A confissão é simplesmente o reconhecimento de um fato acerca de si próprio ou de outrem.
Assim, ela tanto pode ser o desvendar dos pecados pessoais, num ato de
contrição (o reconhecimento da nossa
miséria e falibilidade), com o uma afirmação da grandeza e bondade de Deus
(o reconhecimento da santidade e
perfeição divinas). Ambos os significados encontram -se tanto no hebraico com o
no grego, e em português.
Quando Paulo fala: “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus ”,
em Romanos 10.9, ele tem em mente o reconhecimento de Jesus Cristo com o o Filho
de Deus, enviado ao mundo para tornar- se o
nosso Salvador e Senhor. O texto não constitui uma referência à
“confissão de pecados”, e sim à “confissão do nome do Senhor”. Pelo menos dois
vocábulos hebraicos são traduzidos por “confissão” nas páginas do Antigo
Testamento. O primeiro, todah , é
derivado do segundo, yadah .
Ambos permitem os dois sentidos já menciona dos, com o por exemplo em
Esdras 10.10,11: “Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delito de
Israel. Agora, pois, fazei confissão
[todah] ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade” (grifos
do autor). Quando há dificuldade, o
contexto é que deve determinar se ambos ou
apenas um sentido — e qual deles — se aplica à passagem. Tanto todah quanto yadah
estão alicerçados sobre o sentido literal de “estender a mão”. As mãos
podem levantar-se na adoração a Deus
(este é o primeiro significado) ou contorcer-se em aflição, por causa dos
próprios pecados (aqui, o segundo). Nas 111 ocorrências de yadah no Antigo Testamento, ambos os sentidos de “confissão
” parecem estar presentes. Entretanto,
isso não nos deveria preocupar, pois o louvor é apropriado em meio à confissão
de pecados, assim com o a confissão de pecados é apropriada quando chegam os a
Deus com nossos louvores. Precisamos
sempre reconhecer toda a verdade que Deus nos revelar — tanto nossa própria pecaminosidade com o sua
santidade e majestade.
Os dois significados de “confissão” são
representados no Novo Testamento pelo termo grego h o m o l o g i a (e derivações), cujo sentido básico
representa “aquilo que é reconhecido ou confessado” (já visto no texto de Rm
10.9 — no caso, “confessar Jesus ”). O
outro sentido de “confissão” é ilustrado em 1 Jo ã o 1.9 ( “confessar pecados”).- “Se
confessarmos o s nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça” (grifo do autor).
O
significado de “confessar”, conforme se apresenta nos capítulos seguintes, é
primariamente o reconhecimento d o p e c a d o ,
tanto perante Deus com o diante das pessoas, sendo este um
elemento essencial da oração eficaz. Este
significado ficou indelevelmente impresso nos israelitas através da cerimônia anual de libertação de um bode n o deserto, no Dia da Expiação.
E
Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará
todas as iniquidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões,
segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a
cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto,
pela mão de um homem designado para
isso. Assim, aquele b ode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra
solitária; e o homem enviará o bode ao deserto (Lv 16 .2 1,2 2).
Isso simbolizava não somente o fato de que
Deus cobriria os pecados deles com o
preço da redenção, o sangue vertido; mas
que seus pecados desapareceriam para sempre da memória de Deus. Um notável exemplo
de confissão em oração acha-se em Salmos
51.3,4:
“Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra
ti, contra ti som ente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas
justificado quando falares e puro quando julgares”.
Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda
a orar.
Robert L. Brandt e
Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua
portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de
Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us
Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque
Editoração: Flamir Ambrósio
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