Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e
ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de
Deus1 dada pelo Espírito Santo,2 escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus
Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”;3 que os livros da
Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a
Escritura é inspirada por
Deus e útil” (2 Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou
soprada por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando,
assim, o seu caráter sui
generis. As Escrituras Sagradas são de origem
divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e
plenária do Espírito Santo: “Porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21). Deus soprou nos escritores sagrados, os quais
viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição
do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram
instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento.
A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais
inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e
autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática,4 a inerrante,
completa e infalível Palavra de Deus: “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode ser anulada: “e a Escritura
não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA).
1. Estrutura. Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia
contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes
principais, Antigo e Novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num
período de 1.600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens de
estratigrafias distintas, os quais escreveram em lugares e em épocas
diferentes, como Moisés: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve
estas palavras; porque, conforme o teor destas palavras, tenho feito concerto
contigo e com Israel” (Êx 34.27); Jeremias (cerca de 800
anos depois):
“[...] veio esta palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: Toma
o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre
Israel, e sobre Judá, e sobre
todas as nações, desde o
dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje” (Jr 36.1,2); e o apóstolo João (no final do primeiro século da era cristã): “[...] E disse-me:
Escreve, porque estas palavras são verdadeiras
e fiéis” (Ap 21.5). Entretanto, a pluralidade de escritores e os
diferentes lugares e épocas em que foi escrita não comprometeram a sua singular
homogeneidade, pois se trata do pensamento de um único autor: Deus.
2. Classificação. O Antigo Testamento contém 39 livros produzidos antes de
Cristo e está dividido em quatro partes, pela seguinte ordem: Lei – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio; Históricos – Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas, Esdras, Neemias e Ester; Poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão;
Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias,
Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias
e Malaquias. O Novo Testamento contém 27 livros que foram produzidos depois da
morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e está dividido em quatro partes: Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João; Histórico – Atos dos Apóstolos; Epístolas – Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus,
Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas; e Revelação – Apocalipse. Esses livros autorizados são chamados de canônicos.
3. Propósito. São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o
próprio Deus e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primeiro, dentre
outras formas de revelação, Deus graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra:
“Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos,
nestes últimos dias,
pelo Filho” (Hb 1.1). Pelo segundo propósito, Deus expressa claramente a sua vontade
redentora a todos e a cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas,
por meio da fé em Jesus Cristo: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas
o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Assim sendo, o Senhor Jesus Cristo é o centro
das Escrituras. Ele mesmo disse: “São estas as
palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o
que de mim estava escrito na Lei de Moisés,
e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Tudo o que precisamos
saber sobre Deus e a nossa redenção está suficientemente revelado em sua
Palavra. Ela é o manual de Deus para toda a humanidade, e suas instruções
visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos
os seres humanos.5
4.
O poder da Palavra de Deus. A Bíblia revela o seu poder de forma
clara e inconfundível. Ela
emprega uma
metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a
espada do Espírito,que
é
a palavra de Deus”
(Ef 6.17). O seu poder é capaz de destruir as fortalezas de Satanás6, como também
pode penetrar no mais íntimo do ser humano.7 O próprio Senhor Jesus Cristo
derrotou Satanás usando o poder das Escrituras Sagradas quando foi tentado por
este no deserto. Jesus evitou qualquer outro argumento, abriu mão do uso de
seus poderes sobrenaturais, característicos do seu ministério terreno, e disse
apenas “está escrito”, e isso por três vezes. Citou a Lei de Moisés, o livro de
Deuteronômio: “[...] Está
escrito: Nem só
de pão
viverá
o homem, mas de toda a palavra que saida boca de Deus” (Mt 4.4);8 “[...]
Também
está
escrito: Não
tentarás
o Senhor, teu Deus”
(v. 7);9
“[...] Porque
está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás
e só
a ele servirás” (v. 10).10
5.
Os livros apócrifos e pseudoepígrafos. Não reconhecemos a autoridade
espiritual dos livros
apócrifos, nem
dos pseudoepígrafos, chamados pelos católicos romanos, respectivamente, de
deuterocanônicos
e apócrifos. O Senhor Jesus fez menção das Escrituras Sagradas dos seus dias, a
Bíblia tripartida dos judeus, “Lei, Profetas e Escritos”, e nelas não constam
esses livros,11 pois nunca fizeram parte do Antigo Testamento dos judeus. Os
livros apócrifos (palavra que significa “escondido”) apresentam erros
históricos e geográficos, bem como anacronismos, além de ensinarem doutrinas
falsas e práticas divergentes das Escrituras inspiradas, a exemplo da oração
pelos mortos. Os pseudoepígrafos (palavra que significa “falso escrito”) foram
produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua
autoria a profetas e apóstolos.
6.
Mensagem. A
Bíblia é, portanto, a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa
de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à
redenção em Jesus Cristo.
Nós a
interpretamos sob a orientação do Espírito Santo, observando as regras
gramaticais e o contexto histórico e literário.12 A Bíblia fornece-nos, ainda,
o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com o Pai Celeste e
com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação
extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso crescimento
espiritual. O próprio Deus ordena que conservemos íntegra a sua Palavra: “Nada
acrescentareis à
palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos
do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4.2). O livro de Provérbios reafirma
a inteireza e a pureza da Bíblia Sagrada: “Toda
palavra de Deus é
pura; escudo é
para os que confiam nele. Nada acrescentes às
suas palavras, para que não
te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6). No encerramento do
cânone divino, o Senhor Jesus chancela a integridade e a completude da Bíblia
Sagrada: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as
palavras da profecia deste livro que, se alguém
lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará
vir sobre ele as pragas que estão
escritas neste livro; e, se alguém
tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará
a sua parte da árvore
da vida, e da Cidade Santa, que estão
escritas neste livro”
(Ap 22.18,19).
Retirado do livro Declaração de Fé .
Nenhum comentário:
Postar um comentário