Se, por um lado, a teoria do "caso
hipotético" não pode ser defendida biblicamente, por outro, é biblicamente
inconcebível alguém ser crente e, ainda assim, não ser regenerado, como defende
Wayne Grudem. O escritor John MacArthur debate-se em
contorções teológicas tentando provar que essas pessoas as quais o autor de Hebreus refere-se não eram
crentes de verdade. Todavia, ele mesmo demonstra não ter certeza se o texto de
Hebreus 6.4-6 exclui os verdadeiros crentes. Essa
também parece ser a opinião de Judith M. Gundry-Volf, que explica o abandono da
fé em termo de "uma falsa profissão". De forma semelhante, o teólogo Kenneth S. Wuest,
por exemplo, esforça-se para tentar provar que o autor de Hebreus estaria se
referindo ao "judeu não-salvo". Se esse fosse o caso, restaria
explicar por que o autor de Hebreus demonstrou tanta preocupação com esse
"não-salvo" perder algo que ele nem mesmo tinha: a salvação.
Deve ser ressaltado aqui que o apóstolo Paulo fala da apostasia no
contexto da parousia (2 Ts
2.3), que precede o aparecimento do Anticristo. O mesmo fato é aludido no
contexto da igreja em 1 Tm 4.1: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios". Nesse último
texto, fica claro que a apostasia é algo que acontece dentro do contexto da igreja.
Extraído do
livro: A supremacia de Cristo , Fé, esperança e ânimo na
carta aos Hebreus.
José
Gonçalves.
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