a casa de Deus hoje.
"Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" (v. 6). Esse versículo é paralelo a 1 Tm 3.15: "Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade". A Igreja de Deus não é um prédio nem qualquer estrutura arquitetônica, mas, sim, o povo comprado com o sangue de Jesus Cristo. Quem faz parte da Igreja precisa demonstrar confiança a fim de poder ter esperança até o fim. O autor tem seu foco no futuro e, ao usar os termos parresia (confiança) e elpis (esperança), ele quer chamar a atenção para esse fato. Ele vê a vida cristã dentro de um contexto escatológico, não imediatista. Donald A. Hegner comenta que:
"a palavra confiança (parresia) ocorre quatro vezes em Hebreus, duas vezes em referência ao culto (4.16; 10.19) e outras duas vezes quanto ao modo de enfrentar as dificuldades na vida (aqui e em 10.35). A palavra esperança (elpis) expressa a expectativa futura do autor em contraste com a 'escatologia realizada' em Cristo. Aqui, assim como em outras passagens do Novo Testamento, a palavra tem conotações de 'expectativa confiante"'.
"Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz" (v. 7). O versículo 7 introduz uma citação do Salmo 95.7. O autor toma essas palavras do salmista não apenas como uma advertência para os dias passados, mas também para os seus dias. Isso só era possível graças à inspiração do Espírito Santo sobre as letras sagradas. O autor não queria que aquilo que aconteceu com a geração do êxodo fosse repetido com seus leitores.
"Não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto" (v. 8). Charles F. Pfeiffer destaca que "ainda que Moisés tenha sido fiel a Deus, a geração da qual ele formava parte pereceu no deserto. Esse fato serviu como advertência à geração que escutou o evangelho de Cristo e esteve em perigo de rejeitá-lo".7 O autor de Hebreus mostra claramente nesse texto que é a própria pessoa que endurece (gr. sklerynô) o seu coração. Essa mesma palavra ocorre em Romanos 9.18, dizendo que Deus "endurece a quem quer". Esse texto de Romanos 9.18, juntamente com o da carta aos Hebreus, forma um paralelo com os textos de Atos 19.9 e 7.51, onde os judeus "endureceram" seus corações para não aceitar a Palavra de Deus. Em ambos os textos, a palavra "endurecer" procede da mesma raiz grega skleros (endurecer), que, por sua vez, dá origem à palavra portuguesa esclerose. O contexto deixa claro que Deus só endurece quem já está endurecido. Noutras palavras, quem resiste à sua Palavra será endurecido por ela.
"Onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras" (v. 9). O versículo 9 explica as razões desse endurecimento. O autor tem em mente a rota do êxodo, que cobriu um período de 40 anos. Nessa trajetória, os israelitas presenciaram milagres, sinais e maravilhas, mas não se sentiram convencidos por eles. A tradução do expositor Philip Edgcumbe Hughes (1915-1990) expressa melhor o sentido do texto: "fui provocado durante quarenta anos".8 Essa provocação produziu endurecimento, e a desobediência contumaz provocou a ira de Deus.
"Por isso, me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus caminhos" (v. 10). Como foi mostrado, essa desobediência repetitiva provocou a ira divina. A consequência dessa desobediência e rebeldia foi a privação de entrarem na Terra Prometida.
"Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso" (v. 11). O autor faz um paralelo entre a desobediência dos antigos hebreus com aqueles seus dias. Adam Clarke destacou com muita propriedade:
"Os desobedientes israelitas sirvam de advertência; foram resgatados do cativeiro e tiveram a mais completa promessa de uma terra de prosperidade e descanso. Por causa da desobediência, não a obtiveram e caíram no deserto. Vocês foram resgatados da escravidão do pecado e tem a mais benévola esperança de herança entre os santos na luz. Pela incredulidade e desobediência, eles perderam o seu descanso; pelas mesmas coisas vocês também podem perdê-lo".
"Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo" (v. 12). A advertência é intensificada pela exortação do autor. Mais uma vez, ele lembra que a falta de vigilância somada com a negligência e desobediência pode conduzir ao fracasso espiritual. Ele adverte-os do perigo de apostatar e cair da fé.    Grant  R. Osborne destaca que, no versículo  12, o autor começa com o verbo grego blepete ("tome cuidado, cuide-se"), que, no Novo Testamento, é usado para dar o grito de alerta sobre a vigilância e obediência espiritual. Uma chamada à obediência aos mandamentos de Deus. Nesse contexto negativo, também significa "cuidado" com o mesmo coração "mal" e incrédulo que Israel mostrou no deserto. Ele observa que incredulidade e endurecimento são sinônimos aqui.
"No versículo 12, é um genitivo descritivo que significa um 'coração incrédulo' que se toma "mal" (poneria) ou cheio de iniquidade (v. 12,19), que é interpretado como 'seus corações estão sempre errados' no versículo 1Oh. Essa incredulidade também os leva a 'se afastarem do Deus vivo' (en to aposténai apoTheou zontos), estendendo a imagem até 'eles não conheceram os meus caminhos' no versículo 1Ob. Esse é o cerne da questão, preparando-se para o pleno uso dessa imagem da apostasia em Hb 6.6 (onde será discutido mais detalhadamente)".
Osborne ainda observa que esse é um caminhar da incredulidade, do mal, da queda, e que isso é, obviamente, um aviso sério, com con sequências terríveis.
O termo grego apostenai (apartar), usado aqui em Hebreus 3.12, é o infinitivo aoristo do verbo aphistemi, que ocorre 14 vezes no Novo Testamento grego, significando: cair, deixar, afastar.13 É desse verbo que se origina a palavra apostasia. A apostasia é definida como "a rejeição deliberada de Cristo e de seus ensinamentos por parte de um cristão (Hb 10.26-29; Jo 15.22)". 14 (Veja um estudo completo dessa palavra no Apêndice, posto logo após o capítulo 14 deste livro). A Bíblia de Estudo Harper Collins destaca que:
"a admoestação para ser cuidadoso (ver também 12.25) é comum no NT. Para o perigo de desviar-se, ou apostatar, veja Nm 14.9, que trata da geração do deserto, e Mt 24.10-12. Um jogo de palavras gregas ligando o desviar-se (apostenai) e o coração incrédulo (apistias)".
Como ficará demonstrado posteriormente, há uma relação da queda da fé aqui retratada com aquela sobre a qual o autor voltará a tratar no capítulo 6.4-6 (veja apêndice no final deste livro). Adam Clarke observa oportunamente que a nossa participação na glória depende de nossa firmeza na fé até o final de nossa carreira cristã.  Jesus alertou que as coisas más procedem de dentro do coração do homem: "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias" (Mt 15.19). É por isso que os cristãos necessitam de vigilância e também de estimular uns aos outros.
"Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado" (v. 13). Aqui, o sentido do texto é o de que os cristãos não permitam que seus corações sejam seduzidos pelo pecado. O autor usa o termo grego parakaleo, isto é, chamar à parte para consolar, para se referir à necessidade do encorajamento contínuo. William Barclay (1907-1978) observa que esse mesmo termo era usado por um militar para estimular as suas tropas.17 Joseph Benson observa que alguns passos devem ser tomados para se pôr em prática as palavras do autor de hebreus:
(1) Uma profunda preocupação com a salvação de cada um e o crescimento na graça; (2) Sabedoria e entendimento sobre as coisas divinas; (3) Cuidado para que somente palavras de verdade e sobriedade sejam ditas, pois somente essas palavras serão recebidas como tendo autoridade e alcançarão os fins desejados; (4) Evitar aquelas expressões rudes e severas que expressam indelicadeza; em vez disso, usar palavras com brandura, compaixão, ternura e amor, pelo menos para aqueles que estão dispostos a reconhecer a vontade de Deus; (5) Evitar falar com leviandade e sempre falar com seriedade; (6) Prestar atenção ao tempo, lugar, pessoas e ocasiões; (7) Ser exemplo para as pessoas exortadas; (8) Devemos ser incansáveis nesse dever e exortar um ao outro diariamente. Não somente em reuniões feitas para isso, mas também em todo e qualquer lugar sempre que estivermos em companhia um do outro.
