I. REVELAÇÃO
AOS PEQUENINOS
1. Coisas
ocultas aos sábios e entendidos (v.25b). Jesus, elevando sua voz aos céus, dirigiu-se a
Deus, e agradeceu-Lhe por haver ocultado “estas coisas aos sábios e
instruídos”. “Estas coisas” a que se referia Jesus eram as profundas verdades,
a “Palavra de Deus; o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em
todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos”, “...são as
riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,
esperança da glória” (Cl 1.25-27). Quando Ele falou aquelas palavras, o mundo
já tinha conhecido Sócrates, Platão, Sófocles, e tanto outros filósofos da
antiguidade, sem contar os muitos sábios, ensinadores e mestres no reino de
Herodes. Entretanto, desde o nascimento de Cristo na manjedoura, até à
sublimidade de sua morte, nada foi revelado aos grandes daquele tempo. Da mesma
forma, hoje, as verdades do evangelho estão ocultas àqueles que se consideram
grandes, sábios e entendidos. A esses, falta a condição indispensável para ter
acesso aos arquivos dos céus — a humildade.
2. A
revelação aos pequeninos (v.25b). No momento
em que agradecia ao Pai por haver ocultado as verdades dos céus aos “sábios e
instruídos”, Jesus se alegrava por haver Deus as revelado “aos pequeninos”. Sem
dúvida, naquele contexto, Ele se referia aos humildes, que se sentiam
pequeninos diante de Deus. Os Evangelhos comprovam esse fato. Havia tantas
virgens em Israel, mas só Maria recebeu o anúncio da encarnação de Jesus (Lc
1.28-35); havia muitos rapazes em Israel, mas só José foi escolhido para ouvir
sobre a vinda do “Emanuel” (Mt 1.19-23); havia muitos pastores em Belém, mas
somente alguns poucos tiveram a visão dos anjos, anunciando o sublime evento
(Lc 2.10-14). Eles eram pequeninos. Agora, também, só os humildes, sejam eles
pobres ou ricos; sábios ou ignorantes; só a eles, os que temem a Deus, o
evangelho é revelado pelo Espírito Santo.
II. CONVITE GLOBAL
1. “Vinde
a mim, todos...” (v.28a). O convite
de Jesus aos homens não é excludente, mas é inclusivo, pois é feito a “todos”
que estão “cansados e oprimidos”, ou seja, aos pecadores, sofridos e oprimidos,
sob o fardo do pecado, que lhes é imposto pelo Diabo. Infelizmente, a maioria
das pessoas encontra-se assim. Jesus, que não amou só a Israel, mas “...o
mundo, de tal maneira... para que todo aquele que nele crê não pereça...” (Jo
3.16), mandou pregar o evangelho não só aos “eleitos”, mas “por todo o mundo”,
“a toda criatura” (Mc 16.15). Podemos dizer que o evangelho, no plano de Deus,
é globalizado. Aliás, os homens estão muito atrasados. Só agora falam de “globalização”.
A globalização de Deus já foi prevista, antes mesmo da criação do mundo. Ainda
assim, mesmo sendo um convite a “todos”, só têm condições de se beneficiar dele
os que são “pequeninos”, os “pobres” ou “humildes de espírito” (vide Mt 5.3).
Há muitos cansados do pecado, mas não têm condições de atender ao convite de
Jesus, pelo fato de se considerarem “grandes” perante Deus. Há ricos humildes e
pobres orgulhosos. Os primeiros tornam-se pequeninos e têm acesso às coisas
reveladas por Deus. Os últimos, mesmo pobres, tornam-se grandes, distantes do
evangelho.
2. Convite
ao alívio divino (v.28b). Jesus
convidou a todos os cansados e oprimidos, prometendo-lhes alívio para suas
vidas. O cansaço e a opressão do pecado têm efeito terrível sobre as pessoas, a
ponto de levar muitas à depressão, à angústia profunda e até ao suicídio. Os
que se embriagam, os que usam drogas, os que se prostituem, os homossexuais, um
dia acabam cansando. Muitos, porém, não têm forças para romper os grilhões do
pecado. Falta-lhes a força da humildade para receberem o alívio prometido pelo
Senhor. Quantos que enchem as salas dos psiquiatras, dos psicólogos e clínicas
de repouso, buscando alívio para seus males espirituais e emocionais, pagando
caro por tratamentos demorados, muitas vezes sem sucesso. Quantos gostariam que
fosse anunciada a descoberta de um comprimido, uma pílula, que, tomada,
propiciasse alívio para alma, dando-lhes paz. Mas, infelizmente, a paz não vem
em comprimidos. Só Jesus, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) pode conceder a paz e o
alívio aos corações. Para isso é necessário que atendam ao convite de Jesus. E
só podem fazê-lo os “pequeninos” ou os humildes a quem o Senhor se referiu.
