I. EIXO CENTRAL DO PROGRAMA ESCATOLÓGICO DIVINO
A história
do plano divino em relação à humanidade tem seu eixo central na existência do
povo de Israel. É o relógio pelo qual podemos acompanhar todos os eventos
históricos e escatológicos do mundo. Jesus apontou-nos esse sinal de Sua vinda
no sermão profético registrado em Lc 21.27-30: “E, então, verão o Filho do
Homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando essas coisas começarem
a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção
está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as
árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que
perto está já o verão”.
Encontramos
respaldo para crer na Palavra de Deus através das profecias bíblicas cumpridas
e, a se cumprirem, nos fatos da vida de Israel.
1.
Dispersão e regresso. Tanto as
profecias sobre a dispersão do povo de Israel entre as nações quanto as
referentes ao retomo à sua terra, têm tido o fiel cumprimento (Gn 12.1,2,7; Dt
32.9-11; Lv 26.33,36,37; Jr 24.6; Ez 36.24,28).
2. A
reunião progressiva de Israel em sua terra. Há duas importantes reuniões de Israel na sua
terra que mostram a veracidade da profecia bíblica. A primeira diz respeito ao
sentimento de volta ao lar que tiveram todos os israelitas dispersos pelas nações.
Esse sentimento se tornou forte com o movimento sionista iniciado em 1897 por
Teodoro Herzl. Pouco a pouco, sistemática e continuamente, o povo começou a
voltar. Não era um simples sentimento de um homem ou de um povo e, sim, um
impulso do Espírito de Deus na mente e no coração de cada judeu disperso, em
cumprimento da Palavra de Deus (Jr 24.6; Ez 36.24,28).
Em 1948,
Israel já estava bem instalado na Palestina e a sua proclamação pela ONU como
Estado foi o clímax da efetivação da promessa divina quanto ao seu retorno.
3. A
segunda reunião de Israel. Esta
reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”,
conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será
terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a
grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo
todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior
combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra
mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente
rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e
implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).
A profecia
de Ezequiel 37.1-11 trata da restauração nacional, moral e espiritual de
Israel. Alguns aspectos dessa profecia já tiveram o seu cumprimento e outros
estão se cumprindo. Porém, o cumprimento cabal só acontecerá no período da
Grande Tribulação e com a intervenção de Cristo, o Messias, em Jerusalém. Nesse
período, a Igreja não estará na Terra, porque foi antes arrebatada para estar
com o Senhor.
II. A DESTRUIÇÃO PROGRESSIVA DO POVO DO NORTE
Os textos
de Ez 38 — 39 e Jl 2.20 tratam a respeito da profecia bíblica sobre um bloco de
nações ao norte de Israel.
1. As
nações do Norte. Por causa
da etnia dos povos que habitam aquela região
vários nomes geográficos podem ser identificados. O profeta fala de Magogue,
Meseque e Tubal (Ez 38.2,3), regiões ocupadas pelos antigos citas e tártaros,
as quais hoje correspondem à Rússia. Nome como o de Meseque converteu-se em
Moscou ou Moskva. Tubal é a moderna cidade russa de Tobolsk. Em Ez 38.2 temos a
palavra “chefe”, tradução do termo rosh,
dando a idéia do nome Rússia. No bloco das nações aliadas aparecem os nomes de
Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a ser a Germânia (atual Alemanha) e,
Togarma corresponde à Armênia e Turquia. Em Ez 38.5 destacam-se os persas, os
etíopes e Pute. Hoje, os persas são o Irã; os etíopes, a Etiópia; e, Pute, a
Líbia.
2. Queda e
ressurgimento da confederação do Norte. Devemos entender que a queda da União
Soviética não significa que a profecia tenha perdido sua validade. Na verdade,
essa potência mundial está se levantando e mostrando sua força, quando se
esforça para participar das conversações de paz entre Israel e os países
árabes, aos quais ela sempre apoiou. Ela perdeu o seu poder sobre o aludido
bloco de nações, e alguns estudiosos interpretam essa queda como algo para
acontecer em plenitude no futuro. Parte dessa profecia já começou a ter o seu
cumprimento porque a Rússia caiu como potência bélica e econômica.
3. A
Confederação do Norte combaterá a Besta na Grande Tribulação. A profecia diz que a confederação do Norte,
tendo como líder Gogue, colocará seus exércitos contra a autoridade da Besta,
ou seja, o Anticristo (Ez 38.2-6). A profecia indica que Gogue, chefe da terra
de Magogue invadirá a terra de Israel nos últimos dias (Ez 38.8,16). É possível
que essa invasão venha acontecer no período da Grande Tribulação. Os motivos
principais para a invasão do “rei do norte” estão expostos em Ez 38.11,12. A
idéia de “tomar o despojo e de arrebatar a presa” não é difícil entender pelo
fato de a antiga União Soviética ter perdido seus principais intelectuais e
cientistas (na maioria judeus), os quais retornaram para Israel. Diz a Bíblia
que esse invasor será destruído pela intervenção divina (Ez 38.20), nos montes
de Israel (Ez 39.4). Então, as nações da Terra reconhecerão o Deus de Israel
(Ez 39.21,22). Devemos entender que essa invasão nada tem a ver com a batalha
do Armagedom, e a guerra decorrente que acontecerá no início da “semana
profética” de Daniel (Dn 9.27). A batalha do Armagedom se dará no final da
“semana”, pois o seu líder será o Anticristo, a Besta (Zc 12.3; 14.2; Ap
16.14).
III. O RESSURGIMENTO DO ANTIGO IMPÉRIO ROMANO
Os textos
de Dn 2.33,34,44; 9.24-27; 7.7,8,24,25; Ap 13.3,7; 17.12,13 são relativos à
profecia sobre uma confederação de nações formada na área geográfica do antigo
Império Romano.
1. O
sentido duplo de interpretação. Essa
profecia, numa parte refere-se literalmente àquelas nações adjacentes ao
Mediterrâneo, as quais formavam o núcleo do Império Romano e, na outra parte,
figuradamente refere-se apenas às características daquele Império. Tal como
existiu o Império Romano, também, se levantará um da mesma forma dentro da
realidade atual.
2. A União
Européia, uma sombra do antigo Império Romano. Especula-se muito sobre a atual União Européia
como um retrato dessa confederação profetizada. Não temos base consistente na
Bíblia para afirmar positivamente. Mas não podemos evitar o fato de que as
características dessa confederação profetizada (Dn 2.33,34,44) conferem com a
profecia de Daniel. E perigoso estabelecer suposições como fatos. Por isso, o
aconselhável é ficarmos dentro dos limites impostos pela profecia bíblica. No
entanto, a evidência dos sinais da vinda do Senhor Jesus em nossos dias é
fortalecida pela clareza da profecia e do seu cumprimento.
CONCLUSÃO
O sinal de
Israel é revelado à Igreja pelo seu esplêndido florescimento na Terra que Deus
lhe prometera — a figueira brotando — , e pela sua influência na marcha dos
acontecimentos mundiais.
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 1998 3º Trimestre — Jovens e Adultos
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