I. A
SOLICITUDE QUANTO A TESOUROS PERECÍVEIS
1. Traça,
ferrugem e ladrões (v.19). Jesus
disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam”. Os “tesouros na terra” são as
coisas consideradas pelos homens de valor absoluto, tomando o lugar das coisas
que Deus tem para nós. Ler 2 Co 4.18. Os bens da terra estão sujeitos ao
desgaste, à deterioração. Hoje, a traça e a ferrugem pode ser a desvalorização
do dinheiro, seja pela inflação (aumento constante, geral e sistemático dos
preços), seja pela desvalorização cambial, em relação a uma moeda forte
estrangeira, como é o caso do Real perante o Dólar, ou um confisco monetário,
como ocorreu no Brasil, num determinado “plano econômico”. Além disso,
literalmente, os bens terrenos são cobiçados pelos ladrões e isso causa
ansiedade.
2. O
coração no tesouro (v.21). O Mestre
disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.
Há quem volte o seu coração totalmente para as coisas desta vida, ou seja,
preocupa-se somente em conseguir e acumular muitos bens, principalmente
dinheiro. A avareza é idolatria (Cl 3.5a). “...o amor ao dinheiro é a raiz de
toda espécie de males” (1 Tm 6.10a). O coração no tesouro significa colocar
pensamentos, emoções, sentimentos, energias e habilidades, voltados
inteiramente para coisas desta vida. (Ler 2 Co 4.8).
II. TESOUROS NO CÉU
1. Nem
ladrão, nem inflação. Jesus
ensina como sermos verdadeiros milionários ou bilionários do céu, recomendando
que devemos ajuntar “tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem,
e onde os ladrões não minam, nem roubam”. Aquilo que mandamos para lá está
seguro, imune a qualquer desgaste. A preocupação com a segurança, aqui, na
terra, é geral. Contudo, no céu, a “Nova Jerusalém”, para onde vão os salvos,
nem sequer há luz nem grades, porque “o Cordeiro é a sua lâmpada” (ver Ap
21.23,25,27). Os bens entesourados no céu estão seguros.
III. COMO NÃO VIVER ANSIOSO
1. Não
servir a dois senhores (v.24). Jesus
disse: “Ninguém pode servir a dois senhores”, sob pena de se dedicar a um e
desprezar o outro, e aduziu: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Tudo isso
tem um sentido espiritual. Na verdade, Jesus queria dizer que se alguém queria
segui-lo, não poderia voltar-se para outro deus. Mamom é palavra aramaica, que
significa riquezas, as quais, para muitos, são um deus. Ou se confia em Deus,
ou nas riquezas. Uma atitude exclui a outra. Tentar acomodar-se, numa vida
dúbia, buscando servir ao Senhor e às riquezas desta vida, é um engano gerador
de solicitude.
2. Não
andar cuidadosos:
a) Quanto
à vida (v.25). A vida é
dom de Deus (1 Sm 2.6). É um milagre que se repete a cada nascimento de um novo
ser. E na sucessão de seus momentos, com o passar dos anos, vão surgindo
problemas, dificuldades e apreensões. Isso faz parte do viver na terra.
Entretanto, a inquietação ou solicitude jamais resolverão os problemas. Pelo
contrário, só os agravarão. Por isso, Jesus ensinou que não devemos andar
ansiosos quanto à vida. É melhor viver como o salmista: “O Senhor é a força da
minha vida; de quem me recearei?” (Sl 27.1b).
b) Quanto
ao alimento. O Senhor
exorta a não andarmos cuidadosos pelo que havemos de comer ou beber (v.25b) e
indaga: “Não é a vida mais do que o mantimento...?”. Esse ensino é
reconfortante. O alimento e a água são elementos essenciais, indispensáveis
mesmo à sobrevivência do ser humano sobre o planeta. A falta de pão e de água
causam desespero a populações inteiras, que vivem em regiões desérticas. A seca
no Nordeste e em outras regiões do nosso País, causam muita preocupação,
principalmente aos mais pobres. Mas o servo de Deus não precisa se desesperar,
deixando-se dominar pela ansiedade.
