RETIRADO DO LIVRO PAZ COM DEUS, BILLY GRAHAM.
Você começou
a grande busca no momento em que nasceu, talvez muitos anos antes que
percebesse isso, antes que ficasse aparente que estava constantemente buscando,
buscando alguma coisa que você nunca teve, buscando alguma coisa que era mais
importante do que qualquer coisa na vida. Algumas vezes, você tentou esquecer o
assunto. Algumas vezes, você tentou se concentrar em outras coisas para que não
houvesse tempo nem pensamento para nada que não fosse a atividade do momento.
Algumas vezes, você até mesmo pode ter pensado que havia se libertado da
necessidade de continuar buscando essa coisa não identificada. Em alguns
momentos, você quase conseguiu descartar completamente a busca. Mas você sempre
se viu de volta a ela, sempre teve que voltar à sua busca.
Nos momentos mais solitários da sua
vida, você olhou para outros homens e mulheres e se perguntou se também estavam
buscando alguma coisa que não conseguiam descrever, mas que sabiam que
necessitavam. Alguns deles pareciam ter encontrado realização no casamento e na
vida familiar. Outros partiam para encontrar fama e fortuna em outras partes do
mundo. Outros, ainda, ficavam em casa e prosperavam, e ao olhar para eles, você
pode ter pensado: “Estas pessoas não estão na grande busca. Estas pessoas
encontraram o seu caminho. Elas sabiam o que queriam, e conseguiram alcançar os
seus objetivos. Somente eu é que ando por este caminho que não leva a lugar
nenhum. Somente eu é que ando perguntando, buscando, tropeçando nesta estrada
escura e desesperadora, que não tem placas indicativas de direção”.
O CLAMOR DA HUMANIDADE
Contudo você
não está sozinho. Toda a humanidade está viajando com você, pois toda a
humanidade está nessa mesma busca. Toda a humanidade está buscando a resposta
para a confusão, a doença moral e o vazio espiritual que oprime o mundo. Toda a
humanidade está clamando por orientação, por consolação e por paz.
Nós vivemos
na “era da ansiedade”, foi o que nos disseram. Historiadores ressaltam que
houve poucas vezes, em toda a história, em que o homem esteve sujeito a tanto
temor e incerteza. Todo o respaldo familiar parece ter desaparecido. Falamos de
paz, mas somos confrontados pela guerra a cada passo. Idealizamos planos
detalhados para ter segurança, mas não a encontramos. Nós nos agarramos a qualquer
coisa passageira, e no mesmo momento em que a alcançamos, ela desaparece.
Durante
gerações, estivemos correndo como crianças assustadas, de um beco sem saída a
outro. A cada vez, dissemos a nós mesmos: “Este caminho é o correto; este nos
levará para onde queremos ir”. Mas todas as vezes, estivemos errados.
O CAMINHO DA LIBERDADE POLÍTICA
Um dos
primeiros caminhos que escolhemos tinha o nome de “liberdade política”. Basta
dar liberdade política a todos, pensamos, e o mundo se tornará um lugar feliz.
Vamos escolher os nossos líderes de governo e teremos o tipo de governo que
fará com que valha a pena viver. Assim, alcançamos liberdade política, mas não
alcançamos o nosso mundo melhor. Os nossos jornais nos apresentam, diariamente,
relatos de corrupção nos altos cargos, casos de favoritismo, de exploração, de
hipocrisia, que se igualam e, às vezes, sobrepujam o despotismo de antigos
reis. A liberdade política é algo precioso e importante, mas não pode, por si
só, nos dar o tipo de mundo pelo qual ansiamos.
Houve outro
caminho muito promissor, denominado “educação”, e muitas pessoas depositaram
nele toda a sua fé. A liberdade política, combinada com a educação, dará conta
do recado, diziam as pessoas, e todos nós corremos enlouquecidos pelo caminho
educacional. Durante muito tempo, esse caminho pareceu brilhante, bem
iluminado, sensato, e nós o percorremos com pés ansiosos e expectantes, mas até
onde ele nos levou? Você conhece a resposta. Nós somos as pessoas mais
informadas da história da civilização, mas, apesar disso, somos as mais
confusas. Os nossos alunos do Ensino Médio têm mais conhecimento das leis
físicas do universo do que os maiores cientistas da era de Aristóteles, mas
embora nossas cabeças estejam cheias de conhecimento, nossos corações estão vazios.
