As pessoas estão ávidas por prosperidade material. Muitas acreditam que
não basta apenas chegar ao topo das conquistas sociais e econômicas, o mais
importante é manter-se lá. Essa ideia simpática dificilmente pode ser
confrontada, salvo se for feita uma análise sob o prisma da eternidade. É a partir
desse exame que se poderá observar o perigo teologia da prosperidade. C . S.
Lewis fez uma abordagem extraordinária, em poucas palavras, trazendo a “visão
do demônio” sobre essa questão:
A prosperidade
faz com que o homem fique preso ao mundo. Ele sente que está “encontrando o seu
lugar no mundo”, quando, na verdade, é o mundo que encontra lugar nele. Sua
reputação crescente, seu círculo de amizades cada vez maior, sua sensação de
importância, a pressão cada vez maior do trabalho que lhe agrada e o absorve,
tudo isso causa nele a sensação de estar em casa no mundo, que é exatamente o
que queremos (grifos acrescidos).1
Infelizmente,
muitas pessoas têm sido enganadas com essas crenças que não provêm das
Escrituras, como no caso a seguir. Jim Bakker foi um televangelista
norte-americano muito conhecido nas décadas de 1970 e 1980. Ele pregava que o
crente que tem fé não poderia ser pobre nem doente, pois tudo isso era
maldição... O Evangelho da Prosperidade. Bakker um pastor muito rico. Em 1987,
entretanto, começou a trajetória descendente ao ser descoberto que m antinha um
caso extraconjugal com sua secretária e, mais adiante, em 1989, foi condenado a
45 anos de detenção pelos crimes de violação de correspondência e realização
“grampos” telefônicos ilegais.
A vida de
estrela desmoronou completamente. Quando saiu em liberdade, após cumprir cinco
anos em um a prisão federal, lançou o livro I was Wrong [Eu Estava
Errado], em que descreve como suas crenças religiosas eram deformadas e como
prejudicou as pessoas com seus ensinamentos hereges. Jim Bakker, por exemplo,
dizia que ninguém orasse “seja feita a tua vontade” quando queriam um carro
novo, pois bastava pedir e o Senhor teria que fazer! Ele m andava as pessoas se
apaixonarem pelo dinheiro, pois Deus desejava que todo mundo fosse rico e sem
problemas. Enquanto estava na penitenciária, ele começou a estudar a Palavra de
Deus e entendeu seu grande erro.
Com o aconteceu
Jim Bakker, o qual usava indevidamente o púlpito de uma igreja evangélica para
falar contra os ensinamentos da Bíblia Sagrada (não obstante aparentemente a
defendesse), existem inúmeras personalidades evangélicas que propagam desvios
doutrinários importantes, tais como o misticismo (que é uma forma de
sincretismo, oriundo de rituais afro-brasileiros, esotéricos, liturgias da
igreja católica romana e até práticas indígenas), a teologia liberal, teísmo
aberto, dentre outros, que quando dizem interpretar a Bíblia exibem esnobismo
intelectual e conceitos humanos e diabólicos, mas não interpretação genuína.
Hoje, porém,
grande parte da pregação evangélica, em muitos lugares, perdeu sua feição
genuinamente bíblica e, portanto, transformadora, tornando-se uma erva daninha
que tem causado sérios danos à lavoura de Deus.
1. Crescimento Evangélico e Crenças
Religiosas
Século
I
O
crescimento do cristianismo no Século I foi exponencial. Na primeira pregação,
Pedro ganhou quase 3 mil almas. Na segunda, cerca de 5 mil. E em cada dia,
havia novas conversões. Com tanta gente reunida, houve a
necessidade de alguns ajustes
entre os judeus e os gentios
acerca da Lei mosaica.
Foi preciso “acertar o passo”, cortar arestas,
para acomodar todas as vertentes emergentes. Isso se chama “construir a
unidade”. E era fundamental, para que todos os cristãos pudessem seguir juntos.
Em frente. C om uma base sólida. Deus queria que o Corpo de Cristo, a Igreja,
crescesse consistentemente. Então, foi realizada uma assembléia em Jerusalém.
