"SUBSÍDIO LIÇÃO 11" LBJ - CRENÇAS RELIGIOSAS.


As pessoas estão ávidas por prosperidade material. Muitas acreditam que não basta apenas chegar ao topo das conquistas sociais e econômicas, o mais importante é manter-se lá. Essa ideia simpática dificilmente pode ser confrontada, salvo se for feita uma análise sob o prisma da eternidade. É a partir desse exame que se poderá observar o perigo teologia da prosperidade. C . S. Lewis fez uma abordagem extraordinária, em poucas palavras, trazendo a “visão do demônio” sobre essa questão:

A prosperidade faz com que o homem fique preso ao mundo. Ele sente que está “encontrando o seu lugar no mundo”, quando, na verdade, é o mundo que encontra lugar nele. Sua reputação crescente, seu círculo de amizades cada vez maior, sua sensação de importância, a pressão cada vez maior do trabalho que lhe agrada e o absorve, tudo isso causa nele a sensação de estar em casa no mundo, que é exatamente o que queremos (grifos acrescidos).1

Infelizmente, muitas pessoas têm sido enganadas com essas crenças que não provêm das Escrituras, como no caso a seguir. Jim Bakker foi um televangelista norte-americano muito conhecido nas décadas de 1970 e 1980. Ele pregava que o crente que tem fé não poderia ser pobre nem doente, pois tudo isso era maldição... O Evangelho da Prosperidade. Bakker um pastor muito rico. Em 1987, entretanto, começou a trajetória descendente ao ser descoberto que m antinha um caso extraconjugal com sua secretária e, mais adiante, em 1989, foi condenado a 45 anos de detenção pelos crimes de violação de correspondência e realização “grampos” telefônicos ilegais.
A vida de estrela desmoronou completamente. Quando saiu em liberdade, após cumprir cinco anos em um a prisão federal, lançou o livro I was Wrong [Eu Estava Errado], em que descreve como suas crenças religiosas eram deformadas e como prejudicou as pessoas com seus ensinamentos hereges. Jim Bakker, por exemplo, dizia que ninguém orasse “seja feita a tua vontade” quando queriam um carro novo, pois bastava pedir e o Senhor teria que fazer! Ele m andava as pessoas se apaixonarem pelo dinheiro, pois Deus desejava que todo mundo fosse rico e sem problemas. Enquanto estava na penitenciária, ele começou a estudar a Palavra de Deus e entendeu seu grande erro.
Com o aconteceu Jim Bakker, o qual usava indevidamente o púlpito de uma igreja evangélica para falar contra os ensinamentos da Bíblia Sagrada (não obstante aparentemente a defendesse), existem inúmeras personalidades evangélicas que propagam desvios doutrinários importantes, tais como o misticismo (que é uma forma de sincretismo, oriundo de rituais afro-brasileiros, esotéricos, liturgias da igreja católica romana e até práticas indígenas), a teologia liberal, teísmo aberto, dentre outros, que quando dizem interpretar a Bíblia exibem esnobismo intelectual e conceitos humanos e diabólicos, mas não interpretação genuína.
Hoje, porém, grande parte da pregação evangélica, em muitos lugares, perdeu sua feição genuinamente bíblica e, portanto, transformadora, tornando-se uma erva daninha que tem causado sérios danos à lavoura de Deus.

1. Crescimento Evangélico e Crenças Religiosas

Século I
O crescimento do cristianismo no Século I foi exponencial. Na primeira pregação, Pedro ganhou quase 3 mil almas. Na segunda, cerca de 5 mil. E em cada dia, havia novas conversões. Com tanta gente reunida,  houve a  necessidade de alguns ajustes  entre  os judeus e os gentios acerca da Lei  mosaica.
Foi preciso “acertar o passo”, cortar arestas, para acomodar todas as vertentes emergentes. Isso se chama “construir a unidade”. E era fundamental, para que todos os cristãos pudessem seguir juntos. Em frente. C om uma base sólida. Deus queria que o Corpo de Cristo, a Igreja, crescesse consistentemente. Então, foi realizada uma assembléia em Jerusalém. Após a palavra de Tiago, o Espírito Santo alinhou os entendimentos. A igreja conciliou o que era aparentemente inconciliável. O cristianismo seguiu sua marcha triunfal. O s cristãos demonstraram tolerância, uns com os outros, e obediência à vontade de Deus. Abdicaram de seus gostos pessoais, por uma causa maior — , a unidade do povo de Deus. Jesus havia destruído todas as barreiras étnicas e, portanto, peculiaridades do povo judeu não deveriam ser ensinadas aos estrangeiros, mas somente as coisas essenciais para o cristianismo. O amor os fez “acertar o passo”, para poderem andar na mesma cadência, na mesma direção, mantendo a identidade cristã.
C om este gesto de humildade, em acatar a decisão de quem detinha autoridade espiritual sobre eles, os cristãos conquistaram muitas vidas para o Cordeiro de Deus e mantiveram a unidade. Permaneceram juntos, como no início, em Jerusalém.