Jesus
disse: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em
celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta” (v.26). De fato, não se vê
passarinhos mortos de fome por aí, quando eles estão em liberdade. Jesus,
indagou se os homens não teriam muito mais valor que passarinhos? Com isso,
quis estimular a fé em “Jeová Jiré”, o Senhor que provê todas as coisas. No
mesmo texto, Ele diz: “Não andeis, pois, inquietos dizendo: Que comeremos ou
que beberemos?” (v.31). Ler Sl 37.25; Mt 6.11; 1 Ts 2.9; 1 Co 4.12.
c) Quanto
ao vestuário (v.28). Deus fez o
homem, no Éden, sem vestimentas como conhecidas hoje. Entretanto, com o pecado,
a natureza foi transtornada e Deus teve que cobrir a nudez dos pecantes. De lá
até hoje, é necessário o uso do vestuário, seja por causa do clima, seja por
causa do pudor, exigido por Deus. Mas o vestido é um bem de consumo, que custa
dinheiro. E muitos passam a preocupar-se com isso, ficando ansiosos. Jesus
chamou a atenção para os discípulos, e mandou que eles olhassem para “os lírios
do campo” e observassem “como eles crescem”, sem trabalhar para isso.
Acrescentando
que “nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”.
Concluindo, o Senhor assegurou que se Deus veste a erva, quanto mais haveria de
vestir as pessoas!
3. Não
andar inquietos (vv.31,32a). Jesus
disse que a preocupação com a comida e o vestido é própria dos gentios (v.32a).
E afirmou que o Pai celestial sabe que necessitamos de todas essas coisas, ou
seja, da integridade do corpo, do alimento e do vestuário, símbolos dos bens de
primeira necessidade. Para evitar a ansiedade, o ensino geral da Bíblia
corrobora as orientações de Jesus, conforme Sl 55.22; Fp 4.6,7; 1 Pe 5.7.
Nenhuma ansiedade resiste a uma campanha de oração e jejum, feita pelo crente
fiel, em meio às lutas próprias da vida.
4. O Reino
de Deus em primeiro lugar (v.33). É
valorizar as coisas relativas a Deus, à Igreja, acima das coisas terrenas. É
cuidar da evangelização, das missões, do discipulado, da ajuda aos
necessitados, da libertação dos oprimidos pelo Diabo e tudo o mais que diz
respeito ao domínio de Deus. Notemos que essa busca não deve ser irracional, a
ponto de alguém deixar de cuidar da família, do cumprimento dos deveres, para
só viver nas reuniões da igreja local. É antes de tudo, uma prioridade
espiritual. Devemos lembrar que o Reino de Deus começa em nossa casa (ler 1 Tm
5.8).
5. A
justiça de Deus em primeiro lugar (v.33). O Senhor não nos manda só trabalhar em prol do
seu reino, mas, também, buscar a sua justiça. Jesus deu o exemplo, no
cumprimento de “toda a justiça” (Mt 3.15), e ensinou que a nossa justiça deve
exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Assim, devemos viver em justiça e
santidade, a começar pelo relacionamento com os familiares, com os amigos e
irmãos, demonstrando que vivemos segundo a justiça de Deus perante os
descrentes. Isso fala da integridade que deve marcar o testemunho cristão, não
só diante dos líderes da igreja, mas diante do mundo (vide Fp 2.12,13).
CONCLUSÃO
A
ansiedade tem causado muitos males espirituais, emocionais e físicos a milhões
de pessoas no mundo. Mesmo entre os crentes em Jesus, há os que se deixam
dominar por fatores que causam ansiedade, fazendo com que a fé fique sufocada e
anulada em suas vidas. Como vimos, nosso Senhor Jesus Cristo, em seus ensinos
indicou-nos o caminho para vencermos a ansiedade, demonstrando que o Deus que
cuida das aves e dos “lírios do campo”, cuida de nós com seu amor e cuidado.
Para tanto, basta que nEle confiemos e busquemos o seu Reino e sua justiça em
primeiro lugar.
Fonte Lições
Bíblicas CPAD Ano 2000 2º Trimestre - Jovens e
Adultos
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