I. ANALOGIA CORRETA DA PARÁBOLA
1. Fundo
histórico. Jesus
ilustrou Seu ensino utilizando-se do costume oriental para o casamento. Depois
de feitas as cerimônias religiosas, começava-se a celebração festiva do
casamento. A festa podia prolongar-se por vários dias, dependendo das
possibilidades do pai da noiva. Nos festejos noturnos, os convidados deviam
sempre ter lâmpadas acesas. No caso da história de Jesus, o noivo atrasou. Os
convidados deveriam estar devidamente preparados com azeite em suas vasilhas e
nas lâmpadas. Qualquer convidado sem lâmpada era considerado um estranho e não
podia entrar na festa.
2.
Correntes de interpretação. A primeira
interpretação diz que as virgens representam o remanescente judeu (144 mil)
salvo no período da Grande Tribulação. A segunda distingue os dois grupos como
uma representação dos crentes salvos e dos crentes apenas nominais no seio da
Igreja, quando da vinda de Cristo. A terceira interpreta as dez virgens como um
todo e, também, cada crente individualmente.
3. Quem
são as dez virgens? (Mt 25.1). Não são
dez pretendentes do esposo. Nem são dez igrejas cristãs que competem pelo mesmo
esposo. São, na verdade, os crentes individualmente que compõem o corpo da
Igreja (a esposa do Cordeiro). O número dez não tem um significado dogmático ou
doutrinário e, sim, um sentido de inteireza. Representa a noiva na sua
inteireza. Jesus via a Igreja como um todo, o corpo invisível em toda a Terra
(1Co 12.12,14,27). Ele via, também, a igreja local e visível, isto é, os
membros em particular.
4. Por que
as palavras “esposo” e “esposa”? No
Oriente, o noivado é tão sério quanto o casamento. Na história bíblica a mulher
comprometida em noivado era chamada esposa e, apesar de não estar unida
fisicamente ao noivo, ela estava obrigada à mesma fidelidade como se estivesse
casada (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19). A Igreja é a esposa de Cristo
porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9; 22.17).
II. AS CONDIÇÕES ESPIRITUAIS DA ESPOSA. (Mt 25.2-5)
1. Duas
classes de crentes: os insensatos e os cautelosos. Essas duas classes são uma realidade
espiritual na Igreja de Cristo. São identificadas por Jesus como loucas e
prudentes. As loucas representam os cristãos insensatos e alienados
espiritualmente. São aqueles cristãos que não agem racionalmente na sua vida de
fé, por isso, não sabem o que estão fazendo.
As
prudentes representam os cristãos cautelosos e previdentes, que mantêm uma vida
de vigilância e espiritualidade.
2.
Ingredientes indispensáveis para estar nas bodas. Aquelas virgens tinham vasilhas e lâmpadas (Mt
25.7-9). Mas precisavam, na verdade, ter o principal elemento: o azeite. As
loucas não levaram azeite em suas vasilhas, mas as prudentes sim. Estavam
devidamente preparadas. Aquelas virgens tinham que ter vestidos brancos de
linho fino (Ap 19.8), lavados no precioso sangue do Cordeiro (Ap 7.14).
Precisavam de calçados do Evangelho da Paz (Is 52.7; Ef 6.15). Tinham que ter
com elas vasilhas para o azeite (Mt 25.4: Ef 5.18) e o próprio azeite (Mt
25.3,4), que é símbolo do Espírito Santo.
III. O TEMPO DAS BODAS (Mt 25.6)
1. O
sentido do clamor da meia-noite. O texto
diz: “Mas à meia-noite, ouviu-se um clamor” (Mt 25.6). Que representa a
meia-noite? É o tempo do clímax da esperança da Igreja. É o fim e o princípio
de um tempo (dia, dispensação, era). É a hora do silêncio total, quando todos
dormem. Pode ser a consumação ou princípio de um novo dia ou tempo. Não é
difícil de estabelecer o tempo desse evento. Ele acontecerá entre o
arrebatamento da Igreja e a segunda fase da volta de Cristo à Terra. Ocorrerá,
precisamente, logo após o julgamento das obras dos crentes no tribunal de
Cristo, visto que em Ap 19.8, a esposa aparece vestida de linho fino que “são
as justiças dos santos”.
2. O Dia
de Cristo (Fp 1.10). Na
linguagem escatológica a palavra “dia” é interpretada, literal ou
figuradamente, dependendo do seu contexto. Dia pode, então, representar ano, ou
seja, um dia igual a um ano, conforme se percebe na profecia de Daniel capítulo
9. Destacamos no contexto bíblico quatro dias (anos, tempos) históricos para a
humanidade: o “dia do homem” (1Co 4.3), que compreende o tempo da história da
humanidade; o Dia de Cristo (Fp 1.10), que diz respeito, especialmente, ao
tempo de sete anos, nos quais a Igreja estará no céu e, simultaneamente,
ocorrerá na Terra a Grande Tribulação; o Dia do Senhor (1Ts 5.2), a
manifestação pessoal e visível de Cristo no final da Grande Tribulação, e
durará mil anos (Milênio); e, finalmente, o Dia de Deus (2 Pe 3.12,13), que é o
tempo do Juízo Final e da restauração de todas as coisas, o começo do Reino
eterno.
Neste
estudo, o Dia de Cristo abrange três fatos escatológicos especiais, os quais
são: o encontro da Igreja com Cristo nas nuvens (1Co 15.51,52; 1Ts 4.14-17); o
tribunal de Cristo (2Co 5.10; Fp 1.10; 2Co 1.14; Ef 5.27); e, as bodas do
Cordeiro (Ap 19.7).
IV. CARACTERÍSTICAS DAS BODAS
1. Lugar
das bodas (Ap 19.1; 21.9). Pela ordem
normal dos acontecimentos escatológicos, esse evento acontecerá no céu. Quando
João declarou “ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão que
dizia: Aleluia!”, ele identificou naturalmente o lugar. Alegria e triunfo pelas
vitórias do Cordeiro são demonstradas e, a seguir, surge a noiva do Cordeiro já
glorificada, coroada e preparada para o glorioso casamento. Entendemos, então,
que o céu é o lugar mais adequado para esse acontecimento extraordinário.
2.
Participantes das bodas. O
casamento é de Cristo e a Igreja, mas os convidados são muitos. De acordo com
Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da Grande Tribulação e os santos do
Antigo Testamento são os convidados especiais. Devemos ter cuidado na
interpretação desse evento para não confundirmos nem misturarmos os fatos que
envolvem as bodas no céu e as bodas na Terra. No céu, as bodas são da Igreja e
o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem Israel e o Cordeiro (Mt
22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no céu difere das bodas na
Terra. No céu, somente a Igreja e seus convidados participarão. Na Terra,
Israel estará esperando que o esposo venha convidá-lo a conhecer a esposa (a
Igreja), que estará reinando com Ele no período milenial.
CONCLUSÃO
No céu, os
salvos receberão as recompensas (coroas) por suas obras feitas na Terra, e as
bodas do Cordeiro coroará a Igreja pela sua fidelidade a Cristo.
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 1998 3º Trimestre — Jovens e Adultos
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