CLASSE DE ADOLESCENTES – L 12 - A VIDA DE ORAÇÃO.

EXTRA´DO DO LIVRO COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON.
Lucas 11.1-4;   
Jesus e seus discípulos, junto com outros peregrinos, haviam agora chegado às proximidades de Jerusalém (1), um objetivo que seu ministério havia muito tempo indicava. Betfagé ("casa dos figos verdes") e Betânia ("casa das tâmaras") eram duas peque­ nas cidades nas encostas do Monte das Oliveiras, sendo que a primeira era provavelmente um subúrbio de Jerusalém, e a última estava situada a cerca de três quilômetros de distância da cidade (veja o mapa).
Parando em Betânia, onde Ele ia ficar em retiro durante a Semana da Paixão, Jesus enviou dois dos seus discípulos à vila que ficava defronte a eles, provavelmente Betfagé (cf. Mt 21.1). Pedro era um deles, porque se lembrava dos detalhes que foram registrados. Eles deveriam encontrar preso um jumentinho, sobre o qual ainda não havia montado homem algum; então iriam soltá-lo e levá-lo para (2) Jesus. O Mestre que havia nascido de uma virgem, e que no fim ascendeu à mão direita de Deus, iria cavalgar em um jumento nunca dantes cavalgado. "Na antiguidade, o animal escolhido para o uso sagrado deveria ter esta característica."
Se o proprietário, que pode muito bem ter sido um seguidor de Jesus, questionasse o que estavam fazendo, eles deveriam responder: o Senhor precisa dele (3), e que iriam devolver o animal prontamente. Esse é o único exemplo em Marcos onde a expressão o Senhor foi usada para descrever Jesus. Essa seria uma identificação suficiente para o proprietário do jumento e uma razão suficiente para dedicar sua propriedade ao serviço do Senhor. Quem estaria disposto a imitar o exemplo daquele discípulo anônimo? Os discípulos encontraram o jumentinho preso fora da porta, "no meio da rua" (4), e o soltaram.


Mateus 6.5-13.
Oração (6 .5-15). Jesus também indicou que uma oração que demonstre ostentação deve ser evitada. Os hipócritas... se comprazem em orar em pé em lugares pro­ eminentes, para serem vistos pelos homens (5). Eles também "já receberam o seu galardão". O Mestre enfatizou a importância da oração em oculto (6). Um dos lugares mais sagrados em Londres é o pequeno cômodo onde John Wesley orava. Ele tem uma janela, e está do lado de fora de seu quarto em sua casa na City Road. Os visitantes têm a impressão de que o ambiente é uma rica ilustração do espírito de oração.
Cristo advertiu contra o uso de vãs repetições (7) na oração. Algumas pessoas inconscientemente repetem nomes para a Divindade diversas vezes na oração pública, até que ela se torne incômoda. Isso é uma repetição desnecessária. O nosso Pai Celestial sabe que estamos falando com Ele, e sabe o que precisamos antes de lho pedirmos (8). Portanto não precisamos ficar repetindo as nossas petições.
A oração do Pai-Nosso é um modelo perfeito da simplicidade e sinceridade da petição de Jesus. Ela também é um lindo exemplo de paralelismo poético. Impressa na forma a seguir, ela tem apenas dez linhas. Mas como são significativas!


Pai nosso, que estás nos céus,
Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino.
Seja feita a tua vontade, Tanto na terra como  no céu.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
Perdoa-nos as nossas dívidas, Assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos induzas à tentação, Mas livra-nos do mal.
Aquele a quem nos dirigimos - Pai Nosso (9), sugerindo uma íntima comunhão, que estás nos céus, requerendo reverência é seguido por seis petições. As três primeiras são pelos interesses do Reino. As outras três são pelas necessidades pessoais. A ordem é muito significativa. As necessidades do Reino devem sempre ter prioridade sobre todas as outras coisas.
Na verdade a oração começa, como todas as orações deveriam, com adoração: Santificado seja o teu nome. O texto grego diz: "Permita que teu nome seja santificado". Esta é uma petição desafiadora: Permita que o teu santo nome seja santificado através da minha vida hoje, à medida que eu, sendo portador do nome de Cristo, vivo a vida de uma maneira semelhante à dele.
A segunda petição é: Venha o teu reino (10). Isto deve ter precedência sobre os interesses pessoais. George Ladd diz: "Esta oração é uma petição para Deus reinar, para manifestar a sua soberania e poder majestosos, para colocar em fuga todo inimigo da justiça e de seus preceitos divinos, e que só Deus possa ser o Rei sobre o mundo inteiro".  Mas esta petição também está relacionada à evangelização mundial. Pois é particular­ mente na salvação das almas que vem o reino de Deus.
A terceira petição: Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu, foi ecoada por Jesus no jardim do Getsêmani (Lc 22.42). Não há maior oração que se possa oferecer. Devemos torná-la pessoal: Seja feita a tua vontade primeiro em meu coração, assim como ela é feita no céu.
A quarta petição é a primeira a expressar uma necessidade pessoal: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje (11). O sustento físico não deve vir em primeiro lugar; mas ele tem o seu lugar no devido tempo. Deus está interessado nas nossas necessidades pessoais, e Ele quer que as coloquemos diante dele em oração. Ele prometeu suprir as nossas necessidades materiais, desde que coloquemos o seu  reino em primeiro lugar (v. 33). O significado exato das palavras de cada dia (encontrado somente na oração do Pai-Nosso) é incerto. A palavra grega epiousion  tem sido traduzida como "o necessário para a existência", "para o dia de hoje", "para amanhã", "para o futuro". A expressão de cada dia é melhor. Uma necessidade mais urgente é o perdão: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como s perdoamos aos nossos devedores  (12). Aquele que carrega  um espírito que não perdoa os outros deve parar antes de oferecer esta oração. Suponha que Deus o tome por sua  palavra; que esperança haveria para ele? A versão de Lucas da oração do Pai-Nosso apresenta "pecados" em vez de "dívidas".   Todo ser  humano está em dívida, pois "todos pecaram" (Rm 3.23). (Veja a exposição sobre Lucas 11.4.)

A última petição é: E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal (13) ou "do maligno". Tentação pode ser "provação"; a palavra grega pode ser traduzida de ambos os modos. Morison parafraseia a petição da seguinte forma: "E não nos coloque em provação, provação severa, provação que, em virtude de sua severidade, venha a pressionar duramente o nosso estado moral".
Nos antigos manuscritos gregos, a oração do Pai-Nosso termina com esta petição. A doxologia que segue - Porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! - foi acrescentada há muito tempo, provavelmente para lhe dar uma conclusão mais acabada quando recitada em público. O acréscimo foi finalmente incorporado ao texto pelos escribas. Entretanto, é melhor incluí-la quando a oração do Pai-Nosso for recitada em público.
Nos dois versículos que se seguem à oração (14-15), Jesus mostrou a grande seriedade da questão de perdoar aos outros. Aquele que se recusa a perdoar fecha a porta do céu em seu próprio rosto. Nenhum espírito que não perdoa pode entrar ali. Independentemente daquilo que for feito contra nós, devemos perdoar - completamente e para sempre.


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