O mais
brilhante e convidativo de todos os caminhos era aquele assinalado como “mais
elevados padrões de vida”. Praticamente todos pensaram que poderiam confiar que
este caminho os conduzisse automaticamente àquele mundo melhor e mais feliz.
Parecia ser o caminho correto. Era o caminho “aperte o botão e chegará lá”. Era
o caminho que passava pelos belos e coloridos anúncios das revistas, por todos
os reluzentes carros novos, pelas filas resplandecentes de geladeiras e
máquinas de lavar, por todos os frangos gordos que preparamos em nossas
novíssimas panelas de fundo de cobre. Nós sabíamos que, desta vez, havíamos
tirado a sorte grande! Os outros caminhos podiam ter sido falsas pistas, mas
desta vez estávamos certos!
Muito bom,
olhe à sua volta neste instante. Neste mesmo momento na história, você vê, nos
Estados Unidos, um país que tem liberdade política de uma maneira que sequer
sonham os habitantes de muitas partes do mundo civilizado. Você vê o maior e
mais abrangente sistema de educação pública que o homem já criou, e nós somos
elogiados, em casa e no exterior, pelo nosso alto padrão de vida. “O modo de
vida norte-americano” é como gostamos de chamar esta economia plenamente
eletrificada, completamente automática e folheada a cobre. Mas isso nos fez felizes?
Isso nos trouxe a alegria e a satisfação e a razão para viver que estávamos
buscando?
Não. À
medida que nos erguemos, sentindo-nos presunçosos e orgulhosos pelo fato de que
conseguimos realizar grande parte daquilo que as gerações anteriores apenas sonhavam;
à medida que cruzamos nossos oceanos em horas, e não mais em meses; à medida
que produzimos drogas milagrosas que exterminam algumas das doenças que mais
temem os homens; à medida que erigimos edifícios que fazem com que a Torre de
Babel pareça um formigueiro; à medida que conhecemos cada vez mais os segredos
misteriosos que estão nas profundezas do mar e exploramos distâncias cada vez
maiores do espaço sideral, será que conseguimos perder, um bocadinho que seja,
aquele sentimento de vazio que há dentro de
nós? Será que todas essas maravilhas modernas nos trazem uma sensação de
realização, será que nos ajudam a explicar por que estamos aqui, será que nos
indicam o que devemos aprender?
Ou será que
persiste esse terrível sentimento de vazio? Cada nova descoberta da magnitude
do universo nos consola ou faz com que nos sintamos mais sozinhos e
desamparados que nunca? Será que o antídoto para o medo, o ódio e a corrupção
dos humanos está em algum tubo de ensaio em um laboratório, ou no telescópio de
um astrônomo?
A SEDUÇÃO DA CIÊNCIA
Não podemos
negar que a ciência deu ao homem muitas coisas que ele pensava querer. Mas a
mesma ciência agora nos presenteou com o mais terrível presente que a
humanidade já recebeu. A vida e o futuro de cada ser vivo deste planeta são
afetados por esse presente da ciência. Ele é como uma sombra lúgubre por trás
dos nossos pensamentos ao despertar. Ele está à espreita, sorrateiramente, como
uma sombra de horror, nos sonhos de nossos filhos. Nós fingimos que ele não
está ali. Nós tentamos fingir que não recebemos esse presente, que é tudo uma
brincadeira, e que, em alguma manhã, acordaremos e descobriremos que não
conquistamos o espaço e que as armas nucleares nunca foram aperfeiçoadas,
entretanto todas as manhãs o nosso jornal nos conta uma história diferente.