III. TOMANDO O JUGO DE JESUS
1.
Conceito de jugo. A palavra
jugo designa um antigo instrumento de trabalho que se colocava sobre uma junta
de bois, para que os mesmos trabalhassem juntos; é equivalente à canga,
representada por uma madeira curva, que se punha sobre o pescoço do boi, para
mantê-lo preso ao carro ou ao arado (Aurélio); também significa, figuradamente,
opressão, sujeição.
2. O jugo
de Jesus. “Tomai
sobre vós o meu jugo...” (v.29a). A palavra jugo dá ideia de algum tipo de
peso, de instrumento de opressão. O jugo de Jesus, no entanto, é diferente. Não
é pesado, nem opressor. Ele próprio afirmou: “Porque o meu jugo é suave, e o
meu fardo é leve” (v.30). Contudo, uma pessoa só pode aceitar o jugo de Jesus
se for humilde, após ter passado pelo teste da renúncia e de ter tomado a cruz
de cada dia (Lc 9.23). Os pobres ou humildes de espírito (Mt 5.3) aceitam o
jugo de Jesus, mesmo sabendo que isso implica ficar muitas vezes em desvantagem
perante o mundo, pelas consequências da decisão, em seguir ao Senhor. Já vimos
que podem perder pais, mães, irmãos, amigos e até bens, por causa do nome de
Jesus. Contudo, a visão espiritual, resultante do quebrantamento diante de Deus
e de sua palavra, os torna humildes o suficiente para aceitarem o jugo do
Senhor.
IV. CONVITE AO APRENDIZADO
1.
“Aprendei de mim...” (v.29). Existiram
muitos mestres e ensinadores no passado e ainda hoje. Contudo, ninguém jamais
se igualou ao Mestre Jesus. Os estranhos lhe reconheciam como mestre (Mt 9.11;
17.24); seus discípulos reconheciam sua maestria; Ele próprio se apresentou como
Mestre (Mt 23.8; Jo 13.13). Em sua ressurreição, Maria lhe chamou de “Raboni”,
que quer dizer Mestre! (Jo 20.16b).
2. “Que
sou manso e humilde de coração” (v.29). Jesus demonstrou ser o Mestre por excelência.
Quando convidou os discípulos para aprenderem com Ele, tinha autoridade para
isto. Na noite que antecedeu sua morte, deu uma profunda lição de humildade.
Assumindo a posição de um escravo, tomou uma bacia com água, e pôs-se a lavar
os pés dos discípulos (Jo 13.5). Nenhum rabi (mestre) fizera aquilo antes.
Jesus lhes indagou: “Entendeis o que eu vos tenho feito?”. E acrescentou: “Vós
me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu sou” (Jo 13.12b,13), e lhes
disse que deveriam seguir o seu exemplo de humildade. Hoje, se alguém, na
igreja, precisa aprender a ser humilde, basta matricular-se na escola de Jesus.
Ele ensina, e não cobra nada, a não ser a obediência à sua Palavra. Suas aulas
não são teóricas, mas práticas, ou seja, “espírito e vida” (Jo 6.63).
3. Os
humilhados são exaltados. É um
ensino revolucionário o de Jesus. Enquanto para os homens os exaltados são os
grandes, os poderosos, o Mestre contrariou todos os conceitos, e afirmou que o
maior entre seus seguidores é servo dos outros, e que “o que a si mesmo se
exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt
23.11,12), constituindo-se um verdadeiro paradoxo para a mente humana.
CONCLUSÃO
Jesus em
seu viver foi um exemplo em tudo. Diferente de muitos mestres, que ensinavam o
que não faziam, e faziam o que não ensinavam, Ele provou ao mundo que seus
ensinos e sua doutrina estavam muito acima das filosofias humanas, inspiradas
no intelecto limitado e falho dos mortais. Seus ensinos sobre a humildade foram
por Ele vividos a cada dia no seu ministério, quando “humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
Fonte Lições
Bíblicas CPAD Ano 2000 2º Trimestre - Jovens e
Adultos
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