Uma acusação comum
aos pentecostais é que não conhecemos a graça de Deus. Acusa-nos de legalistas
porque em pleno século XXI preservamos costumes − como os que de quaisquer
igrejas evangélicas também são conservados, embora diferente dos nossos – em
detrimento da graça de Deus, dizem eles. Nesse assunto, os pentecostais também
concordam com a teologia arminiana, em que o fundamento essencial na dinâmica
da salvação é o da graça proveniente e que toda salvação é fruto inteiramente
da graça de Deus. Retomando mais uma vez o auxílio do teólogo arminiano Roger
Olson, passamos a conceituar graça preveniente.
A graça
proveniente é uma doutrina elevada da graça
Com graça
proveniente se quer dizer o chamado de Deus no sentido de ser dEle a iniciativa
do começo de relação com uma pessoa que é livre para responder a esse chamado
com arrependimento e fé. Esse processo proveniente da graça, segundo Roger
Olson, inclui ao menos quatro aspectos: chamada, convicção, iluminação e
capacitação. Por isso, alinhado à visão arminiana, o pentecostal não tem
dificuldade de pregar a graça de Deus e, ao mesmo tempo, reconhecer que a
chamada para a salvação pode ser rejeitada pela pessoa. É muito claro para o
pentecostal que nenhuma pessoa pode arrepender-se, crer e ser salva sem o
auxílio sobrenatural do Espírito Santo. Este age do início ao fim do processo
salvífico. Entretanto, é preciso que a pessoa não resista ao Espírito, como fi
zeram os fariseu são resistirem arduamente à mensagem de Jesus Cristo (Mt 12.22-32), mas
coopere com o Espírito reconhecendo a própria condição de pecador e crendo no
único Salvador.
O que pensava
Armínio acerca da graça de Deus na salvação?
Segundo Roger
Olson, a teologia de Armínio sempre foi compromissada com a graça de Deus e o
teólogo holandês jamais atribuiu qualquer eficácia salvífica à bondade ou à
força de vontade do ser humano. Isso é importante destacar, pois é um equívoco
pensar que quem afirma que o ser humano pode resistir a graça de Deus está
dizendo que o que define a salvação é a vontade humana. Nada mais injusto!
Não havia dúvida
para Armínio que a salvação era de graça, provinha de Deus, era um presente
incomensurável do Altíssimo para o homem. Entretanto, o problema para Armínio,
e o mesmo para os pentecostais, era que “de acordo com as escrituras, que
muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida”.
Extraído do LBM Digital.
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