I. “VÓS SOIS O SAL DA TERRA”
1.
Propriedades do sal. Na
Química, o sal é chamado Cloreto de Sódio. Esta substância tem propriedades
importantes. Por isso, Jesus a usou para tipificar o papel daqueles que são
seus discípulos.
a) O sal
preserva. Desde
tempos imemoriais, o sal tem sido utilizado pelos povos como substância
conservante, que preserva as características dos alimentos. O cristão, como o
sal espiritual, tem a capacidade de preservar o ambiente sob sua influência.
Este mundo ainda existe porque, apesar de sua degeneração, a Igreja, formada
pelos crentes, está preservando o que resta de saúde moral e espiritual no
mundo. Quando a Igreja for tirada da terra, a podridão tomará conta dos povos
sem Deus, levando-os à decomposição final, que os levará ao Inferno. O crente
tem o dever de “salgar” para preservar sua família, seus amigos, crentes ou não
e todos os que estejam de uma forma ou de outra sob sua influência. Através das
missões, da evangelização local e regional, a Igreja espalha o sal sobre o
mundo, para que ele não apodreça de vez.
b) O sal
dá sabor. Uma comida
sem sal nunca é vista como saborosa. Normalmente, é indicada para pessoas que
estão com problemas de saúde, para quem é contraindicado o uso do sal. A Bíblia
registra a importância do sal, como elemento que dá sabor: “Ou comer-se-á sem
sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?” (Jó 6.6). Da mesma
forma, o crente em Jesus tem a propriedade de dar sabor espiritual ao ambiente
em que vive, à vida dos que lhe cercam. Há pessoas que se sentem felizes em
conviver com crentes fiéis, sentindo o efeito benéfico do contato com eles. E
isso glorifica o nome do Senhor. É necessário ter sal na vida, ou seja, um
viver cheio de alegria, de poder, entusiasmo, cheio do Espírito Santo. Jesus
reconhecia o valor do sal, quando afirmou: “Bom é o sal, mas, se o sal se
tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal em vós mesmos e paz, uns com os
outros” (Mc 9.50). Em seu ensino, Ele disse que, “se o sal for insípido, com
que se há de salgar. Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser
pisado pelos homens” (v.13). Isso quer dizer que, se o crente deixar de dar seu
testemunho, sua vida perde o sentido, torna-se inútil, e passa a ser “pisado”
pelos pecadores.
2. Sal na
medida. Uma das
características do sal é sua “humildade”. Ele preserva e dá sabor, sem
aparecer. Assim é o crente fiel. Ele é humilde. Não faz questão de aparecer.
Quando o sal “aparece”, pelo excesso, ninguém suporta. O crente como sal prega
mais com a vida do que com palavras. João Batista foi um exemplo. Falando sobre
Jesus, disse: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). O
crente, quando tem sal demais, torna-se insuportável. Isso acontece, quando se
torna fanático. Em lugar de passar para os outros o sabor da vida cristã, acaba
afugentando as pessoas, com excesso de santidade. São pessoas legalistas, que
vêm pecado em tudo. Por outro lado, há os que não têm mais sal em suas vidas.
São os liberalistas, que se acomodam com o mundanismo, e dizem que nada é
pecado. São extremos. É preciso ter equilíbrio no testemunho. Paulo disse: “A
vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um” (Cl 4.6). O fruto do Espírito inclui a
temperança (Gl 5.22).
II. “VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO”
Fazendo
uso de metáforas, Jesus afirmou que os seus discípulos são “a luz do mundo”.
Figura extraordinária essa! Diferentemente do sal, que não é visto em ação, a
luz só tem valor quando é percebida, quando aparece.
1. O
testemunho elevado. Comparando
seus seguidores como luz do mundo, Jesus disse que “não se pode esconder uma
cidade edificada sobre um monte”. De fato, as cidades sobre os montes, quando
chega a noite, refletem as luzes de suas casas e ruas. Como luz, o crente está
edificado sobre Cristo, em posição muito elevada. Ele “nos ressuscitou
juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”
(Ef 2.6). O salmista reconhecia essa posição elevada, quando disse: “Leva-me
para a rocha que é mais alta do que eu” (Sl 61.2).
2. Crentes
no velador. Jesus
disse que não se “acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no
velador, e dá luz a todos os que estão na casa” (v.15). Velador é um suporte de
madeira, sobre o qual se coloca um candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na
casa, de forma que a luz que ali estiver, ilumine a todos que estiverem a seu
redor. “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras
sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3.21). Infelizmente, há
pessoas nas igrejas, que se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da
indiferença, da falta de fé e de ação, e apagam-se, por lhes faltar o oxigênio
da presença de Deus.
3. O
testemunho que resplandece (v.16). “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens...”. O crente em Jesus não tem luz
própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode ser comparado a um
planeta, que é um astro iluminado por uma estrela, em torno do qual ele
gravita. Na verdade, nós somos iluminados por Jesus. Ele, sim, é a “estrela da
alva” (2 Pe 1.19), a “resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). NEle, e em
torno dEle, nós vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso testemunho,
precisamos esparzir a “luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4).
4. “Para
que vejam as vossas boas obras”. O crente,
como luz, dá seu testemunho, através das boas obras de salvo, “Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Muitos têm ganho almas para Jesus, na
evangelização, parque praticam um testemunho eloquente, em todos os lugares.
Sabemos de servos e servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a família,
por causa de suas atitudes cristãs; outros, que no trabalho, ganharam seus
colegas, por causa do comportamento cristão. Com isso, eles glorificam a Deus,
que está nos céus. Paulo, exortando os crentes acerca do testemunho, disse que
fizessem tudo “para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis
como astros no mundo” (Fp 2.15). Em Provérbios, lemos: “Mas a vereda dos justos
é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv
4.18).
CONCLUSÃO
O
testemunho cristão, segundo os ensinos de Jesus, deve ser de tal modo elevado,
que os homens possam ver as boas obras do crente, e glorifiquem a Deus por
causa delas.
Fonte Lições Bíblicas CPAD Ano 2000 2º Trimestre - Jovens e Adultos
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