I. JESUS VIVENCIOU A INFÂNCIA
1. Foi
circuncidado ao oitavo dia. Cumprindo
a Lei (Lv 12.3), os pais de Jesus o levaram ao Templo para ser circuncidado ao
oitavo dia, após o seu nascimento (Lc 2.21). Após aquela cerimônia, Maria teve
de ficar trinta e três dias em casa, até que se cumprisse o período de sua
purificação (vide Lv 12.4). Quanto a esse período higiênico, vemos o cuidado de
Deus, também, com a mãe, pois, ficando em casa em repouso, seu corpo melhor se
recuperaria do desgaste natural, sofrido com o parto.
2. Foi
apresentado ao Senhor. Trinta e
três dias após a circuncisão de Jesus, ele foi levado pelos pais ao Templo,
para ser apresentado ao Senhor (Lc 2.22). Normalmente, os pais teriam que
oferecer, naquela cerimônia, um cordeiro e um pombinho ou uma rola para
expiação do pecado (Lv 12.6,7). Sendo pobres, apresentaram apenas “um par de
rolas e dois pombinhos” (Lc 2.24; Lv 12.8). Assim como os pais de Jesus
fizeram, levando-o nos primeiros dias ao Templo, hoje, é importante que os pais
levem seus filhos para os apresentarem na Casa do Senhor.
3.
Aprendeu as Escrituras em casa. Sem que
seus pais soubessem, o menino achou-se no meio dos doutores, “ouvindo-os e
interrogando-os, e todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e
respostas” (Lc 2.46,47). Certamente, Jesus aprendeu com seus pais as Escrituras
Sagradas. Ele podia citar versículos de cor (Mt 4.4-7,10; 5.21,27,33,38 e outros).
Sem dúvida, José e Maria procuraram obedecer o que foi ordenado, segundo Dt
11.18-21. É indispensável, hoje, que os pais crentes tenham o cuidado de fazer
o culto doméstico, reunindo os filhos para louvar a Deus, ler as Escrituras
juntos, e orarem uns pelos outros.
4.
Acompanhava seus pais ao templo. Era
costume dos pais levarem os filhos ao Templo (Lc 2.41,42). Nos dias em que
vivemos, em que a família está ameaçada de destruição, é necessário que os
pais, desde cedo, ensinem aos filhos o valor da Casa do Senhor, do templo
mesmo, para a adoração coletiva. Há muitos que estão permitindo que seus filhos
fiquem em casa, ensinados pela “babá eletrônica”, diante da qual, normalmente,
não aprendem nada que os edifique.
5. Deu
trabalho a seus pais. Jesus foi
uma criança normal, que deu prazer e alegria, mas também deu preocupação a seus
pais. Por ocasião do retorno, após a Festa da Páscoa, Jesus ficou em Jerusalém,
e “não o souberam seus pais” (Lc 2.43). Isso é coisa de criança. Ele aproveitou
para dar “uma entradinha” no Templo, e “colocar os doutores no bolso”. Os pais
pensavam que Ele estivesse “entre os parentes e conhecidos”, após um dia de
caminhada (Lc 2.44). Quando o procuraram, durante um dia, e não o encontraram,
voltaram a Jerusalém, “passados três dias” de busca (Lc 2.46). E foram e o
encontram, muito tranquilo, “assentado no meio dos doutores”. Ao vê-lo, ali,
sua mãe lhe disse: “Filho, porque fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e
eu, ansiosos, te procurávamos” (Lc 2.48). É prova de sua humanidade.
II. JESUS FICOU AO LADO DAS
CRIANÇAS
1. Jesus
repreendeu os discípulos por causa das crianças. Os pais levavam as crianças a Jesus para que
as tocasse (Mc 10.13-16; Lc 18.15-17), lhes impusesse as mãos (Mt 19.13-15) e
os discípulos não gostavam, talvez por causa do barulho que elas faziam. Nas
três referências, Jesus fica ao lado das crianças e acrescenta: “Quem não
receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele (Mc
10.15).
