I. FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO
1. A
segunda seção de Romanos. Os
capítulos 5 a 8 de Romanos registram os privilégios dos que são justificados
pela fé: paz com Deus (Rm 5): união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7)
e vida abundante no Espírito (Rm 8).
2. “Temos”
ou “tenhamos”? (v.1). A
expressão “tenhamos paz com Deus” não é apropriada nesse contexto. “Temos” é a
tradução mais adequada, pois a “paz com Deus” nos toma aceitos por Cristo. E,
dessa forma, não estamos mais sob a ameaça da ira de Deus. A palavra hebraica
para “paz” é shalom, e a
grega, eirene, que
significa “completo”.
3. “Paz
com Deus” (v.1). O homem no
pecado é inimigo de Deus (v.10); mas quando é justificado pela fé em Jesus
Cristo, é reconciliado com Deus, e essa reconciliação traz-lhe paz. Esse é o
efeito imediato da justificação.
4.
“Entrada pela fé a esta graça” (v.2a). Graça é favor imerecido. Nós não merecíamos a
salvação, mas por Jesus, agora, temos acesso a esta graça. É Cristo quem
introduz o pecador à presença de Deus. “Estamos firmes” significa o efeito
contínuo da justificação.
5. “E nos
gloriamos na esperança da glória de Deus” (v.2b). “Gloriamos” revela o regozijo e o gozo
inefável do crente como antecipação das bênçãos futuras. “Glória de Deus” é o
mesmo que a manifestação de Deus. Aqui, é uma expressão que significa o céu,
lugar da habitação de Deus e de sua manifestação.
II. O
SOFRIMENTO
1.
Gloriar-se nas tribulações (v.3a). O quadro
glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida totalmente
isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a
si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34)
Essas
tribulações não são apenas dores, enfermidades, depressões, tristezas nem
aflições; são também as pressões deste mundo hostil que crucificou o nosso
Senhor Jesus Cristo (At 14.22). Jesus disse que no mundo teríamos aflição, mas
que ficássemos seguros, pois Ele venceu o mundo (Jo 16.33).
2. Ser
cristão não significa ser masoquista. Paulo não afirma nem dá a entender que ser
cristão seja sentir prazer no sofrimento. Veja o que ele diz: “mas também nos
gloriamos”. A Palavra é realista, mostrando que encontramos espinhos na jornada
da vida cristã, e que, mesmo assim, o crente é feliz e glorifica a Deus. Isso
em virtude da glória que em nós será revelada (Rm 8.18), e que traz resultados
positivos para a vida cristã, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus
(Rm 8.28). Temos júbilos nas bênçãos e também nas tribulações.
3. “A
tribulação produz a paciência” (v.3b). Aqui “paciência”, no grego, é hypomene, que vem
de duas palavras gregas hypo, “sob” e
o verbo meno,
“permanecer”.
O referido
vocábulo significa: “paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”. É a virtude
de alguém sofrer com resignação. Se não existisse sofrimento não existiria
paciência. Estejamos certos de que o bem proveniente da paciência é maior que
os males das tribulações.
4. A
paciência produz a experiência (v.4a). A paciência nas perseguições torna o cristão
aprovado e vitorioso (2Ts 1.4,5). Isso serve para o nosso amadurecimento e para
uma maior aproximação com Deus.
5. A
experiência produz a esperança (vv.4b,5). O caráter cristão é produzido em meio aos
sofrimentos. É nessas circunstâncias que o Espírito Santo mais trabalha a nossa
vida, gerando em nós a confiança de que Deus nos levará à glória do porvir. A
esperança está entre as principais virtudes da fé cristã, ao lado do amor e da
fé (1Co 13.13).
III. A MORTE
DE CRISTO PELOS PECADORES
1. Quem
pode garantir que essa esperança não falhe? A base da justificação são a morte e a
ressurreição de Jesus Cristo (Rm 3.24-26; 4.25). Tudo isso provém do amor de
Deus (v.8). Paulo demonstra nos vv.6-8 por que a esperança não falha. Ele
apresenta duas provas: a evidência subjetiva e a evidência objetiva.
2. Prova
subjetiva (v.5). O amor de
Deus derramado em nossos corações, e isso através do Espírito Santo. Esta é a
prova subjetiva. Interessante é que o apóstolo acrescentou: “que nos foi dado”.
O Espírito Santo nos foi dado quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.
Nada no
mundo pode roubar a convicção da vida eterna, pois o Espírito Santo de Deus
“testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). E algo que
Deus colocou em nós, e está dentro de nós. Esse amor de Deus inunda todo o
nosso ser de esperança e de júbilo. Essa prova, porém, não serve para os
outros, mas só para quem tem essa comunhão com Deus.
3. Prova
objetiva (vv.6-8). O amor de
Deus está no fato de haver Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. A
morte de Jesus é um fato histórico. Por isso é uma prova objetiva.
Éramos
inimigos de Deus; ultrajávamos o seu santo nome com palavras e ações. Que
interesse Deus poderia ter por nós? Paulo diz: “pois poderá ser que pelo bom
alguém ouse morrer” (v.7). Ora, se Deus se interessou por nós quando ainda
éramos seus inimigos, quanto mais agora que estamos reconciliados com Ele. A
morte de Jesus é a prova objetiva e externa do amor de Deus por nós (Jo 3.16).
IV. A
RECONCILIAÇÃO DOS PECADORES
1. “Muito
mais” (vv.9,10). O
argumento do apóstolo é indestrutível. No capítulo 5 de Romanos, ele usa quatro
vezes a expressão “muito mais”. Duas com referência à segurança do crente, e
outras duas (vv.15-17) acerca da abundância da graça. Nós, que estávamos em
estado de miséria, e éramos rebeldes e inimigos de Deus, fomos alvos de seu
amor inaudito. Fomos justificados no tempo presente. Portanto, “muito mais”
agora, que somos filhos de Deus, estamos, por Ele, livres da condenação futura
(1Ts 1.10).
2.
Reconciliação (v.11). O referido
substantivo só aparece quatro vezes no Novo Testamento grego, e vem do verbo katallasso,
“reconciliar”. Quanto ao verbo reconciliar, encontrado nestas passagens: Rm
5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20, significa mudar de inimizade para amizade. Foi
isso que aconteceu entre nós e Deus!
CONCLUSÃO
Agora,
sabemos e sentimos que estamos reconciliados com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo. Por isso, desfrutamos desses benefícios e privilégios. Quem ainda
não tem essa esperança nem está usufruindo das bênçãos mencionadas nessa lição,
precisa urgentemente crer na graça de Deus, aceitando a Jesus como o seu
Salvador pessoal.
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 1998 2º Trimestre —
Jovens e Adultos
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