Após a palavra de Tiago, o Espírito Santo alinhou os entendimentos. A igreja
conciliou o que era aparentemente inconciliável. O cristianismo seguiu sua
marcha triunfal. O s cristãos demonstraram tolerância, uns com os outros, e
obediência à vontade de Deus. Abdicaram de seus gostos pessoais, por uma causa
maior — , a unidade do povo de Deus. Jesus havia destruído todas as barreiras
étnicas e, portanto, peculiaridades do povo judeu não deveriam ser ensinadas
aos estrangeiros, mas somente as coisas essenciais para o cristianismo. O amor
os fez “acertar o passo”, para poderem andar na mesma cadência, na mesma
direção, mantendo a identidade cristã.
C om este gesto
de humildade, em acatar a decisão de quem detinha autoridade espiritual sobre
eles, os cristãos conquistaram muitas vidas para o Cordeiro de Deus e mantiveram
a unidade. Permaneceram juntos, como no início, em Jerusalém.
Séculos XX e XXI
O Brasil
experimentou, ao longo das últimas décadas, um vertiginoso crescimento numérico
da igreja evangélica. De acordo com o IBG E, em 1980, algo em torno de 6,6% dos
brasileiros eram evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no ano 2000,
subiu para 15,4% da população e no último censo, em 2010, o índice saltou para
22,2% , um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3
milhões). Talvez hoje os evangélicos brasileiros já totalizem mais de 50 milhões
de pessoas! O triste nisso tudo é que, não obstante esse impressionante
crescimento numérico, os índices de criminalidade, prostituição infantil,
trabalho escravo, corrupção, dentre outras mazelas sociais, não têm diminuído.
Num a análise
matemática, portanto, o crescimento evangélico não está fazendo diferença na
cultura nacional.
O verdadeiro
cristianismo funciona como um catalisador das condutas inapropriadas, para
transformá-las em algo moral e eticamente recomendável, para o bem da
humanidade. O cristianismo essencialmente é, e sempre foi, a resposta mais
contundente de Deus para o mundo decaído. Entretanto, como visto, as evidências
mostram que, no Brasil, o padrão de algum as crenças religiosas perdeu as
características principais do Evangelho. Observe-se que nunca houve “um período
em que a adoração espiritual tenha sido reduzida a um nível tão baixo. Em
muitos lugares, a igreja perdeu totalmente a noção do que seja adoração”.3 Com
tudo isso, outro não poderia ser o resultado: igrejas cheias de pessoas vazias
de Deus, que não produzem frutos dignos de arrependimento.
Sincretismo evangélico
As crenças
religiosas evangélicas pós-modernas são eminentemente sincréticas, ou seja,
misturadas com elementos cultuais e culturais da sociedade. Um a miscelânea de ideias
e conceitos antagônicos entre si, que buscam o crescimento a qualquer custo...Daí
advém à realização de novenas, o uso do sal grosso, rosa ungida, a deificação
de líderes (cujo suor pode curar), a formulação de poções feitas com dezenas de
ingredientes “mágicos”, dentre inúmeras outras práticas, que indicam que os
“convertidos” permanecem prisioneiros de práticas místicas, embora tenham
alterado o rótulo religioso.
O Senhor nunca
autorizou qualquer alteração em sua Palavra para facilitar o convívio social ou
para atrair os incrédulos. Ele disse que havia uma diferença irreconciliável
com o mundo, que jamais seria superada (Jo 17.14,16). Não se podem desconstruir
exigências, e, muito menos, abrandar mandamentos.
Assim, a
realidade da fé em Jesus não admite a mistura de elementos litúrgicos de outras
culturas, a fim de simplificar ou adaptar as coisas. Observe-se o momento em
que o Senhor foi confrontado por um a comitiva estranha, conforme M arcos 2.18.
Está escrito que perguntaram a Jesus: “...Por que jejuam os discípulos de João
e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos?
Faziam parte
daquela comitiva de questionadores alguns discípulos de João Batista e,
possivelmente, uns religiosos fariseus, os quais concordavam com um aspecto:
Jesus era pouco ortodoxo e nem um pouco ascético. N a verdade, os dois grupos
se sentiam ofendidos por Jesus não pregar o sincretismo, entretanto, o Senhor
tencionava ressignificar a adoração a Deus, excluindo elementos ritualísticos
nocivos.
Jesus explicou,
naquela oportunidade, que sob o prisma do Novo Pacto, depois da partida do Noivo,
os discípulos jejuariam, m as sem estabelecer com isso uma relação de mérito
com Deus, que era a base teórica do ascetismo. Era com o se Jesus estivesse
dizendo, usando um a linguagem moderna: o “aplicativo” antigo, que é
ultrapassado, obsoleto, não “abre” no novo programa “criado” pelo Filho de
Deus. São incompatíveis.