2. Jesus
repreendeu os sacerdotes por causa das crianças. Quando diversas crianças clamavam “Hosana ao
filho de Davi”, os principais dos sacerdotes e os escribas ficaram indignados
por causa das maravilhas que Jesus operava, e pelo fato de ouvirem o barulho do
louvor das crianças. E perguntaram a Jesus se Ele não ouvia o cântico das
crianças. O Mestre, então, respondeu: “Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos
e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mt 21.15,16). Esse
ensino é significativo, pois, hoje, há pessoas que não se sentem à vontade com
as crianças, no templo, por causa do barulho que fazem. Mas é exatamente delas
que sai o perfeito louvor.
III. JESUS VALORIZOU AS
CRIANÇAS
1.
Destacou as crianças (Mt 18.1,2). Em
Cafarnaum, Jesus foi indagado pelos discípulos sobre quem seria “o maior no
Reino dos Céus”. Sem rodeios, Jesus preferiu dar uma lição prática, com uma
ilustração convincente. Chamou uma criança e “a pôs no meio deles”. Notemos que
Jesus colocou o menino “no meio”, no centro das atenções. É uma grande lição
para nós. Devemos dar melhor atenção às crianças. Elas são almas limpas que
Deus colocou em nossas mãos, para que sejam salvas desde cedo, antes que o
Maligno as atraia para o mundo. Infelizmente, há obreiros que não gostam de
crianças. Há igrejas onde não há lugar para as crianças.
2. Jesus
valorizou os meninos. Após
colocar o menino “no meio”, Jesus respondeu aos discípulos, mostrando que, se
alguém quer entrar no reino dos céus, tem que se fazer como menino, destacando
os seguintes aspectos:
a)
Conversão (v.3). “Se não
vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no
reino dos céus”. Uma criança, quando devidamente conduzida ao Senhor, ela segue
a Cristo. Ela crê em Deus com simplicidade, de todo o coração.
b)
Humildade (v.4). “Portanto,
aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos
céus”. A criança, em geral, é humilde. Muitas vezes, quando se mostra
orgulhosa, é por ver o mau exemplo dos pais ou de parentes, a quem imita. Jesus
ensinou que “os humilhados serão exaltados” (Mt 23.12).
3. O
relacionamento com os meninos (v.5). “E qualquer que receber em meu nome um menino
tal como este, a mim me recebe”. Que lição tremenda! Que bom seria que, nas
igrejas, fosse observado esse ensino de Jesus! Que os líderes tratassem melhor
as crianças, cuidando do ensino apropriado para as crianças; tudo isso, em nome
de Jesus.
4. Não
escandalizar os meninos (v.6). “Mas
qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe
fora que se lha pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na
profundeza do mar”. É um ensino duro, sem dúvida. Mas demonstra quanto o Senhor
Jesus valorizou os meninos. Os pais são sacerdotes no lar. Precisam cuidar para
que seus filhos não se escandalizem, não sofram influência da imoralidade que
campeia por toda a parte, principalmente nos meios de comunicação. Os pais
devem edificar seus filhos com a Palavra de Deus.
5. Não
desprezar os meninos (v.10). “Vede, não
desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos
céus sempre vêm a face de meu Pai que está nos céus”. Com esse ensino, Jesus
fez saber que é pecado desprezar ou subestimar as crianças. A expressão “seus
anjos” tem levado alguns a concluir que cada criança tem seu anjo da guarda. Aliás,
era crença antiga entre os judeus. Contudo, não podemos ensinar isso como
doutrina. Se assim fosse, quando uma criança se acidentasse, poder-se-ia dizer
que o anjo tinha-se descuidado. O que podemos ensinar, e que “o anjo do SENHOR
acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34.7).
CONCLUSÃO
As
Escrituras registram episódios notáveis, em que o Mestre aproveitou a presença
de crianças, para dar ensinos de grande significado espiritual e moral para os
que o ouviam. Entre os sacerdotes legalistas e as crianças, que cantavam no
templo, Jesus ficou ao lado dos pequeninos. Quando os discípulos quiseram
ver-se livres da presença dos meninos, Jesus os repreendeu, colocando as
crianças nos seus braços para as abençoar.
Fonte Lições Bíblicas CPAD Ano 2000 2º Trimestre - Jovens e Adultos
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