Há outros
caminhos, é claro, e muitas pessoas os estão percorrendo, agora mesmo. Há os
caminhos da fama e da fortuna, do prazer e do poder. Nenhum deles conduz a
lugar nenhum, mas somente se aprofunda na lama. Nós estamos aprisionados na
rede do nosso próprio modo de pensar, presos de uma maneira tão inteligente e
tão completa que não mais conseguimos ver a causa ou a cura da doença que nos
inflige uma dor tão mortal.
Se é verdade
que “toda doença tem uma cura”, então precisamos nos apressar para encontrá-la.
A areia na ampulheta da civilização está escoando rapidamente, e se existe um
caminho que conduz à luz, se existe uma maneira de voltar a ter saúde
espiritual, não devemos perder uma hora sequer!
A BUSCA DE SOLUÇÕES
Muitas
pessoas estão chafurdando na lama nestes tempos de crise e acham que os seus
esforços não os estão ajudando a sair do poço, mas apenas os levam mais para o
fundo.
A taxa de
suicídio chegou a níveis altíssimos nos anos de 1980. Para os jovens na faixa
etária de 10 a 18 anos, essa taxa triplicou nos últimos dez anos. A
revista Leadership estima que meio
milhão de pessoas tenta cometer suicídio todos os anos, e que cinquenta mil
pessoas realmente se suicidam. Em 1981, o suicídio matou mais pessoas que o
homicídio.
No ano
passado, milhares de norte-americanos, muitos deles adolescentes, que não
conseguiam encontrar nem mesmo as respostas erradas, preferiram se suicidar a
continuar peregrinando nesta selva feita pelo homem, à qual chamamos de civilização.
Nas duas
últimas décadas, nossa taxa de divórcio disparou, até mesmo na igreja, com um
de cada dois casamentos acabando em divórcio. A taxa de divórcio aumentou 100%,
desde 1900!
Nós gastamos
uma fortuna para “adotar” bonecas engraçadinhas, enquanto nossos filhos sofrem
violência sexual ou estão sujeitos às horríveis atrocidades da pornografia
infantil. Ouvimos falar de aborto por encomenda, mães de aluguel, bancos de
esperma, e muitas outras coisas. Nossas famílias estão despedaçadas, com todos
os tipos de violência e aberração.
Assim, “Onde
estamos?”, você pergunta. “Onde estamos agora, e para onde vamos?” Deixe-me
contar a você onde estamos, e o que somos. Nós somos uma nação de pessoas
vazias. Nossas cabeças estão cheias de conhecimento, mas em nossas almas há um
vazio espiritual.
Nós nos
queixamos, no passado, de que a juventude deste país havia perdido a sua
motivação, o seu impulso, a sua disposição para trabalhar e seguir adiante.
Todos os dias eu ouvi pais dizendo que não entendiam por que seus filhos não
queriam trabalhar, mas apenas queriam receber tudo em suas mãos. Os pais não
pareciam perceber que seus filhos bem educados, cuidadosamente criados,
estavam, na verdade, vazios por dentro.
Eles não
estavam cheios do espírito que faz do trabalho uma alegria. Eles não estavam
cheios da determinação que faz do seguir adiante um prazer. E por que eram tão
vazios? Porque não sabiam de onde tinham vindo, por que estavam aqui, ou para
onde estavam indo!
Hoje, os
nossos jovens estão pedindo orientação e perspectiva. Eles procuram modelos
para seguir, padrões de propósito. Eles são como filas de belos e novos
automóveis, perfeitos em cada detalhe, mas sem gasolina no tanque. O exterior é
belo e elegante, mas não há nada no interior que lhes dê impulso, e assim,
simplesmente se sentam e enferrujam com o tédio.
A AMPLITUDE DO TÉDIO
Dizem que os
Estados Unidos têm uma taxa de tédio per capita que é maior do que a de
qualquer outro lugar da terra! Nós sabemos disso, porque temos a maior variedade de
entretenimento artificial que qualquer outro país. As pessoas se tornaram tão
vazias que não conseguem nem mesmo divertir a si mesmas e precisam pagar para
que outras pessoas as divirtam, as façam rir, tentem fazer com que elas se
sintam acolhidas, felizes e confortáveis, por alguns minutos, tentando perder
aquele terrível e amedrontador sentimento de vazio, aquele temível sentimento
de estar perdido e sozinho.
