1Pe 1.2 “Eleitos segundo a
presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e
aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas”.
Santificação (gr.
hagiasmos) significa “tornar santo”, “consagrar”,
“separar do mundo” e “apartar-se do pecado”, a fim de termos ampla comunhão com
Deus e servi-lo com alegria (ver também o estudo).
A
SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).
(1) Além do termo “santificar”
(cf. 1Ts 5.23),
o padrão bíblico da santificação é expresso em termos tais como “Amarás o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento” (Mt 22.37),
“irrepreensíveis em santidade” (1Ts 3.13),
“aperfeiçoando a santificação” (2Co 7.1),
“a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não
fingida” (1Tm 1.5),
“sinceros e sem escândalo algum” (Fp 1.10),
“libertados do pecado” (Rm 6.18),
“mortos para o pecado” (Rm 6.2),
“para servirem à justiça para santificação” (Rm
6.19), “guardamos os seus mandamentos” (1Jo
3.22) e “vence o mundo” (1Jo
5.4). Tais termos descrevem a operação do Espírito
Santo mediante a salvação em Cristo, pela qual Ele nos liberta da
escravidão e do poder do pecado (Rm 6.1-14),
nos separa das práticas pecaminosas deste mundo atual, renova a nossa natureza
segundo a imagem de Cristo, produz em nós o fruto do Espírito e nos capacita a
viver uma vida santa e vitoriosa de dedicação a Deus (Jo
17.15-19,23; Rm
6.5, 13, 16, 19; 12.1; Gl
5.16, 22,23;
ver 2Co 5.17 nota).
(2) Esses termos não subentendem uma
perfeição absoluta, mas a retidão moral de um caráter imaculado,
demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua lei e na
inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp
2.14,15; Cl 1.22; 1Ts
2.10; cf. Lc 1.6).
O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e foi liberto do
poder e domínio do pecado (Rm 6.18);
por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no
seu Salvador, Jesus Cristo. Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade
para não pecar (1Jo 3.6), embora
nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do
pecado.
(3) A santificação no AT foi
a vontade manifesta de Deus para os israelitas; eles tinham o dever de
levar uma vida santificada, separada da maneira de viver dos povos à sua volta
(ver Êx 19.6 nota; Lv
11.44 nota; 19.2 nota; 2Cr
29.5 nota). De igual modo a santificação é
um requisito para todo crente em Cristo. As Escrituras declaram que sem
santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
(4) Os filhos de Deus são santificados
mediante a fé (At 26.18),
pela união com Cristo na sua morte e ressurreição (Jo
15.4-10; Rm 6.1-11; 1
Co 130), pelo sangue de Cristo (1Jo
1.7-9), pela Palavra (Jo
17.17) e pelo poder regenerador e santificador do
Espírito Santo no seu coração (Jr 31.31-34; Rm
8.13; 1Co 6.11; 1Pe
1.2; 2Ts 2.13).
(5) A santificação é uma obra de Deus,
com a cooperação do seu povo (Fp 2.12,13; 2Co
7.1).
Para cumprir a vontade de Deus quanto à
santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo,
ao cessar de praticar o mal (Is 1.16),
ao se purificar “de toda imundícia da carne e do espírito” (2Co
7.1; cf. Rm 6.12; Gl
5.16-25) e ao se guardar da corrupção do mundo (Tg
1.27; cf. Rm 6.13,19; 8.13; Ef
4.31; 5.18; Tg
4.8).
(6) A verdadeira santificação requer
que o crente mantenha profunda comunhão com Cristo (ver Jo
15.4 nota), mantenha comunhão com os crentes
(Ef 4.15,16), dedique-se à oração (Mt
6.5-13;Cl 4.2),
obedeça à Palavra de Deus (Jo 17.17),
tenha consciência da presença e dos cuidados de Deus (Mt
6.25-34), ame a justiça e odeie a iniqüidade (Hb
1.9), mortifique o pecado (Rm
6), submeta-se à disciplina de Deus (Hb
12.5-11), continue em obediência e seja cheio do Espírito Santo
(Rm 8.14; Ef
5.18).
(7) Segundo o NT,
a santificação não é descrita como um processo lento, de abandonar o
pecado pouco a pouco. Pelo contrário, é apresentada como um ato definitivo
mediante o qual, o crente, pela graça, é liberto da escravidão de Satanás
e rompe totalmente com o pecado a fim de viver para Deus (Rm
6.18; 2Co 5.17; Ef
2.4,6; Cl 3.1-3).
Ao mesmo tempo, no entanto, a santificação é descrita como um processo
vitalício mediante o qual continuamos a mortificar os desejos pecaminosos da
carne (Rm 8.1-17), somos progressivamente transformados
pelo Espírito à semelhança de Cristo (2Co 3.18)
crescemos na graça (2Pe 3.18),
e devotamos maior amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39; 1Jo
4.10-12, 17-21).
(8) A santificação pode significar uma
outra experiência específica e decisiva, à parte da salvação inicial. O crente
pode receber de Deus uma clara revelação da sua santidade, bem como a convicção
de que Deus o está chamando para separar-se ainda mais do pecado e do mundo e
a andar ainda mais perto dEle (2Co 6.16-18).
Com essa certeza, o crente se apresenta a Deus como sacrifício vivo e santo e
recebe da parte do Espírito Santo graça, pureza, poder e vitória para
viver uma vida santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2; 6.19-22).
Extraído:
©Bíblia de Estudo Pentecostal
-23/08/2017
CPAD - Casa Publicadora das Assembléias
de Deus
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