FIRMES EM CRISTO, POREM SEMPRE ALERTA!

Como foi dito no início deste texto, o autor de Hebreus quer ver em seus leitores ânimo, esperança e fé em tempos de apostasia. Ele tem convicções espirituais fortes, mas não via essa mesma convicção em seus leitores. Foi preciso ele dar um tratamento de choque, um grito de alerta, para acordar seus leitores. Porém, quando fez isso, ele não estava encenando. A queda da fé era uma possibilidade a ser considerada com toda a seriedade.
Consciente de que fora duro em sua exortação, o autor a eles uma palavra de ânimo: "Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos" (Hb 6.9).
Alguns comentaristas apegam-se ferrenhamente a esse texto como uma última tentativa para negar a possibilidade do fracasso espiritual relatado em Hebreus 6.4-6. Eles argumentam que, nessa passagem, estaria a prova de que tudo o que o autor descreveu sobre a queda na fé não passa de mera suposição. No entanto, se esse fosse o caso, como já destacou Leon Morris em outros termos, tudo o que o autor usou como alerta para seus leitores até aqui não passaria de encenação, e todas as advertências seriam resumidas a uma farsa. O texto, porém, está longe disso. O autor não está levantando hipótese alguma, mas, sim, tratando de uma realidade extremamente séria: o perigo de cair da graça. Grant Osborne, in loco, observa que essas palavras do autor de Hebreus

"não justificam uma visão hipotética da apostasia, como se o perigo fosse afirmado apenas como um meio de estimulá-los a perseverar, mas que nunca poderia acontecer. O perigo é muito real, mas o autor encoraja-os com uma declaração positiva sobre a sua verdadeira posição em relação a Cristo".

Extraído do livro: A supremacia  de  Cristo , Fé, esperança  e ânimo na carta aos Hebreus.

José Gonçalves.



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