Você pode
pensar que o tédio é um problema menor. Todo o mundo fica entediado de vez em
quando; isso é apenas natural. Mas deixe que eu lhe conte algo a respeito do
tédio e dessa perigosa apatia que invade a terra, a mente e o coração das
pessoas. O homem é a única das criaturas de Deus que é capaz de se sentir
entediada, embora eu já tenha visto animais em um zoológico que parecem muito
entediados! Nenhum outro ser vivo, exceto o homem, pode ficar entediado,
consigo mesmo ou com o que o cerca.
Isso é muito
significativo, pois o Criador nunca faz nada sem um propósito, e se Ele deu ao
homem a capacidade de se entediar, certamente fez isso com um propósito.
O tédio é
uma das maneiras asseguradas de avaliar o seu próprio vazio interior! Ele mede,
com a mesma precisão de um termômetro, o quanto o seu espírito está vazio! A
pessoa que está completamente entediada está vivendo e trabalhando em um vácuo.
O seu ser interior é um vácuo, e não há nada que ressinta mais que um vácuo. É
uma das regras infalíveis deste universo o fato de que todos os vácuos devem
ser preenchidos, e preenchidos imediatamente.
UMA NAÇÃO DE PESSOAS VAZIAS
Não é
preciso voltar a tempos antigos para ver o que acontece com uma nação de
pessoas vazias. Não precisamos olhar além da história recente da Alemanha ou da
Itália para ver a velocidade mortal com que a natureza preenche os vácuos que
acontecem dentro de nós. O nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália não
conseguiriam encontrar lugar no coração e na alma de uma pessoa que estivesse
cheia do Espírito de Deus, mas as falsas ideologias inundam com a maior
facilidade a mente e o coração dos que são vazios e estão à espera. A natureza
abomina o vácuo, mas cabe a nós, como indivíduos, determinar com o quê o nosso
vácuo interior deverá ser preenchido.
Assim, é
isso o que somos hoje, uma nação de pessoas vazias. Nós tentamos nos encher de
ciência e educação, com uma vida melhor e prazer, com as muitas outras coisas
que pensávamos desejar. Nós temos o capitalismo cada vez mais decadente de um
lado, e o comunismo profano do outro. Mas ainda estamos vazios. E por que
estamos vazios? Porque o Deus nos criou para si mesmo, e nunca encontraremos a plenitude e a
satisfação a não ser na comunhão com Ele.
Em uma
entrevista ao Presbyterian Journal (2 de novembro de 1983), Michael Novak, o
eminente colunista católico fala sobre a nossa situação: “O socialismo é um
sistema para santos... o capitalismo democrático... é um sistema para
pecadores”. É por isso que ele acha que o socialismo não irá funcionar neste
mundo.
Há muito
tempo, Jesus nos disse que “nem só de pão viverá o homem” (Lc 4.4), mas nós não
lhe demos ouvido. Nós tentamos fazer exatamente isso.
Nós não
conseguimos suportar o terrível vazio em nós mesmos; não conseguimos olhar para
a estrada solitária e desolada que está à frente. Estamos desesperadamente
cansados do ódio, da avareza e da luxúria que sabemos que há dentro de nós,
porém somos impotentes e não conseguimos nos livrar disso para nos encher de
algo melhor.
“O tempo e a
ocasião não esperam por ninguém”, disse Sir Walter Scott. As ferramentas da
aniquilação total estão ao nosso alcance. Não podemos mais percorrer caminhos
falsos, não podemos mais explorar estradas desconhecidas, não podemos mais
permitir que nos armem ciladas em becos sem saída. Nós não temos mais tempo!