Séculos XX e XXI

O Brasil experimentou, ao longo das últimas décadas, um vertiginoso crescimento numérico da igreja evangélica. De acordo com o IBG E, em 1980, algo em torno de 6,6% dos brasileiros eram evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no ano 2000, subiu para 15,4% da população e no último censo, em 2010, o índice saltou para 22,2% , um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Talvez hoje os evangélicos brasileiros já totalizem mais de 50 milhões de pessoas! O triste nisso tudo é que, não obstante esse impressionante crescimento numérico, os índices de criminalidade, prostituição infantil, trabalho escravo, corrupção, dentre outras mazelas sociais, não têm diminuído.
Num a análise matemática, portanto, o crescimento evangélico não está fazendo diferença na cultura nacional.
O verdadeiro cristianismo funciona como um catalisador das condutas inapropriadas, para transformá-las em algo moral e eticamente recomendável, para o bem da humanidade. O cristianismo essencialmente é, e sempre foi, a resposta mais contundente de Deus para o mundo decaído. Entretanto, como visto, as evidências mostram que, no Brasil, o padrão de algum as crenças religiosas perdeu as características principais do Evangelho. Observe-se que nunca houve “um período em que a adoração espiritual tenha sido reduzida a um nível tão baixo. Em muitos lugares, a igreja perdeu totalmente a noção do que seja adoração”.3 Com tudo isso, outro não poderia ser o resultado: igrejas cheias de pessoas vazias de Deus, que não produzem frutos dignos de arrependimento.

Sincretismo evangélico

As crenças religiosas evangélicas pós-modernas são eminentemente sincréticas, ou seja, misturadas com elementos cultuais e culturais da sociedade. Um a miscelânea de ideias e conceitos antagônicos entre si, que buscam o crescimento a qualquer custo...Daí advém à realização de novenas, o uso do sal grosso, rosa ungida, a deificação de líderes (cujo suor pode curar), a formulação de poções feitas com dezenas de ingredientes “mágicos”, dentre inúmeras outras práticas, que indicam que os “convertidos” permanecem prisioneiros de práticas místicas, embora tenham alterado o rótulo religioso.
O Senhor nunca autorizou qualquer alteração em sua Palavra para facilitar o convívio social ou para atrair os incrédulos. Ele disse que havia uma diferença irreconciliável com o mundo, que jamais seria superada (Jo 17.14,16). Não se podem desconstruir exigências, e, muito menos, abrandar mandamentos.
Assim, a realidade da fé em Jesus não admite a mistura de elementos litúrgicos de outras culturas, a fim de simplificar ou adaptar as coisas. Observe-se o momento em que o Senhor foi confrontado por um a comitiva estranha, conforme M arcos 2.18. Está escrito que perguntaram a Jesus: “...Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos?
Faziam parte daquela comitiva de questionadores alguns discípulos de João Batista e, possivelmente, uns religiosos fariseus, os quais concordavam com um aspecto: Jesus era pouco ortodoxo e nem um pouco ascético. N a verdade, os dois grupos se sentiam ofendidos por Jesus não pregar o sincretismo, entretanto, o Senhor tencionava ressignificar a adoração a Deus, excluindo elementos ritualísticos nocivos.
Jesus explicou, naquela oportunidade, que sob o prisma do Novo Pacto, depois da partida do Noivo, os discípulos jejuariam, m as sem estabelecer com isso uma relação de mérito com Deus, que era a base teórica do ascetismo. Era com o se Jesus estivesse dizendo, usando um a linguagem moderna: o “aplicativo” antigo, que é ultrapassado, obsoleto, não “abre” no novo programa “criado” pelo Filho de Deus. São incompatíveis.
Jesus estava ressignificando o jeito de se consagrar a Deus. Os atos de devoção deveriam ser secretos, para agradar o Criador, não públicos, para exaltar os praticantes. Ele explicou, então, ao contar a parábola do “remendo novo em veste velha” que o cristianismo não poderia conviver com práticas do passado. O s “trapos velhos” não poderiam estar juntos aos “panos novos” de uma vida redimida.
Jesus veio para alterar completamente as coisas, notadamente as que diziam respeito a Deus. Um a mudança tão radical que nem mesmo os seguidores de um de seus melhores amigos, João Batista, compreendiam. Um novo tempo, de novos parâmetros espirituais, estaria disponível para aqueles que nascessem da água e do Espírito.

