COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO
PESSOAL.
MARCOS 15. 22- 47.
JESUS MORRE NA CRUZ/
15.33-41 .
Marcos relatou a cena final da vida
terrena de Jesus com imagens vívidas. O céu escuro foi perfurado por um
angustiado grito de abandono. Aqueles que assistiam foram tomados de grande
temor.
•
Jesus havia sido pregado na cruz às nove
horas da manhã, a morte por crucificação era lenta e dolorosa levando às vezes
dois ou três dias. Três horas se passaram enquanto Jesus suportava os insultos
dos passantes. Então, à hora sexta [meio-dia], as trevas cobriram
a terra por três horas. Não sabemos como essa escuridão aconteceu, mas é claro
que foi Deus quem a causou. A natureza testemunhava a gravidade da morte de
Jesus, enquanto tanto os amigos como os inimigos de Jesus caíam igualmente em
silêncio na escuridão que os cercava. A escuridão na tarde daquela sexta-feira era
física e espiritual. Toda a natureza parecia lamentar-se pela tragédia da morte
do Filho de Deus.
•
Jesus não fez essa pergunta de surpresa
ou em desespero. Ele estava citando a primeira linha do Salmo 22, uma profecia
que expressava a profunda agonia da morte do Messias pelos pecados do mundo.
Jesus sabia que seria temporariamente separado de Deus no momento em que
tomasse sobre si os pecados do mundo, porque Deus não pode olhar para o pecado
(Hc 1.13). Esta
separação
era o "cálice" que Jesus receava beber, conforme sua oração no
Getsêmani (14.36). A agonia física era horrível, mas a separação espiritual de
Deus era a suprema tortura. Jesus sofreu esta dupla morte para que nunca
tivesse que experimentar a eterna separação de Deus.
Alguns dos que ali estavam interpretaram
erroneamente as palavras de Jesus, e pensaram que Ele estava chamando por Elias.
Pelo fato de Elias ter ascendido aos céus sem morrer (2 Rs 2.11), existia a
crença popular de que Elias retornaria para resgatar aqueles que estivessem
enfrentando grandes sofrimentos.
João relata que Jesus disse que estava
com sede Oo 19.28,29). Em resposta, um homem embebeu uma esponja em vinagre (esta
não era a mesma bebida oferecida anteriormente a Jesus). Ele colocou a esponja
numa cana comprida e a segurou de forma que
pudesse alcançar os lábios de Jesus. Pensando que Jesus havia chamado por Elias
(15.35), o povo olhou para ver se Elias viria
pra resgatá-lo.
•
O brado de Jesus pode ter sido a sua ultima
frase: "Está consumado!" Oo 19.30).
O alto brado de Jesus foi o clímax de horror
desta cena que mostrou sua morte repentina após seis horas na cruz. Jesus não teve a
morte normal de uma pessoa crucificada que simplesmente daria o seu último suspiro.
Geralmente a crucificação levava uma pessoa a entrar em coma devido à extrema
exaustão. Jesus, no entanto, esteve completamente
consciente até o fim. Seu grito expressava a sua vitória.
•
Este acontecimento significativo simbolizava o que o ato de Jesus na
cruz havia realizado. O templo tinha três partes
principais - os pátios, o Lugar Santo,
(onde só os sacerdotes podiam entrar) e o Santo dos Santos,
um lugar reservado por Deus para si mesmo. Era no Santo dos Santos
que ficavam a Arca
da Aliança e a presença
de Deus. Só o sumo sacerdote entrava
neste lugar, uma vez por ano, no Dia da Expiação, quando fazia um sacrifício para obter o perdão dos pecados para toda a nação (Lv 16.1-34). O véu do templo ficava
entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos.
Simbolicamente, o véu separava o Santo Deus dos pecadores. Ao rasgar o véu em dois, Deus mostrou
que Cristo havia aberto o caminho para os pecadores
se chegarem ao Deus Santo.
•
Um centurião [ou
oficial romano) havia acompanhado os soldados até o local da execução. Sem
dúvida ele havia feito isto muitas vezes. Ainda assim esta crucificação foi
completamente diferente - a escuridão não explicável, o terremoto, e até o
próprio executado que havia proferido palavras de perdão (Lc 23.34). O centurião observou que Jesus esteve consciente ao
longo da crucificação e que a sua morte fora relativamente rápida. Este oficial
romano gentio percebeu uma coisa que muitos da nação judaica não haviam
percebido: "Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!" Não
temos como saber se ele entendeu o que estava dizendo. Ele pode simplesmente
ter admirado a coragem e a força interior de Jesus, talvez pensando que Ele
fosse divino como um dos muitos deuses de Roma. Enquanto os líderes religiosos
judeus ficavam por perto celebrando a morte de Jesus, um solitário soldado
romano foi o primeiro a aclamar Jesus como o Filho de Deus após a morte do
Senhor.
15.40,41 Junto à cruz existiam muitas pessoas que haviam vindo somente
para zombar e escarnecer de Jesus ou, como os líderes religiosos, para se
deleitar em sua aparente vitória. Mas alguns dos fieis seguidores de Jesus
também estavam junto à cruz. Entre os discípulos, somente João estava lá e ele
relatou em seu Evangelho com detalhes ilustrativos o horror que observou.
Algumas mulheres também estavam lá, olhando de longe. João
descreveu que a mãe de Jesus, Maria, estava presente, e que da cruz o Senhor
Jesus pediu que ele cuidasse dela Jo 19.25-27).
Marcos menciona que Maria
Madalena
estava lá. Ela havia sido liberta da possessão demoníaca por
Jesus (Lc 8.2). Outra Maria é diferenciada (de Maria Madalena e de Maria
mãe de Jesus) pelos nomes de seus filhos que podem ter sido bem conhecidos na
igreja primitiva. Salomé era a mãe dos discípulos Tiago e João e
provavelmente era irmã da mãe de Jesus. Essas mulheres tinham vindo da Galiléia
com Jesus para a Páscoa. Elas tinham subido com ele a Jerusalém e tinham
testemunhado a Crucificação.
MATEUS 26.
14-16.
26.14-16 Por que um dos doze
discípulos de Jesus, Judas lscariotes, iria querer trair a Jesus? A
Bíblia não revela os motivos de Judas, além de dinheiro. Judas sabia que os príncipes
dos sacerdotes tinham a intenção de fazer mal a Jesus, e sabia que eles
tinham o poder de prendê-lo. Então, ele foi ter com eles. O desejo insaciável
de Judas por dinheiro não poderia ser satisfeito se ele seguisse a Jesus, então
ele o traiu em troca de um pagamento dos líderes religiosos. Ter
descoberto um traidor entre os seguidores de Jesus agradou imensamente aos
líderes religiosos. Eles tinham tido dificuldades para descobrir um meio de
prender Jesus (26.3-5), de modo que, quando chegou esta oferta de ajuda de uma
parte inesperada, eles a aproveitaram.
Somente Mateus fala da quantia exata de
dinheiro que Judas aceitou para trair Jesus - trinta moedas de prata, o
preço de um escravo (Êx 21.32). Isto cumpriu o que tinha sido predito em
Zacarias 11.12,13 .
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