Pois a nossa geração realizou o que outras gerações somente tentaram fazer, ou
sonharam fazer, em seus mais insanos momentos de poder e brutalidade! Nós
conseguimos construir as armas da destruição total. Nós estamos testemunhando o
clímax da loucura do homem, à beira do holocausto nuclear.
Como os
demônios devem ter rido quando alguns dos mais brilhantes homens da terra
trabalharam furiosamente durante anos para alcançar este horror! O átomo
dividido! Dividir e conquistar! Dividir, destruir, esmagar, despedaçar e
esfarelar! O grande enganador fez o seu trabalho, e os homens o ajudaram
ansiosamente. Vemos diante de nós a obra-prima de Satanás, a sua astuta
contrapartida para as línguas divididas do fogo divino. Pois tanto o fogo
satânico como as chamas pentecostais caem do alto, são partidos, iluminam,
transformam instantaneamente tudo o que tocam, mas com uma grande diferença. A
diferença entre o céu e o inferno!
UM MUNDO DE PONTA-CABEÇA
Estamos
vivendo em um mundo de ponta-cabeça, onde tudo é confusão, mas você pode ter a
certeza de que é uma confusão com um plano — o plano de Satanás! A Bíblia nos
diz que ele é o grande enganador, e que se dedicou à causa do nosso grande
autoengano e às mentiras que há entre as nações de todo este mundo. Satanás nos
leva a crer que as coisas estão melhorando, quando, na verdade, estão piorando.
Todos nós
reconhecemos que o mundo mudou radicalmente, desde o princípio deste século.
Estamos cientes do ritmo crescente, do espírito de revolução que procura acabar
com os limites e tradições estabelecidas, da velocidade com que o modo de falar,
a moda, os costumes, as habitações e o nosso modo de viver e pensar, tudo está
sendo modificado.
Há poucos
anos, as crianças se encantavam com a possibilidade de um passeio pela estação
de trens, para vê-los chegando. Hoje, elas não se interessam nem mesmo pelas
viagens espaciais. Quantas delas sabem quando será lançado outro ônibus
espacial, ou quem estará a bordo? Nós, que no passado nos maravilhamos com o
telégrafo, agora encaramos naturalmente o milagre muito maior que é a
televisão. Não faz muito tempo, muitas das enfermidades físicas da humanidade
eram consideradas incuráveis e sem esperança. Hoje, temos remédios tão eficazes
que muitas das antigas doenças estão desaparecendo. Nós conseguimos muita
coisa, e não há dúvida quanto a isso.
Porém, mesmo
com todo esse progresso, o homem não conseguiu solucionar o problema básico da
raça humana. Podemos construir os mais altos edifícios, os aviões mais rápidos,
as pontes mais extensas. Conseguimos explorar lugares distantes no espaço e
conquistamos o desconhecido. Mas ainda não conseguimos governar a nós mesmos,
nem viver juntos, em paz e igualdade!
Nós podemos
criar excelentes escolas de arte e música, podemos descobrir vitaminas novas e
melhores, mas não há nada de novo a respeito das nossas dificuldades. Elas são
as mesmas antigas dificuldades que o homem sempre teve, com a diferença de que
elas parecem maiores e mais abundantes. Elas podem nos aparecer de diferentes
maneiras, podem parecer nos infligir uma dor mais aguda e uma angústia mais
profunda, todavia, fundamentalmente, estamos enfrentando as mesmas tentações,
as mesmas provações, os mesmos testes que sempre confrontaram a humanidade.
Todo o
tempo, desde aquele trágico momento, no Jardim do Éden, em que o homem abriu
mão da vontade de Deus em favor da sua própria vontade, somos atormentados
pelos mesmos problemas. A causa disso está declarada no terceiro capítulo do
livro de Gênesis. As terríveis condições que produziram tais problemas estão
apresentadas no primeiro capítulo da Epístola aos Romanos. E o Evangelho de
Jesus Cristo nos apresenta o remédio.
