A posição
do reformador francês, João Calvino, é a mais radical e a mais difícil de
enquadrar-se no contexto de Hebreus 6. Calvino cria que esse texto estaria se
referindo aos réprobos, aqueles que, mesmo não tendo direito à vida
eterna, Deus tocava-os com "o sabor de sua graça", "iluminava
suas mentes com lampejos de sua luz" e, em alguma medida, "gravava a
sua palavra" em seus corações. A fé deles, portanto, era apenas
temporária e desvanecente. Mas como
explicar por que Deus, sendo amor e querendo salvar a todos (Jo 3.16; 1.29; 1
Tm 2.4; 1 Jo 2.2), permitiu a esse "réprobo", já condenado ao
Inferno, experimentar o sabor da salvação se Ele não tencionava salvá-lo? Deus não seria acusado de injusto se assim
procedesse? Os que acreditam na segurança condicional do crente argumentam que
esse pensamento, longe de ser uma defesa de soberania de Deus, soa mais como
uma distorção do seu caráter e uma negação explícita do seu amor. Em virtude
daquilo que explicitamente ensina o contexto dessa passagem, essa interpretação há muito
vem perdendo fôlego entre os intérpretes.
Extraído do
livro: A supremacia de Cristo , Fé, esperança e ânimo na
carta aos Hebreus.
José
Gonçalves.
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