II. Os Males do Sincretismo Cultural e Religioso

Pregação da cultura do mundo
A pregação cristã deve basear-se exclusivamente nas Escrituras {Sola Scriptura), mas quando o sincretismo religioso surge, elementos exógenos culturais e doutrinários são incorporados gerando mensagens apóstatas como, por exemplo, aquelas que valorizem o amor ao dinheiro e às riquezas. É como dizia Tozer: “É um escândalo dentro do Reino ver os filhos de Deus famintos, apesar de estarem assentados à mesa do Pai”.4 Billy Graham afirmou que não se pode modificar a mensagem bíblica, da mesma forma que um apresentador de televisão não é livre para modificar as notícias.5 Entretanto, infelizmente, algumas denominações, para atrair mais adeptos, dão ênfase à frase: “Pare de Sofrer”. Enquanto, na verdade, Jesus ensinou que o evangelho inclui o sofrimento de levar a cruz, negar-se a si mesmo, e dar a vida pelos irmãos (1 Jo 3.16). Dessa forma, parte desta geração emergente “gospel” não está fazendo a diferença no mundo, não está resplandecendo como luzeiros (F1 2.15), não estão sendo sal e luz. Para muitos, o foco tem sido as coisas materiais.
Há uma forte advertência nesse sentido, mencionando sobre o perigo de um a mensagem evangélica que valoriza a cultura do mundo:

O verdadeiro Cristo e a verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente substituídos por alternativas doentias, oferecidas por um grupo de mestres que pertencem ao denominado “Movimento da Fé”. [...] Para evitar essa crise, precisamos mudar nossa percepção de Deus como um meio para se chegar a um fim, reconhecendo que Ele é um fim em si mesmo. Precisamos mudar duma teologia baseada em perspectivas temporais para uma teologia alicerçada sobre verdades eternas (grifos acrescidos).

A famigerada teologia da prosperidade, como mencionada, coloca os bens materiais em posição de destaque na vida, destruindo lenta­ mente o anelo pelo céu, em prestígio à conquista de riquezas nesta vida. E bom nos lembrarmos de que não foi Jesus quem disse: “Tudo de darei se prostrado me adorares”, mas o próprio Diabo (M t 4.8,9). Todo cuidado é pouco.

Humanismo secular

Consequência indissociável do sincretismo das crenças ditas evangélicas é o aparecimento do humanismo secular, — o homem se torna o centro de todas as coisas.
O humanismo tira a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano; então, assim, a obra de Deus se transforma em “ministério” desta ou daquela celebridade, o púlpito da congregação se transforma em palco e o culto em show. C om o se não bastasse, são outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais como “paipóstulo”, patriarca, sumo sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira a identificá-lo acima dos demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e trata-se de uma apostasia à fé cristã.
A Igreja Primitiva, em Jerusalém, apresentou ao mundo a força de um a nova comunidade inaugurada sob a égide do Calvário. Ali não havia culto ao homem. Assim está escrito: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em com um ” (At 2.44). C om pouco tempo, os judeus e romanos identificaram o surgimento de um novo grupo religioso em Jerusalém, a Igreja, formado por pessoas que exaltavam somente a Jesus, mantendo um a exuberante humildade, alegria e comunhão.
Hoje, porém , depois de 2 mil anos, o humanismo secular se embrenhou no evangelicalismo, com o observado anteriormente e, em muitas denominações, verifica-se um verdadeiro culto à personalidade, que envolve desde a imitação do jeito de falar do líder, até a quase idolatria. Entretanto, existem remanescentes fiéis, que não se vergaram às celebridades, aos modismos, às vaidades, e, assim, estão vencendo o mundo.