Jesus estava
ressignificando o jeito de se consagrar a Deus. Os atos de devoção deveriam ser
secretos, para agradar o Criador, não públicos, para exaltar os praticantes.
Ele explicou, então, ao contar a parábola do “remendo novo em veste velha” que
o cristianismo não poderia conviver com práticas do passado. O s “trapos
velhos” não poderiam estar juntos aos “panos novos” de uma vida redimida.
Jesus veio para
alterar completamente as coisas, notadamente as que diziam respeito a Deus. Um
a mudança tão radical que nem mesmo os seguidores de um de seus melhores
amigos, João Batista, compreendiam. Um novo tempo, de novos parâmetros
espirituais, estaria disponível para aqueles que nascessem da água e do
Espírito.
II.
Os Males do Sincretismo Cultural e Religioso
Pregação da cultura do mundo
A pregação
cristã deve basear-se exclusivamente nas Escrituras {Sola Scriptura), mas
quando o sincretismo religioso surge, elementos exógenos culturais e
doutrinários são incorporados gerando mensagens apóstatas como, por exemplo,
aquelas que valorizem o amor ao dinheiro e às riquezas. É como dizia Tozer: “É
um escândalo dentro do Reino ver os filhos de Deus famintos, apesar de estarem
assentados à mesa do Pai”.4 Billy Graham afirmou que não se pode modificar a
mensagem bíblica, da mesma forma que um apresentador de televisão não é livre
para modificar as notícias.5 Entretanto, infelizmente, algumas denominações, para
atrair mais adeptos, dão ênfase à frase: “Pare de Sofrer”. Enquanto, na
verdade, Jesus ensinou que o evangelho inclui o sofrimento de levar a cruz,
negar-se a si mesmo, e dar a vida pelos irmãos (1 Jo 3.16). Dessa forma, parte
desta geração emergente “gospel” não está fazendo a diferença no mundo, não
está resplandecendo como luzeiros (F1 2.15), não estão sendo sal e luz. Para
muitos, o foco tem sido as coisas materiais.
Há uma forte
advertência nesse sentido, mencionando sobre o perigo de um a mensagem
evangélica que valoriza a cultura do mundo:
O verdadeiro
Cristo e a verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente substituídos por
alternativas doentias, oferecidas por um grupo de mestres que pertencem ao
denominado “Movimento da Fé”. [...] Para evitar essa crise, precisamos mudar
nossa percepção de Deus como um meio para se chegar a um fim, reconhecendo que
Ele é um fim em si mesmo. Precisamos mudar duma teologia baseada em
perspectivas temporais para uma teologia alicerçada sobre verdades eternas
(grifos acrescidos).
A famigerada
teologia da prosperidade, como mencionada, coloca os bens materiais em posição
de destaque na vida, destruindo lenta mente o anelo pelo céu, em prestígio à
conquista de riquezas nesta vida. E bom nos lembrarmos de que não foi Jesus
quem disse: “Tudo de darei se prostrado me adorares”, mas o próprio Diabo (M t
4.8,9). Todo cuidado é pouco.
Humanismo secular
Consequência
indissociável do sincretismo das crenças ditas evangélicas é o aparecimento do
humanismo secular, — o homem se torna o centro de todas as coisas.
O humanismo tira
a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano; então, assim, a obra de
Deus se transforma em “ministério” desta ou daquela celebridade, o púlpito da
congregação se transforma em palco e o culto em show. C om o se não
bastasse, são outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais como “paipóstulo”,
patriarca, sumo sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira a identificá-lo
acima dos demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e trata-se de uma
apostasia à fé cristã.
A Igreja
Primitiva, em Jerusalém, apresentou ao mundo a força de um a nova comunidade
inaugurada sob a égide do Calvário. Ali não havia culto ao homem. Assim está
escrito: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em com um ” (At
2.44). C om pouco tempo, os judeus e romanos identificaram o surgimento de um
novo grupo religioso em Jerusalém, a Igreja, formado por pessoas que exaltavam
somente a Jesus, mantendo um a exuberante humildade, alegria e comunhão.