Essas exortações tomam-se relevantes porque, para o autor, o cristão tomou-se um participante de Cristo.
"Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim" (v. 14). O termo grego gnomai, de onde deriva gegonamen, usado aqui pelo autor, ocorre 661 vezes no Novo Testamento grego. Aqui nesse texto, ele encontra-se no tempo perfeito, e o seu sentido é que os cristãos tornaram-se participantes de Cristo no passado (quando o receberam como Salvador) e continuavam no presente tempo como participantes dEle. Isso, no entanto, só teria valor se eles continuassem firmados em Cristo até o fim.  O autor repete a exortação anteriormente lembrada por ele no versículo 8.
"Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação" (v. 15). Samuel Pérez Millos observa que :
"com toda probabilidade, como se disse antes, na mente do salmista (Sl 95.7) estava o sucesso ocorrido em Cades-Barneia, onde o povo não creu que Deus havia-o enviado para ocupar Canaã, duvidando de seu poder para dar-lhes vitória sobre os povos que ocupavam a terra (Nm 14.1ss). Deus estabeleceu uma ação judicial sobre o povo rebelde, de modo que nenhum dos homens maiores de 20 anos entrariam na terra por haverem murmurado contra Deus (Nm 14.27,29). A advertência é solene, já que Deus pode aplicar aos crentes rebeldes uma disciplina similar a que aplicou aos israelitas que não quiseram obedecer a sua voz".
"Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés" (v. 16). O versículo 16 distingue os desobedientes dos obedientes. O livro de Números narra que, quando chegou ao Sinai, Moisés precisou fazer a contagem dos israelitas de 20 anos de idade para cima (Nm 1.1-3). Os dados, não incluindo os levitas, chegaram a 603.550 homens (Nm 1.46). O versículo 17 mostra que esses homens, excetuando Calebe e Josué, estavam incluídos na maldição de Deus, que os privava de entrar na Terra Prometida (Nm 14.29,30).
"Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?" (v. 17). Essa geração peregrinou pelo deserto até ser consumida (Nm 14.33,34).
"E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?" (v. 18). Quando essa geração chegou à fronteira da Terra Prometida, Moisés novamente fez a recontagem do povo (Nm 26.1,2,63). Fritz Laubach observa que ali foi colocado o ponto final nessa triste história do povo de Deus, concluída pelas palavras do cronista sagrado: "E entre estes nenhum houve dos que foram contados por Moisés e Arão, o sacerdote, quando contaram aos filhos de Israel no deserto do Sinai. Porque o SENHOR dissera deles que certamente morreriam no deserto; e nenhum deles ficou, senão Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num" (Nm 26.64,65).21
"E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade" (v. 19). A advertência encerra-se neste capítulo com as palavras desse versículo. O autor mostra o perigo da desobediência e rebelião contra Deus. Se não puderam entrar na Terra Prometida, no descanso que Deus preparou, a culpa não era do Senhor. Os cristãos hebreus deveriam tomar isso definitivamente como exemplo - o pecado pode, sim, impedir o cristão de entrar no repouso de Deus. Adam Clarke destaca que não foi um decreto de Deus que os impediu; não foi porque lhes faltavam as forças para fazê-lo; não foi porque lhes faltou o conselho divino instruindo-os como deveriam fazer. Tudo isso eles tinham em abundância; pelo que escolheram pecar e não crer. A incredulidade produz desobediência, e essa, por sua vez, dureza de coração e cegueira mental; tudo isso lhes atraiu o juízo de Deus, e a ira caiu sobre todos eles até o último.

RETIRADO DO LIVRO:  A supremacia de Cristo.
Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus.
José Gonçalves



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