A salvação em
Cristo abrange poucas pessoas escolhidas por decreto de Deus ou qualquer ser
humano que se arrepende de seus pecados e crê no Unigênito Filho do Pai? Esta
lição retoma uma discussão de séculos, que no lugar de origem dela se encontra
superada, mas floresceu aqui no Brasil. Em primeiro lugar é importante
ressaltar que não podemos fazer da boa exposição teológica um campo de batalha
e de agressões pessoais, pois quem se compreende tanto arminiano quanto
calvinista herdarão o mesmo céu. Entretanto, é verdade que nós, os
pentecostais, nos identificamos mais com a teologia clássica arminiana, que
infelizmente, é desconhecida por muitos pentecostais.
Uma teologia que
destaca o caráter amoroso e justo de Deus
Diferentemente do
que muitos pensam a teologia arminiana não está centrada no livre-arbítrio, mas
na ênfase ao caráter amoroso e justo de Deus. Segundo o teólogo Roger E. Olson,
na obra Teologia Arminiana: Mitos e Realidades, a preocupação primária de Jacó
Armínio foi o compromisso com a bondade de Deus, sendo Jesus Cristo a maior e
melhor prova de que o caráter de Deus foi revelado nas Escrituras compassivo,
misericordioso, amável e justo. Ora, a epístola de Paulo aos Colossensses diz
que em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). De modo que um
dos Evangelhos narra essa mesma verdade da carta paulina, pronunciada e
confirmada pelo próprio Senhor (Jo
12.44,45;
cf; Jo 14.9- 14). Por
isso, como fez Roger Olson, pode-se arrematar sobre Armínio: “Sua teologia é
cristocêntrica”.
Uma teologia que
destaca a vontade universal de Deus para a salvação
Baseado nessa
compaixão, misericórdia, amor e justiça é que o plano salvífico de Deus,
executado por Jesus Cristo, provê salvação a todo o ser humano. Em Jesus, Deus
se mostra misericordioso, bondoso, amoroso e justo; logo, não haveria o porquê
de o Pai enviar seu Filho, fazê-lo passar por todo processo de crucificação,
morte e ressurreição, ordenando que os discípulos, após serem batizados no
Espírito Santo, proclamassem o Evangelho a toda a criatura (Mc 1615; cf. At 1.8). A partir dessa ordem, estava clara a
intenção de Deus de salvar todos os seres humanos e, com base em sua bondade,
amor e justiça, dá a oportunidade de ele rejeitar ou não a promessa bendita de
Salvação. Aqui, o livre-arbítrio torna-se secundário, pois o que se destaca são
o amor e a bondade de Deus.
Extraído do LBM Digital.
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