Uma longa história

A história do sincretismo do fenômeno religioso é bastante antiga. Quando Moisés demorou a descer do monte, os israelitas fizeram um bezerro de ouro “egípcio” e disseram que aquele era o Senhor. Jeroboão I, ao criar os altares em D ã e Betei, iguais ao de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares seriam os substitutos do Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os casos foram terríveis.
Paulo, ao escrever aos Gálatas (1.6-8), repreendeu-os severamente pelo sincretismo daquela igreja. Eles estavam colocando as experiências religiosas acima das Escrituras. Então o apóstolo dos gentios recomendou que não aceitassem outro evangelho nem que fosse pregado por um anjo. Qualquer “revelação” que contrariasse a cosmovisão judaico-cristã deveria ser considerada um a maldição.
Durante toda a história, o inferno sempre investiu contra a igreja cristã para que houvesse uma contam inação cultural, doutrinária e litúrgica, imitando os padrões do mundo. Nesse sentido, observe-se o grave dano conjuntural sofrido quando a igreja católica passou a ser a religião oficial do Império Romano.
Não há espaço, aqui, para expor pormenorizadamente o que aconteceu nos concílios e como a doutrina da, assim chamada, igreja oficial se dissociou tão fortemente dos ensinamentos neotestamentários. Inequivocamente, quando a igreja se envolveu institucional e sincreticamente com o Estado, a descaracterização do Evangelho foi bastante severa, e os danos para o Reino de Deus incomensuráveis.

III. 0 Perigo do Adultério Espiritual

Tempos trabalhosos

U m a vez consolidada a corrupção de um a prática cristã, seja ela cultural ou doutrinária, aos olhos do Senhor surge um adultério espiritual, o que Deus não tolera. Abundantes são os casos, na Bíblia, em que pessoas cometeram adultério espiritual e foram grandemente punidos. Ananias e Safira, por exemplo, decidiram doar um imóvel à igreja, porém mentiram sobre o valor da venda, porque tencionaram repassar apenas um a parte. Aparentemente foi um pequeno erro, todavia Deus não achou que aquela conduta fosse irrelevante, por isso matou a ambos. A morte de Ananias e Safira foi um marco para aquela nova comunidade. A Dispensação do Espírito Santo seria um tempo de liberdade, m as isso não significava que poderiam descumprir as regras morais estabelecidas por Deus.
C . S. Lewis diz que as leis de Deus existem “como instruções do uso da máquina chamada Homem” e que elas visam “prevenir o colapso, a sobrecarga ou uma falha de funcionamento da máquina”.7Ananias e Safira não sabiam ou simplesmente esqueceram disso, e houve o colapso total de suas vidas.
O fato decisivo, como visto, é que esse o casal não tinha escondido a Palavra de Deus no coração, para não pecar contra o Senhor (SI 119.11). Ravi Zacharias menciona um episódio da história judaica de desprezo à Lei de Deus, que muito se assemelha ao caso de Ananias e Safira, bem como com o que está acontecendo nos dias atuais:

No enorme Templo que Salomão construiu para adoração do único Deus verdadeiro, as cerimônias eram comuns. Tudo aquilo que brilhava era ouro. A generosidade representada era quase sem precedentes... o esplendor régio do Templo era proverbial. [...] Mas Salomão se perdeu, e em pouco tempo seu povo se tornou como ovelhas sem pastor. O Templo permaneceu ocupado; as cerimônias continuaram a ser celebradas; mas algo fundamental havia sido perdido.
Muitos anos mais tarde, Josias se tornou rei e ordenou uma limpeza completa do Templo. Veja só o que aconteceu! Em meio àquela purificação massiva, o Livro da Lei — a Palavra escrita de Deus para seu povo — foi encontrado enterrado na poeira em algum lugar em uma sala dos fundos. O Templo era o lugar onde o Livro da Lei havia sido valorizado e protegido. Mas ninguém sabia nem mesmo que ele estava lá. E o mais triste de tudo, as pessoas não sentiram sua falta. Isso significava que as pessoas ainda estavam indo ao Templo para orar, mas Deus não mais estava no meio delas e elas nem mesmo sabiam disso. Na prática, era como se elas estivessem falando sozinhas. Elas compareciam ao Templo para ouvir, mas o livro estava perdido, então não havia ninguém para falar com elas. Elas estavam sentadas em uma câmara de eco, ouvindo apenas a si mesmas. Não havia ouvido para ouvi-las e nem voz para falar com elas. Elas viviam suas vidas em um vazio, e realizavam as suas cerimônias e cultos nessa mesma condição.8