Hoje, porém ,
depois de 2 mil anos, o humanismo secular se embrenhou no evangelicalismo, com
o observado anteriormente e, em muitas denominações, verifica-se um verdadeiro
culto à personalidade, que envolve desde a imitação do jeito de falar do líder,
até a quase idolatria. Entretanto, existem remanescentes fiéis, que não se vergaram
às celebridades, aos modismos, às vaidades, e, assim, estão vencendo o mundo.
Uma longa história
A história do
sincretismo do fenômeno religioso é bastante antiga. Quando Moisés demorou a descer
do monte, os israelitas fizeram um bezerro de ouro “egípcio” e disseram que
aquele era o Senhor. Jeroboão I, ao criar os altares em D ã e Betei, iguais ao
de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares seriam os substitutos do
Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os casos foram terríveis.
Paulo, ao
escrever aos Gálatas (1.6-8), repreendeu-os severamente pelo sincretismo
daquela igreja. Eles estavam colocando as experiências religiosas acima das
Escrituras. Então o apóstolo dos gentios recomendou que não aceitassem outro
evangelho nem que fosse pregado por um anjo. Qualquer “revelação” que
contrariasse a cosmovisão judaico-cristã deveria ser considerada um a maldição.
Durante toda a história, o inferno sempre
investiu contra a igreja cristã para que houvesse uma contam inação cultural,
doutrinária e litúrgica, imitando os padrões do mundo. Nesse sentido,
observe-se o grave dano conjuntural sofrido quando a igreja católica passou a
ser a religião oficial do Império Romano.
Não há espaço,
aqui, para expor pormenorizadamente o que aconteceu nos concílios e como a
doutrina da, assim chamada, igreja oficial se dissociou tão fortemente
dos ensinamentos neotestamentários. Inequivocamente, quando a igreja se
envolveu institucional e sincreticamente com o Estado, a descaracterização do
Evangelho foi bastante severa, e os danos para o Reino de Deus incomensuráveis.
III.
0 Perigo do Adultério Espiritual
Tempos trabalhosos
U m a vez
consolidada a corrupção de um a prática cristã, seja ela cultural ou
doutrinária, aos olhos do Senhor surge um adultério espiritual, o que Deus não
tolera. Abundantes são os casos, na Bíblia, em que pessoas cometeram adultério
espiritual e foram grandemente punidos. Ananias e Safira, por exemplo,
decidiram doar um imóvel à igreja, porém mentiram sobre o valor da venda,
porque tencionaram repassar apenas um a parte. Aparentemente foi um pequeno
erro, todavia Deus não achou que aquela conduta fosse irrelevante, por isso
matou a ambos. A morte de Ananias e Safira foi um marco para aquela nova comunidade.
A Dispensação do Espírito Santo seria um tempo de liberdade, m as isso não significava
que poderiam descumprir as regras morais estabelecidas por Deus.
C . S. Lewis diz
que as leis de Deus existem “como instruções do uso da máquina chamada Homem” e
que elas visam “prevenir o colapso, a sobrecarga ou uma falha de funcionamento
da máquina”.7Ananias e Safira não sabiam ou simplesmente esqueceram disso, e
houve o colapso total de suas vidas.
O fato decisivo,
como visto, é que esse o casal não tinha escondido a Palavra de Deus no
coração, para não pecar contra o Senhor (SI 119.11). Ravi Zacharias menciona um
episódio da história judaica de desprezo à Lei de Deus, que muito se assemelha
ao caso de Ananias e Safira, bem como com o que está acontecendo nos dias
atuais:
No enorme Templo que Salomão construiu para
adoração do único Deus verdadeiro, as cerimônias eram comuns. Tudo aquilo que
brilhava era ouro. A generosidade representada era quase sem precedentes... o
esplendor régio do Templo era proverbial. [...] Mas Salomão se perdeu, e em
pouco tempo seu povo se tornou como ovelhas sem pastor. O Templo permaneceu
ocupado; as cerimônias continuaram a ser celebradas; mas algo fundamental havia
sido perdido.
