I. PREDIÇÕES
DE CARÁTER PARTICULAR (Mt 24.1-3)
Jesus, ao
proferir Seu discurso público nos pátios do grande templo de Jerusalém,
aproveita a ocasião para predizer sobre o futuro da cidade e do seu templo. Ele
prediz a destruição antecipando o final dos tempos. Alguns fatos proféticos
seriam presenciados e vividos por aquela geração, mas seriam ao mesmo tempo
indícios de fatos escatológicos inevitáveis.
1. A
destruição de Jerusalém e do templo (vv.1,2). Um pouco antes dessa predição, os discípulos
quiseram impressionar Jesus chamando-lhe a atenção para a esplêndida e forte
estrutura do templo que era o orgulho de todo israelita. Para fortalecer seu
discurso, Jesus então predisse a destruição de tudo aquilo ainda naquela
geração.
2.
Predições feitas num monte escatológico (v.3). E interessante destacar o monte das Oliveiras
não só como um monte com histórias de vitórias e derrotas, de guerras físicas e
espirituais, mas o monte no qual acontecerá o evento mais importante da
escatologia cristã: Jesus Cristo descerá visivelmente sobre ele. A pergunta
“Quando sucederão estas coisas” resultou da predição de Jesus sobre o templo e
a cidade. Na seqüência, os discípulos queriam saber ainda sobre a vinda de
Cristo, e disseram: “Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo”. A
expressão “tua vinda” é uma referência à segunda vinda pessoal de Cristo,
especialmente sobre aquele mesmo monte onde estavam conversando.
II. PREDIÇÕES SOBRE FALSOS ALARMES ESCATOLÓGICOS (Mt 24.4-6)
Mateus
24.4 é uma admoestação contra os falsos sinais que seriam alardeados como se
fossem os reais e verdadeiros. Diz o texto: “Acautelai-vos, que ninguém vos
engane”. Indiscutivelmente, essa pessoa, além de presunçosa e não conhecedora
das Escrituras, é falso profeta. Quais seriam os falsos alarmes ou sinais pelos
quais não podemos nos deixar enganar?
1. Falsos
cristos (v.5). Nos quase
dois mil anos de história do Cristianismo, centenas de falsos cristos (ou
messias) têm aparecido e enganado a muita gente.
2. Guerras
não-determinantes (v.6). São falsas
guerras todas aquelas que não podem ser determinadas como sinais evidentes da
volta do Senhor Jesus. Elas confundem porque não têm as características que
determinam um sinal escatológico. Pequenas e grandes guerras têm marcado com
sangue o nosso planeta. Jesus previu esse tipo de problema, e orientou-nos: “E
certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos
assusteis porque, é necessário que isto aconteça, mas ainda não é o fim”.
III. PREDIÇÕES DE SINAIS CONCRETOS (Mt 24.7)
Não há
evidência doutrinária para se afirmar que determinados acontecimentos da
atualidade sejam sinais precisos da volta de Jesus. Entretanto, o modo como o
Senhor indicou-os nos abre um campo de compreensão mais amplo. Entendemos que
esses sinais indicam “o começo do fim” ou “o princípio de dores” (Mt 24.8).
1. A
simultaneidade dos sinais. Há uma
certa simultaneidade dos acontecimentos que envolvem “conflitos bélicos entre
nações, fomes, pestes e terremotos”.
2. “Nação
contra nação, e reino contra reino”. Tivemos duas grandes guerras mundiais. A
primeira aconteceu de 1914 a 1918, e a segunda de 1939 a 1945. A destruição
provocada por essas guerras mundiais é incalculável.
3. “Haverá
fomes, pestes e terremotos” (Lc 21.11). Sinais como “fomes, pestes e terremotos” são
fatos marcantes em nossos dias. A contaminação ambiental provocada pelo
desregramento ecológico, tem envenenado os três mais importantes espaços vitais
da humanidade, que são: o ar, as águas e a terra. A proliferação das doenças
aumenta cada vez mais o índice de mortalidade. Misteriosas pestes desafiam a
ciência assolando a humanidade. A fome traz para o panorama mundial um espectro
de terror.
IV. PREDIÇÕES DE SINAIS ATUAIS (Mt 24.8-13)
1. O
princípio de dores (v.8). O texto
refere-se metaforicamente às dores de parto de uma mulher que está para dar à
luz uma criança. São as primeiras dores decorrentes das contrações que anunciam
a hora do parto. Na verdade, Jesus estava declarando que os sinais envolvendo
fomes, pestes e terremotos seriam apenas sinais precursores da vinda da era
messiânica, sonhada e desejada pelos judeus (1Ts 5.3).
2. A
angústia na terra (v.8; Lc 21.25). Essa
angústia está embutida no “princípio de dores” sentida pela humanidade e,
especialmente, pela Igreja de Cristo. E, de fato, a perplexidade das criaturas
diante dos sinais que se evidenciam na Terra (Lc 21.25,26); uma neurose
coletiva mundial que provoca o desespero (Rm 8.20,22); é o pressentimento da
chegada do fim dessa agonia (Dn 12.4). Nesses tempos de globalização da
economia mundial, percebe-se a preocupação, quando apenas uma economia se
descontrola e traz um desassossego total (2Ts 2.7; Ap 13.16,17).
3. A
ameaça de uma Igreja mista (vv.10-13). Nestes versículos Jesus previu certos
problemas que afetariam sua Igreja. Essa Igreja mista aparece na malfadada tese
do Ecumenismo. Indiscutivelmente é uma falsa unidade porque dilui princípios
fundamentais de formação da Igreja segundo o padrão neotestamentário. Muitos
cristãos haveriam de trair a Igreja e desertá-la por causa das perseguições. A
ação de “trair-se uns aos outros” refere-se àqueles que, para salvar a própria
pele, entregariam seus irmãos às autoridades.
4. A
multiplicação da iniqüidade (v.12). A palavra iniqüidade na língua original tem a
idéia de coisas ilegais ou de liberdade sem lei que a controle. Quando Jesus
declarou que a iniqüidade se multiplicaria estava antevendo a realidade de
nossos dias. A tendência para a ilegalidade e sua prática tem sido comum entre
os cristãos. O aumento da iniqüidade, isto é, da violação dos princípios
divinos, afetaria esse sentimento de relação com Cristo. O zelo e o desejo pela
Casa de Deus perdem a sua força quando o coração é iníquo.
CONCLUSÃO
Os sinais
da vinda de Jesus devem ser assunto de interesse para todos os crentes
despertados e ao mesmo tempo um grande alerta para os crentes descuidados e
adormecidos espiritualmente. E, assim, possam entender que, apesar dos teólogos
divergirem quanto a distinguir os primeiros 14 versículos de Mateus 24 como
sendo dentro da era da graça ou da Igreja, o segredo para escapar,
principalmente do período dos tempos dos gentios (que antecede a Grande
Tribulação — Mt 24.14), é “perseverar até o fim” (Mt 24.13).
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 1998 3º Trimestre — Jovens e Adultos
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