O grande problema de tantas denominações atuais, como aconteceu com o povo de Deus no passado, é que não há mais compromisso com a Bíblia, que deixou de ser o centro de algumas crenças religiosas. As doutrinas antropocêntricas dessacralizam as coisas de Deus, perdendo o que há de mais importante no cristianismo. Esses são, de fato, tempos trabalhosos.
Subcultura
O  sincretismo  evangélico tende a produzir apenas  uma subcultura, e não um a contracultura do Reino, ou seja, as pessoas passam a viver com particularidades culturais cristãs, sem, todavia, se desprender do modo de vida dominante no mundo.  Há  uma conformação aos moldes sociais  (Rm  12.2),  uma aceitação  tácita da cultura secular.
O perigo é que a cultura popular cristã pode imitar os costumes da cultura dominante em estilo, mudando somente o conteúdo. O mercado de música está transbordando com Rock, Rap, Blue, Jazz e Heavy Metal cristãos. As prateleiras das livrarias estão cheias com “ficção cristã”, desde e histórias de aventuras infantis até romances quase picantes. [...] Temos sempre de perguntar: estamos criando uma genuína cultura cristã ou estamos apenas criando uma cultura paralela com aparência cristã? Estamos impondo um conteúdo cristão para uma forma já existente? Pois a forma e o estilo sempre enviam uma mensagem própria. [...]
Quando criamos uma cultura popular cristã, temos que ter cuidado para não simplesmente inserir o conteúdo cristão em qualquer estilo corrente no mercado. Ao invés disso, deveriamos cultivar alguma coisa distintamente cristã tanto no conteúdo quanto na forma. Temos de aprender a identificar as cosmovisões expressadas em várias formas para podermos criticá-las e produzir uma alternativa que seja realmente bíblica.

Colson tem razão. Várias crenças religiosas “evangélicas” do tempo atual, sem nenhum critério, aderem à cultura mundana visando conquistar “bons resultados”. O objetivo numérico, com essa tática, pode vir a ser alcançado, todavia a mensagem transformadora do evangelho perderá força, ante a mistura inadequada. Acã, por exemplo, ao absorver coisas impróprias de Jerico, em um primeiro momento foi bem sucedido, mas depois aquilo ocasionou a sua morte e de sua família.
A miscigenação da cultura cristã produzida por uma denominação, assim, pode fazer a abertura para novas conquistas, mas, por outro lado, também pode significar, a médio ou longo prazo, quiçá, a destruição total dos projetos de Deus.


Cristianismo puro e simples

O  resultado prático de se viver o  cristianismo na sua forma original,  é o estabelecimento de uma contracultura capaz de responder efetiva­ mente a qualquer questionamento de ordem emocional, espiritual ou social. Está escrito que os crentes primitivos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão...  E  todos os dias acrescentava o  Senhor à igreja aqueles que se haviam  de salvar”  (At 2.42,  47).
Hoje, igualmente, Deus chama a todos para viverem um cristianismo puro e simples. Talvez alguns que leem este livro ainda não estejam alistados neste exército. Paulo foi um que entrou na batalha tardiamente, mas produziu frutos extraordinários no Reino de Deus. Quem  sabe você será o  Paulo desta geração?
“Em seguida, ouvi o Senhor dizer:  —  Quem  é que eu vou enviar?
 Quem  será o  nosso  mensageiro? 
Então  respondí: —  Aqui estou eu.
Envia-me a mim !” (Is 6.8 N T L H ).

Extraído do livro:





TEMPO PARA
TODAS AS COISAS
Aproveitando as Oportunidades que Deus nos dá

 REYNALDO ODILO

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