É a natureza
depravada do homem, a sua natureza pecadora, que o enche de ódio, inveja,
avareza e ciúme. A maldição do pecado está sobre o seu corpo, e ele é
assombrado permanentemente pelo temor da morte. A sua criatividade permitiu que
ele modificasse tudo, exceto a si mesmo. Pois o homem, apesar do tão aclamado
“progresso” dos nossos tempos, permanece exatamente igual ao que era no
princípio.
O PECADO AINDA É O MESMO
O pecado
também permanece inalterado, ainda que o homem tenha empregado seus melhores
esforços para alterá-lo. Nós tentamos suavizá-lo com outros nomes. Colocamos
novos rótulos no mesmo antigo frasco de veneno. Tentamos caiar o edifício
decadente, fingindo que ele está restaurado (ou novo).
Tentamos
chamar os pecados de “erros”, ou “enganos”, ou “falta de bom senso”, mas o
pecado permanece o mesmo. Não importa a maneira como tentamos salvar nossa
consciência, nós sabemos, todo o tempo, que os homens ainda são pecadores, e as
consequências do pecado ainda são: doença, desapontamento, desilusão, desespero
e morte.
A tristeza
também não mudou. Ela começou quando Adão e Eva olharam, com o coração partido,
para o corpo sem vida de seu filho assassinado, Abel, e conheceram o peso
esmagador da angústia. E até hoje, a tristeza é a linguagem universal do homem.
Ninguém consegue escapar a ela; todos a sentem. Para um dos amigos que
consolavam Jó, a tristeza até mesmo parecia ser o objetivo da vida, pois ele
disse: “Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se
levantam para voar” (Jó 5.7).
Também a
morte, ainda é a mesma. O homem tentou modificar a sua aparência. Nós deixamos
de usar a palavra “papa-defunto” e passamos a empregar “agente funerário”.
Agora, nós colocamos os corpos em “urnas funerárias”, em vez de “caixões”. Nós
temos “casas funerárias” em vez de “salas de defuntos”, e “jardins de
lembranças” em vez de “cemitérios”. Nós tentamos suavizar a dureza dos últimos
ritos, mas independentemente da maneira como chamemos a situação, ou de quão
vivo podemos tornar o cadáver, por meio de maquiagem, a fria, dura e cruel
realidade da morte não mudou ao longo de toda a história do homem. Um amigo que
lutava com um câncer terminal escreveu recentemente: “Eu percebi que não é o
câncer que é terminal, e sim a vida!”
Estes três
fatos constituem a verdadeira história do homem: o seu passado está cheio de
pecado; o seu presente é abundante em tristezas e a certeza da morte o espera
no futuro.
A Bíblia
diz: “aos homens está ordenado morrerem uma vez...” (Hb 9.27), e para uma
pessoa normal, esta parece ser uma situação difícil e desesperadora. Centenas
de filosofias e dezenas de religiões foram inventadas pelos homens em seus
esforços para driblar a Palavra de Deus. Filósofos e psicólogos modernos ainda
estão tentando nos convencer de que há outro caminho, que não o caminho de
Jesus. Mas o homem já esteve em todos eles, e não foram levados a nenhum lugar,
exceto para baixo.
Cristo veio
para nos dar respostas para os três problemas permanentes: o pecado, a tristeza
e a morte. É Jesus Cristo, e somente Ele, que é permanente e imutável, “o mesmo
ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8). Como escreveu o compositor de hinos
religiosos Henry F. Lyte, “Mudança e decadência em tudo o que vejo; Ó, Tu, que
não mudas, fica comigo”.
Todas as
outras coisas podem mudar, mas Cristo permanece imutável. No mar inquieto e
revolto das paixões humanas, Cristo permanece calmo e firme, pronto a dar as
boas-vindas a todos os que se convertem a Ele e aceitam as bênçãos da segurança
e da paz. Pois estamos vivendo em uma era de graça, em que Deus promete que
qualquer pessoa pode ir à sua preciosa presença e receber o seu Filho como
Senhor e Salvador. Mas este período de graça não permanecerá indefinidamente.
Mesmo agora, estamos vivendo um tempo emprestado.
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