Muitos anos mais
tarde, Josias se tornou rei e ordenou uma limpeza completa do Templo. Veja só o
que aconteceu! Em meio àquela purificação massiva, o Livro da Lei — a Palavra
escrita de Deus para seu povo — foi encontrado enterrado na poeira em algum
lugar em uma sala dos fundos. O Templo era o lugar onde o Livro da Lei havia
sido valorizado e protegido. Mas ninguém sabia nem mesmo que ele estava lá. E o
mais triste de tudo, as pessoas não sentiram sua falta. Isso significava que as
pessoas ainda estavam indo ao Templo para orar, mas Deus não mais estava no
meio delas e elas nem mesmo sabiam disso. Na prática, era como se elas
estivessem falando sozinhas. Elas compareciam ao Templo para ouvir, mas o livro
estava perdido, então não havia ninguém para falar com elas. Elas estavam
sentadas em uma câmara de eco, ouvindo apenas a si mesmas. Não havia ouvido
para ouvi-las e nem voz para falar com elas. Elas viviam suas vidas em um
vazio, e realizavam as suas cerimônias e cultos nessa mesma condição.8
O grande
problema de tantas denominações atuais, como aconteceu com o povo de Deus no
passado, é que não há mais compromisso com a Bíblia, que deixou de ser o centro
de algumas crenças religiosas. As doutrinas antropocêntricas dessacralizam as
coisas de Deus, perdendo o que há de mais importante no cristianismo. Esses
são, de fato, tempos trabalhosos.
Subcultura
O sincretismo
evangélico tende a produzir apenas
uma subcultura, e não um a contracultura do Reino, ou seja, as pessoas
passam a viver com particularidades culturais cristãs, sem, todavia, se desprender
do modo de vida dominante no mundo. Há uma conformação aos moldes sociais (Rm
12.2), uma aceitação tácita da cultura secular.
O perigo é que a cultura popular cristã pode
imitar os costumes da cultura dominante em estilo, mudando somente o conteúdo.
O mercado de música está transbordando com Rock, Rap, Blue, Jazz e Heavy Metal
cristãos. As prateleiras das livrarias estão cheias com “ficção cristã”, desde
e histórias de aventuras infantis até romances quase picantes. [...] Temos
sempre de perguntar: estamos criando uma genuína cultura cristã ou estamos
apenas criando uma cultura paralela com aparência cristã? Estamos impondo um
conteúdo cristão para uma forma já existente? Pois a forma e o estilo sempre
enviam uma mensagem própria. [...]
Quando criamos uma cultura popular cristã, temos
que ter cuidado para não simplesmente inserir o conteúdo cristão em qualquer
estilo corrente no mercado. Ao invés disso, deveriamos cultivar alguma coisa
distintamente cristã tanto no conteúdo quanto na forma. Temos de aprender a
identificar as cosmovisões expressadas em várias formas para podermos
criticá-las e produzir uma alternativa que seja realmente bíblica.
Colson tem
razão. Várias crenças religiosas “evangélicas” do tempo atual, sem nenhum
critério, aderem à cultura mundana visando conquistar “bons resultados”. O
objetivo numérico, com essa tática, pode vir a ser alcançado, todavia a
mensagem transformadora do evangelho perderá força, ante a mistura inadequada.
Acã, por exemplo, ao absorver coisas impróprias de Jerico, em um primeiro
momento foi bem sucedido, mas depois aquilo ocasionou a sua morte e de sua
família.
A miscigenação
da cultura cristã produzida por uma denominação, assim, pode fazer a abertura
para novas conquistas, mas, por outro lado, também pode significar, a médio ou
longo prazo, quiçá, a destruição total dos projetos de Deus.
Cristianismo puro e simples
O resultado prático de se viver o cristianismo na sua forma original, é o estabelecimento de uma contracultura
capaz de responder efetiva mente a qualquer questionamento de ordem emocional,
espiritual ou social. Está escrito que os crentes primitivos “perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão...
E todos os dias acrescentava
o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”
(At 2.42, 47).
Hoje,
igualmente, Deus chama a todos para viverem um cristianismo puro e simples.
Talvez alguns que leem este livro ainda não estejam alistados neste exército.
Paulo foi um que entrou na batalha tardiamente, mas produziu frutos
extraordinários no Reino de Deus. Quem
sabe você será o Paulo desta
geração?
“Em
seguida, ouvi o Senhor dizer: — Quem é
que eu vou enviar?
Quem
será o nosso mensageiro?
Então respondí: —
Aqui estou eu.
Envia-me
a mim !” (Is 6.8 N T L H ).
Extraído
do livro:
TEMPO
PARA
TODAS AS
COISAS
Aproveitando as
Oportunidades que Deus nos dá
REYNALDO ODILO
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